quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Pra pensar...

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta. O amor não é chegado em fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar. Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco. Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina o Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então? Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome. Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai ligar e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara? Não pergunte pra mim. Você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor? Ah, o amor, essa raposa... Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, ta assim, ó! Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! (Arnaldo Jabor)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Uma quarta-feira qualquer

Eu procurei não me entregar aos meus pensamentos, mas eles estavam ali me rodeando o dia todo.
Eu busquei por mim mesma e pelo meu amor próprio e quase não achei nada.
Mas o seu nome ecoava na minha cabeça...Eduardo....e no meu coração o calorzinho que aquecia a alma...as suas mensagens estavam lá, quase todas...eu achei que as tinha perdido.
Me provavam o contrário do que todo mundo pensa...não tivemos nada...será mesmo? e as mensagens? quem explica?
Quem explica um bom dia com pedidos de desculpas em cada gota de chuva? Quem explica um oi moça, quero te ver? Quem explica um preciso de um beijo seu? Quem explica o que aconteceu? Onde foi que te perdi? Se pra todo mundo eu nunca tive você.
Ah! Du...a vida era tão mais colorida quando você me chamava. O que dizer do cara que no telefone me falava "quero você de novo"? O que explicar do "estou com saudade" ou mesmo do "do quero te ver mais"? Enlouqueci?
Não, elas estão todas lá, todas pra qualquer um ver, pra eu ver, pra me lembrar do quanto me senti a mulher mais feliz do mundo ao seu lado, do quanto me senti desejada por você, do como meu coração acelerava cada vez que eu ouvia musica que escolhi para seu toque, para suas mensagens, pra o seu desejo.
Só te vejo na outra distante semana, você me dizia....topa um café no sesc santana amanhã as oito? e você nem sabia onde era o sesc santana...rs e eu adorei.
Adorava a forma que você me apertava contra seu corpo, adorava o jeito de passar os dedos por entre meus cabelos, de me segurar pela nuca deslizando a mão nas minhas costas.
Onde você foi parar? Passo por doida quando falo de você para as pessoas, desse sentimento que me consome um pouco mais a cada dia, que lentamente me deixa sem rumo....simplesmente porque pra elas assim como pra você eu fui apenas mais uma das suas menininhas.
Idiota eu? talvez.
Deixei de acreditar no amor. Deixei de acreditar nas pessoas. Deixei de acreditar em mim mesma.
Amor mata? pode ser que sim.
Conto as horas pra que os dias passem mais depressa...procuro me afundar em trabalho pra ocupar o pensamento...me transporto pra dentro dos livros pra não sofrer como os personagens.
Deixo a vida passar do lado de fora.
Como posso apagar do meu corpo aquele dia no little darling? como posso apagar da minha alma o dia do Aldeia? Você me beijava com desejo, me apertava com vontade, era real e estava ali.
A doçura daquele cinema? as lágrimas que não fez você me achar chorona?
Como posso? Como querer esquecer o que nem mesmo sem memória eu esqueceria?
Como apagar do corpo e da alma o que eles pedem todos os dias? Sem resposta segue a vida...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Um retorno a mesa 42

Foi engraçado e estranho está naquele lugar hoje. Em nada éramos o que fomos há quase um ano atrás.
A mesa 42 do café era um cenário classico pra F. mas hoje chegamos a mudar de lugar pela ausência de sentido em estarmos naquela mesa.

Talvez o ritmo da conversa até pudesse parecer o mesmo mas nós não eramos, existia uma ausência de um desejo que já não se faz mais presente.
Eu estava naquela mesa, eu bebia aquele café mas em nada mais existia aquela mesma menina de olhos brilhantes e esperando por um beijo bom, com gosto de café...
Café nos unia e hoje é só mais um elemento.
Era uma sexta-feira, já tinhamos nos encontrados ali uma outra vez também em uma sexta-feira, mas F. era um personagem que eu queria, que eu desejava, que eu descobria e adorava...
As coisas passam e assim eu espero que o que sinto hoje também passe.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

um post reescrito

eu sentia seus passos na minha direção, eu acreditava no que não estava vendo, eu queria o que meu desejo apenas mandava.
senti você respirar bem perto de mim e assim permaneci até que meu corpo estremeceu...as ruas estavam calmas, desertas, luzes amareladas deixavam a paisagem bucólica e melancólica da noite ainda mais interessante...me deixava levar por essa imagem ao som de "quelqu'un m'a dit" e me permitia sentir seus braços me apertarem sem abrir os olhos me deixava conduzir e me perguntava se seria mesmo possível, se seria mesmo real.
a vida era tão mais interessante vista pelos seus olhos...as cores eram mais intensas quando eu olhava seus olhos verdes que me transportavam pra outro lugar...você me olhava e eu me sentia completamente frágil...você me pegava e eu me deixava cair em seus braços...eu sentia todo o calor do seu corpo junto ao meu...
sua pele quente me aquecia, seu corpo se encaixava em mim, seus braços tinham sido feitos somente para aninhar meu corpo...sua boca só para receber a minha, seus olhos apenas para me verem...eu sentia você me tocar mesmo com aquela distância que nos tornava informal.
você estava ali o tempo todo e ao invés de dizer que eu te adorava, eu não podia dizer nada, eu andava e desejava agora esquecer mas lembrava mais e mais.

domingo, 2 de agosto de 2009

para domingo a noite

caminhei pelas pedras, voltei pra casa com pequenos cortes causados pelo caminho...eles me faziam lembrar o que de bom eu tinha, o que perdi e o que nunca achei...
senti o vento me bater e me deixar com mais sensação de vazio e frio...dor...medo...
achei que me encolhendo me protegeria do inimigo, foi em vão...ele me achou e sem piedade me matou um pouco por dia, um pouco por hora, um pouco por cada minuto, um pouco por cada segundo...
olhei para as marcas no meu corpo, senti saudade da mão que um dia me protegeu, eu me dava conta ali da minha solidão.
continuei caminhando mar a dentro até perceber que ali estava o meu limite para viver e deixar...senti o gosto salgado na boca, um frio e uma solidão ainda maior...respirei a maresia...senti o corpo pesado mergulhar fundo...voltei...lancei-me na areia cansada da batalha...fugi pela covardia...pelo medo...

Para a minha saudades de mim mesma

saudades da frança


saudades da espanha

para quem também não acredita no amor