sábado, 25 de dezembro de 2010

pedi aos céus que atendessem meu desejo...

sábado, 4 de dezembro de 2010

a energia




a inquietude durou por bons longos três dias, mas a energia consumida era tanta que acabou por faltar, hoje pela manhã o sono já era tamanho que me faria querer esquecer que já estava na hora de levantar.

talvez como pré anuncio do que viria depois, acordei e desejei não abrir os olhos e muito menos retirar meu corpo da inércia.
olho da minha janela e todo aquele horizonte cheio de vida agora não vejo mais, a minha frente somente um muro cinza alto demais pra ser escalado e sem nenhuma recompensa do outro lado e assim voltei ao meu normal quando me dei conta de que desisti.
sim, eu desisti de atravessar o muro que até dois dias atrás parecia apenas uma pedrinha a ser pulada.
voltei pra casa, pro anexo...arrumei as gavetas, guardei os vestígios, apaguei imagens, redesenhei o mesmo caminho vazio.
estou novamente só tentando me apagar da vida das pessoas.
meus erros: ter nascido e não ter coragem pra colocar um fim a tudo isso.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Inquietude



tomada por uma urgência, um desejo de hoje, de viver as horas minuto a minuto, uma inquietude transbordante, uma energia que parecia transpor minha pele, um ritmo alucinógeno, uma sensação de que as imagens estão em câmera lenta e que eu precisaria correr o mundo inteiro até meu fôlego acabar, foi assim que acordei essa manhã, o sol ainda não tinha surgido e dentro de mim a vida pulsava querendo ser consumida.

levantei-me...deixei que a água caísse demasiadamente escorrendo por cada curva do meu corpo, uma sensação de prazer me envolvia, espalhava-se pelo corpo o cheiro doce...morango com champagne, eu me sentia no centro de um furacão, senti a alma se encher de uma felicidade que ultrapassava os limites.
o abismo me chamava e eu desejava cair só pra sentir o vento bater no meu corpo, um misto de calor e frio, um desejo...
me vesti para um bom dia e é como se tudo estivesse a meus pés.
meu desejo me consome, me dilacera, me absorve...
maquiei os olhos como se por eles pudesse expressar toda essa urgência de vida, a volúpia da minha vontade, do meu desejo.
eu quero...hoje...agora...


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

la tristesse fait partie de l'amour



Eu olhava como os galhos das árvores se moviam com velocidade anunciando que a tempestade viria.
sentei para esperar pela chuva e a cada vez que os galhos se balançavam eu sentia uma certa inveja pela liberdade que tinham.
fiquei ali uma hora, duas, um dia inteiro e a chuva não veio, não veio e não lavei minha alma.
observei o movimento das pessoas, vi pessoas como eu e outras muito diferentes.
dizem que a gente deve alimentar os sonhos mas hoje cheguei a conclusão de que não tenho mais o que alimentar, ou melhor, cansei de alimentar o que demorei pra descobrir não me pertencer.
brincamos de viver enquanto esperamos morrer com dignidade.
quando criança eu vi "a bela e a fera" que nos ensinava a não olhar o que há por fora e sim o que há por dentro das pessoas, acho que aprendi, mas assim descobri também quem eu sou e me conformei a que lado eu pertencia.
os sonhos foram ficando mais secos, diminuindo e tudo que estava ao meu alcance foi feito, hoje olho pra trás e sim, mesmo que eu seja a única a isso sinto orgulho pela determinação, pelo empenho, pelo sacrifício mas ainda assim com o prazer da linha de chegada e eu cheguei, cheguei
aos sonhos que eu pude, aos sonhos que não dependiam diretamente de outras pessoas além da minha família, assim me condicionei a desejar apenas o que eu poderia alcançar "sozinha".
hoje o dia amanheceu como eu...cinza, triste, solitário, um pouco amargo, talvez ácido, mas acima de tudo com nuvens carregadas que foi difícil segurar o dia todo.
eu precisava chorar, ficar quietinha, escrever essas palavras.
estou triste sim e muito, mas vai passar, sempre passa ou melhor acho que ao longo do tempo assim como os sonhos que aprendi a não desejar, também aprendi a lidar com essa minha tristeza. Existem dias em que dói, uma dor fininha no coração e faz com que o ar pareça faltar.
Aí é quando eu respiro fundo, olho pro nada com olhos perdidos no tempo de quem não se deu conta ainda que o tempo vai acabando devagar demais as vezes, rápido demais outras tantas.
deixo as lágrimas caírem e procuro um esconderijo só meu para ficar lá até que a dorzinha diminui ou que eu simplesmente aprenda a conviver com ela, com mais uma, sim as vezes elas chegam e se instalam.
as vezes viver é difícil e já ouvi algumas frases do tipo não disseram que seria fácil apenas que valeria a pena.
mas será que é assim mesmo? acho que tudo vai de uma outra frase também que diz bem vindo ao convívio dos eleitos.
e ai está outra questão, que eleitos? nem sempre fazemos parte desta eleição porque quando acordamos do conto de fadas percebemos onde está o erro, estamos alimentando sonhos que jamais alcançaremos.
é um bocado triste quando se descobre que alguns sonhos não podemos contemplar nem mesmo em sonhos, seria sofrer duas vezes, seria cruel demais alimentar o desejo do que jamais irá existir e ao mesmo tempo cairmos nessa armadilha.
alimentamos sonhos que sem nenhuma piedade nos dizem que são sonhos falidos e ainda riem sarcasticamente do que desejamos como se dissessem "onde você imaginou que isso poderia lhe acontecer?" e o pior de tudo não é ouvir, não é...e sim, saber que se tem razão.
ah! essa talvez seja a maior crueldade, se permitir sonhar e cair da nuvem quando descobre que "este" tipo de sonho é impossível a si.
caminho pertinho do abismo, brinco com os pés antes de me deixar cair, pareço infantil e as vezes é como uma criança mesmo que me sinto, tentando me proteger de mim mesma vou criando labirintos por onde eu possa andar sem que me vejam chorar.
desapareço como fumaça e não deixo caminhos abertos...não há uma ausência de uma presença jamais notada.
fechei os olhos e deixei o vento me assoprar...vi pessoas agitadas andando perto de mim mas eu não era capaz de ouvi-las, senti o gosto do meu sangue na garganta e de repente tudo ficou iluminado, eu não sentia dor mas era incapaz de mover qualquer parte do meu corpo...você sorriu e eu perdi você dos meus olhos.
voei sem ter asas.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Para E.


Era impossível estar naquele lugar e não se lembrar de tudo que tínhamos dito um ao outro.

Alimentados pelo sonho que é o cinema, nos permitíamos sonhar acordados. Fechei os olhos e por uns instantes desejei te encontrar naquela sala.

Tudo tinha a ver com você...Asas do Desejo, Cinemateca, Wim Wenders, a trilha sonora, a imagem formando uma fotografia doce apesar do peso da guerra.

Ela flutuava no trapézio e ele a desejava sem conseguir sentir a pele que ele tocava.

Ela queria parecer um anjo e ele queria parecer um humano.

Tudo era tão doce. Tão simples. Tão singelo. Tão sem pretensão de ser.

E por isso talvez acontecesse tão doce.

Porque teve que ser assim? Me pergunto mil vezes porque eu não me calei? Porque eu tinha que te contar sobre o friozinho doce que eu sentia quando você me telefonava ou no momento em que marcávamos mais um dos nossos “encontros” doces.

Cinema? Café? Tanto fazia desde que você fosse a companhia.

Era meu porto seguro na sexta a noite. Era meu melhor amanhecer de sábado e o mais esperado inicio da semana no domingo.

Os dias caminhavam...e eu repleta de uma felicidade que não me cabia e ao mesmo tempo não entendia ao certo como acontecia.

Sabe o que ouço agora? By this River – Brian Eno. Você me deu essa música, me ensinou a amá-la e eu amei. Amei mais que tudo sem saber que seria ela que diria depois que meu céu estava caindo, caindo...down down.

You and I...down down.

Tudo acabava num piscar de olhos, não haveriam mais emails, nem cafés, nem cinemas, simplesmente passaria a ser como se eu nunca tivesse existido pra você.

Doeu!

Dói e irá doer porque perder amigos é sempre doloroso.

Perdi alguns e por isso continuo me punindo porque quase sempre sou a culpada por perde-los.

Talvez se eu tivesse mantido meu silencio, se meu coração não me traísse pregando peças a minha insignificante presença no mundo.

Vazio, foi apenas isso que sobrou, o vazio ocupado de sempre.

O espaço que vai ficando cada vez mais frio dentro de mim.

Como no conto de fadas da Bela e a Fera...não há o que esperar, será assim pra sempre e como não vivo num conto de fadas, chamo isso de destino. Aceito!

Não há nada pra questionar. Como um réu culpado aceito a condenação oferecida por você.

Peço perdão a mim por ter olhado pra você com doçura e encantamento, esquecendo qual era o meu devido lugar.

"E." , só te peço perdão pelo que nem sei ter cometido.

Durma sempre bem, dê asas ao seu desejo, voe, acredite e saiba sempre que eu só quis o seu bem.



domingo, 24 de outubro de 2010

as Asas do meu Desejo
















eu precisava daquele sorriso de antes, eu queria aquele mesmo jeito de olhar, eu desejava aquela timidez de quem não tinha a menor idéia do que fazer, eu procurava por aquela inocência dos nossos primeiros olhares cruzados.
observava você de longe sabendo que eu jamais te tocaria e muito menos te teria por perto.
deixei que as lágrimas caíssem.
eu estava no alto daquele prédio e só esperava que o vento soprasse pra que eu pudesse pular.
tudo estava cinza e o que eu pensava era apenas no que eu não saberia como era viver.
pulei!
senti o vento atravessar meu corpo como se fosse um pedaço de papel.
eu gosto da escrita, gosto das suas fotos, gosto do gosto de mato molhado depois da chuva, gosto de ver meus livros misturados aos seus...gosto dos filmes separados pela nossa vontade de vê-los.
pode parecer incrível aos olhos alheios mas você se torna extremamente desejável quando fala dos planos...
olhei da janela, escutei a chuva, olhei pro apartamento, as nossas coisas ainda meio bagunçadas, as suas fotos, os projetos que já não sabemos de quem são, os livros de poesia...pablo neruda, mario quintana.
adoro aquele tenis meio velho...com aquela camisa xadrez...conto dez passos até a pilha mais próxima sobre o taco da sala...escolhemos assim.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

M.


um sol lindo amanhecia, a paisagem foi ficando pra trás com a entrada do túnel, o metrô hoje se fazia silencioso, eu ouvia "inverse" e escondia meu sono atrás das lentes escuras, quando pisquei e te vi do outro lado, demorei a crer que era você mesmo, concentrado na sua mochila, você se perdia dentro dela...rs

de repente tudo parecia menos visível, te observei por uns instantes contemplando seus movimentos que denunciavam um jeito de sono, era quase infantil como você passava a mão no olho.

enquanto eu te olhava uma sensação de vazio me invadia, você estava do outro lado do vagão e ao contrário de lá, na minha vida eu não consigo chegar até você.

seus movimentos me pareciam em camera lenta, eu achava graça e ao mesmo tempo me intrigava um obstáculo humano que não me deixava te alcançar.

até que toquei seu braço "está atrasado moço?" você sorriu e o dia se iluminou, percorremos um caminho curto e como uma criança eu queria parar os degraus da escada só pra que eles subissem mais lentamente.
no fim da escada como um sonho que se desfaz você foi para um lado e eu para o outro, mas o meu dia já seria melhor pela doçura daqueles instantes.

bom dia M.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

os últimos dias...















Passei dias fugindo, correndo das minhas palavras, correndo...correndo...sentindo o vento me atravessar, mas eu precisava correr...eu precisava sair em fuga do que seria um devaneio de despedida de mim mesma.
Não tive vontade de abrir os olhos, meu corpo pesava mais do que eu podia suportar, eu quis ficar na cama sem notar que o dia amanhecia e as atividades deviam recomeçar.
Por mais ridículo que pareça eu sentia a tristeza de um mundo inteiro...chovia e eu chorava.
Adormeci por mais meia hora mas não sem antes ensopar o travesseiro de toda aquela tristeza que me deixava ver tudo sem nenhuma cor.
Levantei-me nublada como o tempo e procurei alguma, qualquer que fosse a razão que me manteria em pé. Pensei nos meus pais, no que eles sonhavam e quantos desses sonhos depositaram em mim e eu não os iria cumprir e até quem eu menos esperava essa semana resolveu tirar as casquinhas dos meus machucados..."ela acha que todas as crianças são como ela, que entra na história e vive os personagens, que absurdo."
Doeu...eu não sou assim.
Demorei muitos dias pra vir aqui, agora é inevitável não deixar as lágrimas caírem.
Estive quieta, distante, pensativa demais, por alguns dias eu sequer quis expressar uma palavra e pela primeira vez sem ser uma tentativa eu calei-me para o mundo.
Olhei o céu ameaçador, vi as pessoas andarem apressadas tentando evitar a chuva, observei guarda chuvas abrindo dando um colorido na paisagem cinza...coloridos, de bolinhas, listras, pretos...alguns giravam no ar.
Há um vazio dentro de tudo que se aproxima. Eu queria me transformar cada vez menos perceptível, eu quis um isolamento de mim mesma, observei minha própria respiração e como criança eu desejei que a vida tivesse gosto de bala de goma [verdes e laranjas].
As ruas foram ficando desertas, as luzes foram se acendendo amareladas paradas no tempo...entrei...o mosteiro estava praticamente vazio...aquele oásis me encheu de uma paz que não tinha tamanho, não era suficiente pra me alegrar mas amenizava o peso da tristeza solitária.
respirei fundo, enchendo os pulmões de ar como se fosse mergulhar...rezei.
Deixei as lágrimas correrem, pedi por mim e por todos que amo e até pelos que não me querem bem...o banco rangeu...pedi luz ao me caminho.
Buscava ali uma razão...sinto vergonha por as vezes ter que procurar essa razão, vendo que há tantos que sofrem, tantos que choram e mesmo assim são tomados de razões.
Resumi minha ausência aquele banco, escondida de mim mesma na penumbra daquela luz amarelo de ontem.
Caminhei sem olhar as pessoas ao lado, eu não era capaz de ouvi-las...com a minha solidão guardada na bolsa, um aperto se deu dentro de mim...por mais insignificante que seja minha existência ainda tenho funções e obrigações, essas eram as minhas razões.
Jurei a mim não importunar mais aqueles que ainda se compadecem para serem amigos, ou anjos que me emprestam as suas asas todas as vezes que as minhas me mostram incapazes de me carregar.
Eu tentei bater minhas asas, mas elas estão machucadas...toda borboleta, bonita ou feia, pára de bater as asas quando estão prestes a morrer e escolhem por natureza a solidão.
Revi alguns cacos do meu mosaico e me cortei quando vi que tinham razão no que dizem sobre eu vivenciar um personagem e doeu de novo.
Dói ver tantos defeitos em cacos tão pequenos e de louça barata, essa sou eu. Tem dias que essa ausência ainda me causa espanto.
Onde foi que me perdi? onde ganhei essa tristeza toda? esse vazio de mim mesma? perguntas que talvez nunca venham ter uma resposta.
Eu estava ali na beiradinha, mas tive medo...medo do meu medo...voltei pra casa e mais uma vez deixei que o travesseiro guardassem minhas lágrimas secretas, onde os olhos pesariam me fazendo adormecer cansada de uma guerra que eu sei que não vou vencer.


terça-feira, 21 de setembro de 2010

sob o céu




















as vezes me pego pensando no que houve com as minhas escolhas, porque tudo que quero de certa forma me escapa aos dedos?!
no fundo, minha insignificancia, não pode resolver o que eu nem mesma sei se teria solução.
onde foi que me transformei na pessoa que sou? busco uma felicidade constante que julgo jamais alcançar.
estou muito a parte do mundo que me cerca, meus passos são sempre contrários.
como mostra meu destino, a solidão é algo que eu não terei como fugir.
o que há de errado comigo? já me fiz tantas vezes essa pergunta. onde foi que perdi tantas coisas?
há quanto tempo venho nadando?, estou cansada, decidi não remar contra a maré revolta, ficarei a deriva até que uma onda me bata e me leve.
quando eu me for não deixarei vestígios da minha presença, não darei motivos de lembranças, pois por mais doloroso que seja a mim, não significará nada aos restante.
de certa forma um alívio me toma na certeza de saber que não fiz ninguém sofrer e muitos menos que deixarei assuntos pendentes - não sou de assuntos pendentes - não fiz nada representativo e não farei nada que possa ser lembrado, sentido ou causar algum pensamento a meu respeito.
tenho medo, não nego, mas tenho medo de escuro e tenho medo do meu próprio medo.
quando eu me for só quero calma.
de tarde quero descansar, subir nas pedras ver, deixar a onda me acertar e o vento levar tudo embora.
não deixarei saudades, lembranças, nem doces e nem amargas.
passei pela vida sem que minha presença fosse notada e minha ausência jamais será sentida.
de tudo que escrevo, só eu saberei o verdadeiro significado das palavras que ficarão soltas.
transformo minha ausência em palavras mortas.
quanto mais perto do abismo mais sinto que tudo tinha que ser assim, eu quis ser contra, mas isso é em vão.
não se pode fugir sempre e eu até que fugi por longos 26.
as coisas poderiam ser diferentes, mas não são.
gosto das fotos, da conversa com ar de interior e cheiro de mato molhado, me escondo e ouço calada suas palavras em direção a outra.
vivo em mundo anexo a minha realidade e assim alimento meu dia a dia, ficando inerte aos acontecimentos.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Inacabado

















as vezes tudo é tão confuso, fico me perguntando onde foi que as coisas deram errado e me condenando pelo simples fato de existir, queria ser imperceptível e queria não machucar as poucas pessoas que percebem minha existência fria e dispensável.
o dia hoje amanheceu pesando mais que os outros, parei, pensei e vi que de certa forma tudo se perde.
ao longo da vida buscamos tudo que queremos e no fim não ficamos com nada.
perdemos os anos, perdemos os sorrisos, a vivacidade da juventude, a força do corpo que se vai com a idade que chega, a vontade de sonhar, a alegria de viver, o sabor do que ainda queremos aprender e viver.
perdemos o amor...enxergamos o vazio, a solidão, o medo, o não estar, o não poder voltar e aprendemos a viver das lembranças, das memórias que com cuidado guardamos na caixinha e vamos consumindo pouco a pouco, delicadamente, cuidadosamente.
lembrei do dia que ouvimos "Quelq'un m'a dit" naquela noite meio fria, em que falamos de Paris,da poesia de Mario Quintana, do sabor doce das conversas noturnas regadas a vinho.
lembrei com saudade do dia que rimos de nós mesmos, da nossa ingenuidade, da nossa ternura, da sua doçura, do meu humor ácido, a completa sintonia do corpo, no encaixe perfeito.
e no fim tudo se perde...outros braços vão te abraçar, outra boca vai te beijar, outros olhos vão encontrar os seus e ver o que há por trás do brilho que eles emitem.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A porta para os 26




















faz uns dias que não venho por aqui. mas hoje isso se fazia tão necessário que até me assustei com essa urgência. um dia de surpresas, mas surpresas que apenas fizeram desmoronar algumas coisas. parece que de certa forma tudo que toco, vira pó. mais um ciclo se fecha e nada muito especial foi feito, dá uma certa sensação de fracasso, pois muito foi batalhado para que algo desse certo e no fim das contas estou com saldo meio negativo. se ainda fosse zero a zero até podia ser mais aceitável, porém eu corri, batalhei, briguei, lutei e morri na praia. eu fiz tentativas mas elas pareciam casas sem fundação, afundaram com o que eu tinha de idéia pra conseguir compartilhar as minhas coisas. a minha "loucura" jamais foi entendida e eu necessitava de um friozinho na barriga que eu não encontrei. uma busca constante toma conta dos meus dias...planejamento e projeto. pelo meu desejo o planejamento...por imposição o projeto. o que consegui em 12 meses? não sei responder. estou viva, isso é uma grande conquista, sim é, ainda mais quando se esteve com medo de morrer...rs sim, eu tive com medo. medo de deixar quem eu nem conheci, medo de deixar quem eu amo e não preciso justificar porque amo tanto. medo de morrer sem saber de um lado que eu apenas ouço dizer ser doce, mas que no alto dos meus mais recém completados 26 anos eu ainda não vivi e me pergunto se um dia viverei. as vezes paro pra pensar, pra olhar e refletir sobre mim mesma e é como ter ficado parada no tempo. quase poderia dizer que ao invés de 26 eu tenho 16 com um pouco de sonhos a menos, não porque eu os tenha deixado de sonhar, apenas porque compreendi a minha distância em relação a eles, e tem dias que essa realidade machuca um pouco, mas passa, sempre passa. ontem parte dessas lembranças, não exatamente as dos 16 mas as de uns bons anos atrás me apareceu assim na frente dos olhos sem que eu precisasse lembrar, não doeu, mas tinha um gostinho amargo. passei esses dias entregue a Hu como carinhosamente vou chama-lo e seu amor por Eleonora. Que friamente brincava com seus sentimentos testando até onde o seu amor era capaz de suportar. Sufocando-o, matando-o com sua indiferença, só fazia com que ele a amasse mais. um amor já quase em ritmo de obcessão, ele a desejava, a consumia, a sentia. seu sucesso viria justamente com a forma de retrata-la em seus quadros...as nudezas de eleonora, era o amor em doces pinceladas. lembrei-me dos meus desejos, dos meus sonhos, senti saudades de Ricardo na estação a espera. ganhei novos personagens na minha prateleira, talvez Martin tenha coisas parecidas com Ricardo, um amor além da forças, um amor que por amar tanto abra mão do seu sentimento por amar demais. Martin não podia viver sem Avellaneda....sem Laura. Ricardo não podia viver sem a menina má, Lili e eu não poderei viver sem alguém? acho que acostumei a ver meu mundo pelos olhos deles. a viver o mundo deles. enfim este ano quando cortei meu bolo, desejei apenas ser feliz. que assim seja.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

a despedida


















pega pela surpresa...hoje me despedi de Martín e Laura.

foi doloroso, doído, algo dóia no fundo da alma, no fundo do estômago...


senti minhas lágrimas escorrerem ao lado de Martín, quem imaginaria essa despedida de Laura.
me coloquei no seu lugar...lembrei-me de algumas despedidas minhas mas nenhuma tão dolorosa, tão sofrida como a sua, porém, me vi diante de amores antigos, amores novos e todos não vividos, tão intensos e tão pouco sôfregos e doeu, doeu muito.


pensei na vida...pensei na morte...


pensei em mim e pensei em ti...


caminhei pelas ruas frias essa manhã acalentando Martín...dizer que Avellaneda...Laura Avellaneda tinha morrido me fazia sofrer como se eu pudesse compreender o sofrimento de Martín...o amor lhe pregara uma peça.


ele precisava dela, precisava da presença...seu perfume ainda transbordava das roupas no armário...um perfume que sempre esteve alí mas só se fez presente pela ausência.


ele precisava dela, eu precisava deles...




tive que partir...olhei as ruas, o movimento frenético das pessoas que pra mim se mostravam em camera lenta.


senti como se tivesse apanhado...o ar me faltou e ao mesmo tempo pareceu-me sufocar...


eu precisava deles, ele precisava dela...


eu precisava daquele amor, alimentado a conta gotas...


eu precisaria daquele amor adulto e da ingenuidade do aceite...do encanto, do doce prazer...




Martín me dizia como eram belos seus momentos com Avellaneda, eu pensava nos momentos que eu nunca viveria.




O seu medo da morte, a sua dor pela morte.


O seu respeito a Deus, a sua dúvida...


a sua súplica...o desespero.




porque tudo acaba assim? o que ele faria de seu destino? o que eu faria sem eles?




desejei poder dizer isso a uma certa pessoa...


Martín e Laura me ensinaram tanto.


e eu aprendi comigo tanto nos últimos meses.




não sei mais dizer que eu amo...simplesmente porque não se gasta isso com qualquer pessoa, nem se repete isso como se fosse a coisa mais comum do mundo.




para se receber isso é preciso de fato ser especial, é preciso merecer, é preciso caber em tal.




quando cheguei a plataforma, sequei minhas lágrimas apagando as marcas da ultima batalha.


me despedi de vocês e não pude olhar pra trás...


olhei pra você pela última vez e doeu tão fundo que me fez perder o fôlego.


lembrei-me das travessuras, de quando...um nó na garganta tomou conta de mim...deixei o choro escapar e parti.




doeu, dói e estará doendo sempre...


deixei Montevidéu esta manhã.

domingo, 15 de agosto de 2010

sábado, 14 de agosto de 2010

para a noite fria



















a noite está fria e luminosa. a lua se faz presente, as estrelas a contemplam.
o céu se faz claro e doce apesar do frio, parei pra apreciar...sentei-me na beiradinha da varanda e fiquei a pensar no que você estaria fazendo e ri de mim mesma.
lembrei das brincadeiras, do sorriso fácil, da alma doce, do sentimento doce.
fiz minha prece...
olhei pra mim e me vi ganhar asas e voar sem limites pra saber onde eu deveria chegar.
a vida se abre diante dos meus pés...é preciso caminhar, seguir meus passos rumo ao destino que me aguarda.
senti o vento me atravessar e uma paz de vida me invadir.
desejei viver mais do que tudo e mais do que tudo que vivi.
eu quis um mundo novo, um sorriso novo, um ar novo.

eu desejei, eu pulei, eu corri...
senti você me tocar e estremeci pelo arrepio da minha pele em contato com a sua.
você me via pelo avesso, me despia com a forma que me olhava...
a nudez me comovia, a pele clara sob a luz das velas, eu sorria, você me amava.

em seus braços o mundo pareceria meu, somente meu.

domingo, 8 de agosto de 2010

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Tão bonito que doeu

como por uns instantes pode me passar pela cabeça que seria diferente?
como pude agir tão infantilmente?
as vezes a minha punição é minha própria consciência, pois em que momento eu pude imaginar que seria algo diferente?
hoje o frio da cidade se faz presente de uma maneira mais cortante. Buenos Aires amanhece abrilhantada pelo sol doce mas sem calor, característico do inverno.

olhei da minha janela e decidi ir tomar um café. Na Calle Florida com a Paraguay me dei conta que segurava com veemência e força como se fossem meus únicos amigos Laura e Martín, o frio me cortava a pele e faziam ficar rosadas as minhas bochechas de menina "fofinha".

entrei no Havana e me servi de um bom vanilla...ah! adoro olhar aquela barrinha de chocolate se desfazer no leite fervente, só que hoje olhar essa barrinha tinha outro significado.
a barrinha derretia e eu engolia em seco o choro reprimido pois era assim que eu estava essa manhã.
coloquei meus sentimentos dentro de um leite fervente, com delicadeza e suavidade ele foi derretendo até não sobrar vestígios.
era capaz de colorir o leite porém inimaginável de que tenha existido de maneira sólida.
Martín falava sobre o como era bom fazer amor com Laura e como ele a achava bela em seus braços.
ele falava comigo mas somente algumas de suas palavras eu conseguia absorver, deixei algumas lágrimas molharem as letras que ficaram meio turvas, pisquei para que os olhos voltassem a enxergar com clareza.
inerte eu olhava sem ver na minha janela uma Buenos Aires que acordava.
um grupo de pessoas adentrou o café fazendo barulho e me despertou...olhei e algo chamou-me a atenção, por um instante julguei ver seus olhos e aquele brilho de infância, mas entristeceu-me constatar que era apenas fruto do meu desejo.
levantei-me, paguei meu café e sai rumo a livraria El Ateneo, passei lá entre livros e personagens a maior parte do dia.
quando voltei já caia a tarde e Calle Florida dava lugar ao Tango, doloroso e triste me tocou a parar para ouvir.
ah! quanto tempo eu não me deleitava em ouvir aquela melodia forte, cheia de significados dolorosos, sacrificantes.
chorei por mim.
cheguei, abri a porta, fechei e o silencio se fez presente.
me despi, deixei a agua quente aquecer o corpo e num instinto de lavar a alma chorosa.
chorei sem pudores tudo que estava contido o dia todo, adormeci pelo cansaço que os olhos pediam para fechar.
me despeço assim...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Melancolia



amanheci tomada por uma melancolia.
o dia se faz cinza e frio, peguei meu livro, minha bolsa e mais umas coisas e sai...me transportei por muitos lugares até que parei em Toledo e apreciei a paisagem medieval.
por uns instantes senti o corpo vazio de algo que estava sendo preenchido todos esses dias, rezei por mim e deixei umas lágrimas pela minha promessa noturna.
desejei não ter que sair da cama pra poder ficar protegida entre as minhas cobertas.
lembrei-me dos risos e dos sorrisos, algo doeu o coração. saudade talvez, por saber que esse friozinho que corre pelo corpo, pela felicidade transbordante, pelo riso fácil e sem pudores.
ah! senti os pêlos arrepiarem só de pensar em ti, a pele transpirava ao senti o perfume envolvente.
caminhei pelas ruas estreitas e cobertas para nos proteger do sol, apreciei a arte.
como passar sem olhar para as esculturas, paisagens urbanas e de uma beleza incrédula.
desde ontem estou tomada por pensamentos que perguntam a definição do belo.
nas artes o belo é relativo e o conceito de beleza muitas vezes tortuoso, porém pra nós seres humanos o belo é a deturpação completa do sentimento.
você pode sentir, mas nem sempre ser belo.
voltei a madrid, diante de "as meninas" de Velasquez me fiz a mesma pergunta, o que é belo?
porque a beleza não me contemplou? talvez haja alguma explicação pra isso que eu jamais saiba.
talvez eu prefira acreditar que exista uma beleza no interior que poucos seriam capaz de ver e porque essa sim é uma beleza que me deixa feliz.
a beleza dos gestos, do riso fácil, da doçura dos olhos, do calor dos braços que ofereço para serem afagos.
eu gostaria de ter coragem para te oferecer essa minha beleza, mas intimamente sei que não seria possível.
a beleza lhe pertence, motivo de cobiça, de audácia e ousadia.
ah! eu queria contar as minhas ousadias...mas guardei tudo na caixinha...e estou acompanhando a bailarina dançar, antes de fecha-la.
queria ser doce e leve como ela, rodopiar em seus braços, flutuar em sapatilhas de ponta, sentindo a liberdade de voar sobre meus pés.


terça-feira, 3 de agosto de 2010

Contra ponto




Um vento assoprava o dia, como se quisesse empurrar as horas que teimavam em não passar.
Passei horas velando seu sorriso, redesenhando o contorno da sua boca, apreciando seus olhos castanhos com brilho de infância. E decidi me colocar no lugar, uma resignação talvez, mas não triste apenas consciente que nesse tabuleiro eu não sei jogar. Meus jogos são simples demais pra você. Como diria Mario Quintana, estou melancólica ou apenas uma forma romântica de entender a tristeza. Senti saudades da França, do abraço doce da Rosita, de sorrir apenas em ver a vida passar, de comer croissant recém saído do forno, de ouvir as vozes como poemas declamados. E o curioso de tudo é entender...entender que não há espaço pra mim e mesmo assim minha alegria transborda por poder desfrutar do seu sorriso e do abraço carinhoso de todos os reencontros. Mergulho sem olhar pra trás no que me resta, meus romances de cabeceira...Laura e Martín são os recém chegados. Acho que quando envelhecer vou acabar por virar um personagem...rs pois eles tem uma força que eu não tenho, uma força que eu desconheço e ao mesmo tempo são menos habilidosos do que eu pra entrar e sair de cena sem ser lembrado ou notado. Passeio pelas multidões sem que elas percebam a minha presença. Olhei-me no espelho essa noite e compreendi tudo que me foi dito. Não há chances...25 anos de aprendizado ensinam muitas coisas e uma delas é saber onde não se deve jogar. Retirei meus dados, eles eram pequenos demais pra essa competição onde contando as casas do tabuleiro eu não conseguiria me transformar na Cinderela e nem sapatinho de cristal. O príncipe não tem como me achar. Perdi a fada madrinha. Busco uma trégua mas já joguei a toalha e recolhi meus peões. Obrigada por essa presença doce e cheia de vida que me move. Game over!

domingo, 1 de agosto de 2010

Lindo como o sol nascente


Com gosto especial, com gosto de quero mais, com gosto de quem só queria gostar.
Esses eram os pensamentos para o nascer do sol desta manhã.
O relógio marcava 6h00 o novo dia começava e nós ainda nos despedíamos do dia de ontem.
Dando voltas pela cidade que ainda dormia, eu ainda caminhava para a minha despedida do dia.
Você se apresentava maravilhosamente bem, destacando-se na multidão onde iluminava tudo a sua volta.
Um sorriso doce e de menino permeava a face. Ali talvez fossemos todos crianças novamente.
Estávamos de novo em casa só que onze anos depois...muito se fazia diferente e isso me assustava pelos novos pensamentos que me tomavam horas do dia.
Com medo desse "novo" eu me desviava embora não fosse o que eu queria.
O perfume me envolvia, eu queria te tocar e não podia. Eu queria ir além mas não me era permitido. Como algo proibido eu me puniria pelo que estava sentindo naquele momento.
Você era o meu desejo secreto.
Tentei justificar pra mim que isso não existia e de fato não existia até encontrar agora dentro de mim algo que me motiva, me dá vida, me deixa feliz.
Não importa o quanto distante você seja de mim, eu aproveitarei cada gota dessa felicidade que me chama, que me fez olhar hoje para o amanhecer da cidade pelo vidro do carro e pensar que sou a pessoa mais feliz do mundo.
A distância nos faz crescer e nos seus olhos eu vejo um futuro tão lindo quanto o sol nascente desta manhã. Bom dia!



quinta-feira, 22 de julho de 2010

Corpos














Anjos sem alma, tomados pelo desejo, pelo amor que nos movimenta em direção a outros anjos sem asas.

Viajamos percorrendo as curvas dos copos de quem responde aos nossos anseios.
Mapeamos penhascos, abismos e exploramos o desconhecido à procura do prazer.
Seria capaz de odiá-lo se não o amasse tanto, se o meu desejo não falasse mais alto pra que não fosse possível decorar cada pedaço do seu corpo onde eu viraria escrava só pela plenitude da servidão.
Busco na sua alma o conforto da minha paz. Seco as lágrimas do seu corpo, respiro com exaustão e assumo minha posição de servir ao seu desejo. Me calo nos teus braços me acolhendo ao seu peito e assim meu corpo responde ao ritmo das batidas do seu coração.
Sinto os pés saírem do chão, mergulho fundo e me contento com o prazer que seu corpo emite junto ao meu.
Desenhando meu corpo, decorando cada centímetro da minha pele, consumindo meu perfume, suas mãos ávidas percorrem a minha alma.
Sou tomada por uma alegria e um desejo de infinito.
A linha que separa dor e prazer é tão tênue que eu mal posso sentir o limite.
Me invade, me aperta, me toma e me mata. Morreria nos teus braços, mas sigo seus passos num ato de resignação ao deleite do seu corpo.
Me pegue pra você. Me roube pra você. Me queira junto a você.
Sua boca explora minha pele e descobre meus caminhos mais secretos. Sua língua prova o meu gosto.
Você ri do meu mapa.
Entrelaça seus dedos aos meus cabelos, me aperta...desenha minha nuca, decora minha boca, desbrava meu pescoço, tórax e braços.
Sentimos nossa respiração agitar-se.
Admirando pernas e pés você me conforta no seu peito.
Como um aluno antes da prova, você decora as lições do meu corpo agora entregue a você.
Não seriam necessárias notas pois você foi incapaz de esquecer cada citação da minha alma, cada lição do meu desejo explicita ou implícita no meu espírito.
Me aqueça junto ao seu corpo, ofereça-me o seu prazer.
Condene-me e puna-me: Me ame.


segunda-feira, 19 de julho de 2010

para a vida (e a morte)

Eu busquei pela minha liberdade. Deixei minhas asas ganharem movimento e assim sorri deixando lágrimas caírem por ser tão importante para mim que elas batam.
Parti em direção ao meu mundo novamente e me sinto a pessoa mais livre e feliz do mundo.
Aprendi que não posso viver presa, que não sei compartilhar o que é só meu.
Respirei o ar como se ele fosse acabar. Senti na pele um arrepio me fazendo lembrar que eu ainda era capaz de sentir algo, que eu havia esquecido de como é boa a sensação.
Ah! essa noite...você me leva a loucura. Acho graça, gosto.
Pulo sem medo no abismo do seu corpo e me deleito com o seu prazer.
Sinto o vento me abraçar e adoro essa sensação de cansaço, a respiração é lenta e doce.
Meu mundo anexo me faz tão bem.
Olhei as luzes da cidade hoje, estavam lindas, um amerelo com áurea de nuvem pelo frio que corria as ruas.
Por mais frio que fosse era essa a liberdade que eu desejava sentir.
Eu voltava pro anexo mas desta vez sem machucados, sem ferimentos.
Era o conforto de voltar pra casa. A tranquilidade me deixava inquieta e me dava um imenso prazer.
Caminhei na areia, olhei o mar, desejei viver e me aqueci ao abraçar minhas pernas enquanto o vento soprava e a agua revolta molhava a areia fina.
Por um instante eu era apenas mais um corpo na imensidão do mar e isso me confortava.
O anonimato me deixa feliz.
Passo pela vida das pessoas e não deixo nada, nem de bom e nem de ruim. Simplesmente tenho liberdade pra partir sem olhar para trás.
Eu levo tudo comigo. O amor, a dor, o prazer, a raiva. Tudo.
Sem assuntos pendentes me dou o luxo de poder morrer pra muita gente todos os dias, fazendo com que elas me esqueçam e não se lembrem nem mesmo quem eu sou.
Boa noite!


quinta-feira, 15 de julho de 2010

Manhã de inverno

O dia amanhecia cinza, chuvoso, melancólico.
A luz do meu abajour vermelho deixava o quarto aconchegante e me fazia desejar não sair do calor das minhas cobertas.
Mas um novo, sim um novo dia precisava começar e assim eu levantei. Ouvia Bjork enquanto a água quente caia sobre meu corpo para o despertar.
Pensei em tantas coisas que senti certa vertigem, mas pensei no que agora seria bom...pensei na vida.
Desejei viver intensamente.
Bom dia!

terça-feira, 13 de julho de 2010

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Predileto - Dolls

Para ouvir Alice

Depois de incontáveis dias eu ouvi Alice e lembrei da ansiedade daquele encontro, do frio na barriga, do frio que percorria minha pele dentro daquele mosteiro.
O lugar era sagrado e o encontro divino.
Vitrais, afrescos, livros e rabiscos nos uniam naquele dia. Regado com café eu olharia um mundo novo naquela tarde de verão quente, com chuva rápida de fim de dia que observávamos da janela.
O sol banhava aquele corpo ainda desconhecido sentado nos degraus daquele lugar tão mágico.
Eu senti o coração bater mais forte e bombear mais que o necessário causando uma pequena e prazerosa descarga de eletricidade.
Meu corpo liberava endorfina e eu tinha uma sensação de liberdade que hoje estou a procura.
Sinto saudade da ansiedade, da descoberta, do interesse, do calor, da felicidade que me tomava por tantos dias.
Ouço Alice, pra lembrar desse dia, pra querer voltar o tempo.
Deixo-me embalar pela melodia doce que me faz flutuar relembrando todos aqueles bons momentos.
Saudades.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Um sorriso pra hoje

Eu esperei tanto por essas novas noticias, mas elas parecem ter menor graça se eu não puder te contar.
Abandonei pamelor, ganhei asas e vejo um horizonte novo.
Desejo com toda vontade que os dias passem correndo pra que o novo chegue logo.
Queria um café como nos velhos tempos pra te contar em detalhes os meus mais novos feitos.
Sinto uma saudade com imenso carinho da sua opinião e das suas dicas, de compartilhar esse momento tão comentado entre nós.
A vida pública e nossos projetos [não nossos no sentido da palavra, mas nossos nos sonhos pra uma cidade inteira], desprendidos de pudores economicos e politicos, com alma urbana de quem tem a cidade dentro de sí e é uma peça nesse quebra-cabeças de encanto, brutalidade e poesia.
No caos poético da metrópole nos damos conta das mesclas que nos encantam, da mistura de sons no que melhor nos define como os que se sentem "fora" do mundo.
Nossos gostos, nossa arte, a sua pintura, o meu filme [cenário], brincamos de ser personagens de nós mesmos, de descobrir um "eu" conturbado tecido urbano que nos presenteia com o que descobrimos nos porões da Pinacoteca, na imensa proteção protendida do Mube, na Casa das Rosas, na boa e velha Augusta de pedaços de pizzas prazerosos, de Espaço Unibanco para quem o cinema vai muito além de uma grande tela e pipocas com manteiga.
A chuva caia e o cappuccino aquecia. Entre cartazes corpos se movimentavam ao som de Bob Dylan.
Wong Kar Wai, Walter Salles, Cao Hamburger, Amos Gitai, Nani Moretti, Dolls, Casa Vazia, Amor a Flor da Pele, Um Beijo Roubado, 2014, Paisagem Azul, o Arco, Educação, O segredo dos seus Olhos, O Quarto do Filho, Uma Vida Iluminada.
Passeamos por todos eles sem qualquer constrangimento, sentindo uma felicidade nunca sentida.
Ansiosa pela FLIP, recolho os guardados de Iberê [Camargo], junto os pedaços de Clarice [Lispector], me deleito com Mario [Vargas Llhosa], abro um leque para Alice e me deixo encantar por um céu que a noite é perfeito.
Aprecio meus personagens no anexo...Ena, Ricardo, Daniel, Jena, Gabi, Fonchito, Lili, Violleta, Pig, Anne...sinto que me tocam e me acalentam pela falta que me fazem pessoas reais.
Divido aqui no anexo a felicidade real que não posso dividir diretamente com quem muito me ensinou para pegar esse caminho que está com sabor de descoberta e de volta pra casa ao mesmo tempo.

domingo, 4 de julho de 2010

Liberdade

Estou tentando respirar, mas o ar as vezes é tão raro.
Sinto que estou presa e não consigo sair. É como se tivesse mergulhado e não conseguisse voltar a superfície.
Sinto falta da minha plena liberdade.

terça-feira, 22 de junho de 2010

ânsia pelo anexo

Eu estava na ânsia pelo anexo. Precisava colocar essas palavras. O que estou fazendo? me enganando? sendo estúpida? pra que? pra quem?
Nem eu mesma consigo acreditar nas minhas atitudes sem sentido algum. Não sei como voltar atrás, mas sei que preciso.
Já deixei tudo ir longe demais.
Me sinto presa, sufocada, simplesmente porque não é o que quero, não é o que desejei pra mim.
Estar junto deveria ser sinonimo de liberdade, de mágico, porém tudo está exatamente ao contrário.
Sinto falta da minha liberdade.
Hoje queria ficar ausente de mim mesma, só pra não lembrar da besteira enorme que estou fazendo.
Sei que vou magoa-lo, mas que seja agora do que mais tarde.
Não quero olhar para a minha vida como algo que não foi escolhido por mim.
Quero ter real noção sobre o que sinto e o que quero. Não o que me foi dado.
O que pode parecer um presente, e admito seria um presente lindo, pode não significar o mesmo pra mim.
Sinto falta do abismo, do frio na barriga, do arrepio, de me sentir na pontinha dos pés pronta pra pular.
Tudo parece mais complicado do que eu sou capaz de compreender.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Coisas Novas

As vezes me pego pensando se quero essas coisas novas. Tudo parece tão irreal como as minhas palavras e ao mesmo tempo que acho que devo arriscar o passado me atropela me fazendo voltar atrás.
Estou tentando não ter medo, mas a minha insegurança com relação aos meus sentimentos me faz buscar onde estava toda aquela certeza de dias atrás.
Em que momento me perdi?
O que talvez eu esteja fazendo é esconder quem realmente eu sou para achar um lado que eu nunca soube onde esteve.
Essa mudança por hora não é confortável mas me instiga a saber como será. Meu receio de ferir pessoas no meio do meu caminho é algo que parece me bater de hora em hora.
Não existem os mesmos machucados de sempre, mas uma nova sensação de aprisionamento permeia meus pensamentos.
Deixar de visitar o anexo me parece impossível.
Tomada por um medo absurdo, tento ser racional o máximo que consigo.
E é tão difícil tomar decisões que parecem claras para uns e totalmente obscuras pra mim.
Mas chegou a hora, é o melhor a se fazer agora. É quase necessário.
Deixei-me levar.
Pela primeira vez não há abismos que me chamam e nem um frio que percorre o corpo.
Mas há um corpo que desprende-se de um desejo e é preciso contempla-lo.
Não quero contar o tempo, não quero imaginar que horas são poucas e que segundos ditam a preciosidade do destino que desconheço e como uma criança tenta segurar o caminho ditando exatamente o quer.
Como se estivesse fugindo do controle, vejo as coisas escaparem por entre meus dedos. Desta vez as regras não são minhas, os desejos não são tão meus.

Para a Despedida de Saramago

"Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, será só um dia mais."
José Saramago

quinta-feira, 10 de junho de 2010

A primeira noite

Peguei o último copo e acendi o último cigarro, sentei a beira do mar e me pus a observar a vida que não mais estava em minhas mãos.
Pamelor me faria sentir mais o gosto da bebida.
Eu olhava o mundo que rodava e eu não queria parar...
Senti a água molhar meus pés e como em um filme vi cenas em que eu estava mas não dependiam de mim participar.
Observei você me tocar e senti saudades de uma época que eu não estive presente.
Senti falta do passado apagado na areia fria.
O vento me atravessava, as ondas batiam nas pedras e eu sentia todo o peso de uma história que eu quis esquecer de escrever.
Meus olhos buscavam pela nossa última imagem...eu buscava você no meu corpo e na minha memória.
Vestígios do que fomos estavam espalhados pela minha pele.
Senti um topor provocado pela bebida.
A roupa molhada envolvia o corpo e um frio percorria pela espinha.
O seu calor me aqueceria.
A vida era frágil.
Fechei os olhos, ouvi o mar revolto contra as pedras, desejei nunca ter te conhecido pra jamais ter te amado..
Deixei as lágrimas falarem por mim. Apaguei o cigarro que eu nem mesmo tinha colocado na boca.
O último gole tinha gosto de saudade, a saudade lembrava o meu desejo, meu desejo lembraria de nós, do nós que nunca fomos.
Adormeci na areia, procurando um caminho de volta, de volta pra onde eu não deveria ter ido.
Você era o abismo e eu me joguei sem olhar pra trás.
Seu corpo era o labirinto que eu optei me perder.
Sua alma me condenaria para sempre e eu aceitaria sua condenação por felicidade.


segunda-feira, 7 de junho de 2010

As vezes sou tão pequena

Hoje acordei com medo de abrir os olhos.
Eu sentia a solidão dos meus passos mas esperava encontrar alguma companhia vasculhando meus guardados, foi em vão, caminhei sozinha e assim fiquei o dia todo.
Cumpri deveres, hoje eu não passaria disso.

sábado, 29 de maio de 2010

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Chorar é tão humano

eu poderia me despedir e isso parecer mais digno do que uma tentativa de entender o que se passa, mas sou tomada por uma teimosia que em nada me permite questionar ou pensar o que estou fazendo.
amanheço e não compreendo o vazio que preenche todo o meu dia.
trabalho no "piloto automático" ou melhor acho que vivo nesse estado automático.
como se me punisse por algo que não cometi.
encaro meu mundo paralelo como se fosse uma loucura que eu não quero controlar.
como criança me deixo levar pelas lágrimas.
chorar é tão humano.

Um pequeno presente de L. para a minha loucura

Loucos e Santos

"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."

Oscar Wilde

Obrigada L.

Clarice Lispector

Usarei Clarice para a minha ausência de palavras.

"...Que minha solidão me sirva de companhia.
que eu tenha a coragem de me enfrentar.
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo."

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Metal Heart

um frio corria por debaixo da porta, a claridade vinha dizer que um novo dia trazendo uma nova semana começava.
eu respirei fundo e quis não ver nada disso, mas algo me empurrava para fora da proteção que meus cobertores me faziam.
levantei querendo que o mundo parasse pra que eu pudesse ali ficar.
olhei as minhas lembranças passando como em um telão a minha frente e me perguntei não sobrou nada daqueles dias? nem mesmo o carinho por uma amizade recém começada? acho que não.
ultimamente imploro por um "oi" e me mantenho em pé.
tenho chorado menos, ou melhor tenho demonstrado menos como me sinto.
pamelor me mantém sem dor e nisso isola quase todos os meus reflexos, embora eu os sinta de uma outra forma, bastante intensos dentro de mim mas escondidos, bem quietos de forma a não importunar quem não merece ser importunado, de alguma forma isso me tranquiliza.
e a dor, ah! a dor é quase inexistente.
a tristeza me consome mas eu quase não consigo chorar e pelo contrário consigo sorrir, brincar e enganar a mim mesma sobre o tempo que eu vejo que passa e eu não dou um passo adiante sequer.
me apego a qualquer que seja o motivo para me sentir um pouco melhor.
observo as manhãs frias desejando poder ficar apenas olhando pro céu a contar nuvens e possíveis gotas de chuvas muito mais lentas e serenas do que no verão.
da minha janela observo uma cidade que se movimenta, vejo o balanço das árvores e sinto a liberdade que o vento nos oferece.
percebo como ele é leve ao atravessar meu corpo, mesmo sem ser uma silueta com esbeltez.
é preciso respirar fundo, piscar até que as lágrimas não caiam e abrir a porta esperando por um novo dia e alguma conquista.
desejar o impossível apostando em uma vitória que por mais otimista que possa ser, saberei que não virá.
recolho os pedaços, tento formar um mosaíco mas nem sempre é o que consigo.
e vou aprendendo que as coisas são assim, não posso me apegar ao novo simplesmente porque tenho medo, por menor que seja o tombo ele sempre te machuca, sempre sobra alguns pedaços que não saberemos colar de novo.
e me sinto cansada de cola-los, por isso me despeço e os jogo fora e quase sempre me esqueço que os machucados expostos doem muito mais.
a exaustão me bate e "pamelor" me tira fora do ar...preciso dormir ou melhor fechar os olhos e apenas não sentir.
boa noite!






segunda-feira, 17 de maio de 2010

Corpo e alma

Foi necessário insistir para abrir os olhos. Estou de novo em Nova York.
Chorei muito ao deixar Londres e o amor de Gabe, adormeci ouvindo come away with me in the night, porque quase sempre acho que dormindo me sinto protegida de mim mesma.
Desejei desesperadamente, que não me fizesse chorar e até me mantive firme por um bom tempo, mas não resisti, entreguei-me as lágrimas como se elas pudessem fazer diminuir o que sinto.
Senti que tocava a minha pele, me aquecia, me abraçava.
Como se tivesse medo de perder, me apertava em seus braços e assim me faria sonhar.
Senti a respiração e um arrepio que percorria o corpo todo.
Você sorria como se brincasse comigo e eu queria ir além. Queria mais do que a inocência de nossas brincadeiras.
Me entreguei quando seus olhos encontraram os meus. Por eles você descobriria todos os meus segredos e senti todo o peso do seu corpo em febre sobre mim.
Senti o vento me assoprar e sorri pelo frio na barriga que senti e me vi na direção contrária.
Um estranho que me conhecia tão bem, uma sintonia inacreditável, uma cumplicidade em cada gesto.
Palavras não eram necessárias pra que você adivinhasse os meus pedidos.
Estávamos na mesma linguagem com corpo, alma e desejo.
Você mapeava meu corpo e eu achava graça.
Em silêncio observamos o céu, contamos estrelas, desenhamos nas nuvens.
A cidade se movimentava freneticamente e ao mesmo tempo tudo parecia em câmera lenta.
Acordei ainda sentindo o calor do seu corpo ao meu lado.
Quero sempre o que não posso ter? Não, apenas abro mão de fazer com que outras pessoas passem por esta dor.
Me escondo do mundo, prometo o que não posso e pago sempre um preço alto demais por meus devaneios e desejos.
Fecho os olhos e me permito pular. Sinto o vento e uma voz que me chama.
Lanço-me sem medo da dor.
Corpo e alma...
Ventos e vendavais.
Observo a vida pelo lado de fora calando meu desejo a cada dia pela dor da sua ausência.

sábado, 15 de maio de 2010

A noite o céu é perfeito!

Cheguei a Londres essa manhã, senti uma falta incrível de Ricardo, mas decidi deixá-lo pra trás como fiz com Paris.

Eu não podia mantê-lo comigo.

Penso em tantas coisas agora e ao mesmo tempo não penso em nada com medo do que posso pensar.

Um frio percorre minha espinha quando penso que tudo está tão longe.

Por conta do medicamento, a visão parece turva e os movimentos mais lentos.

Uma agonia fina toma conta dessas horas, não entendo porque estou me sentindo assim.

Você me tirou da sua vida e eu resignei-me a minha ausência.

Não é tão fácil como parece, mas engoli meu orgulho e aceitei. Parti.

Não há convites, não há discussões, não há cinema, não há café.

Dei meus passos de Alice no seu mundo encantado. Peguei o caminho errado e estou agora só tentando voltar pra casa.

Não imaginaria que tudo fosse ser tão doloroso. O segredo que seus olhos guardavam ia além da minha imaginação.

Não entendo o que é esse vazio dentro de mim, como se houvesse uma ausência de alma.

Pergunto onde meus passos me levam e não consigo entender o que eles respondem.

Estou tomada por uma inquietude que me sufoca. Sinto-me triste como há dias não me sentia. Uma saudade invade todas as coisas que tento pensar e me pergunto, era necessário que fosse assim?

E o pior é saber que os dias serão todos iguais, mil sonhos serão enterrados.

As lágrimas correm de mim.

É horrível a sensação que tenho de estar cada vez mais fora da realidade comum. O que há de errado?

Pela manhã eu parei pra observar a cidade e seus movimentos. Vozes, passos e eu olhava as cenas como se elas estivessem expostas em quadros.

Me despedi dos meus amigos em Londres, aqui era só uma passagem pra aprender o valor de um amor, mais forte que a vida.

E eu que te amo tanto, sufoco meu choro e tento achar um caminho pra aprender a lidar com a dor de te perder dia após dia, sabendo que não estou a altura do seu coração.