quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

O natal

Quando eu era criança acreditava que o natal era onde tudo se resolvia. As pessoas pareciam esquecer qualquer que fosse o problema, quando se cresce se percebe que não é bem assim.
Mas o natal ainda é um tempo mágico...
Ainda consigo querer ver entrar pela porta da sala (sim, não tenho chaminé) aquele bom velhinho trazendo todo o meu desejo dentro de um saco vermelho.
Infelizmente ele não vem mais há muitos anos, mas ainda tenho dentro de mim uma garotinha que o espera.
Hoje os desejos são outros, muito maiores do que o que possa caber no seu doce trenó, porém são sonhos tão distantes que só mesmo papai noel poderia me dar.
Amores possíveis...
Esperanças maiores...
Feliz Natal.

domingo, 20 de dezembro de 2009

O garoto da Emurb

Eu pensei que ele tivesse acabado de chegar de Londres. Sua imagem combinava com aquela paisagem melancólica e fria, não porque ele era frio, mas porque sua pele clara combinava com a paisagem gélida.
Seus olhos esverdeados viam um mundo além do que estava a sua frente, seu sorriso iluminava tudo a sua volta. Um sorriso de menino, doce, mas que escondia um homem.
Sim, um homem decidido no que quer e como quer.
Mas esse garoto com ar de Londrino me encantava e eu nem sabia exatamente porque me sentia assim.
Porque tudo tem que ser tão difícil? Ontem eu me sentia a pessoa mais feliz do mundo e hoje não sei onde foi parar tal alegria.
Por mais que eu não queira o que ainda me incomoda são as coisas que não posso prever.
Não posso arriscar nada, simplesmente porque pulo do abismo sozinha, sem olhar pra trás e nem mesmo ter tempo pra me arrepender, sinto o vento me bater.
O vento carrega meu corpo desafiando a gravidade que deveria deixá-lo no chão.
Flutuo por caminhos que eu mesma escolho, sabendo de toda a dor que eles irão me trazer.
Como em física eu estou para o abismo como o corpo para a gravidade e claro, a minha ação tem uma reação contrária de força igual ao meu desejo.

Hoje não receber o seu abraço, mesmo que na brincadeira, mesmo que na amizade, doeu de alguma forma.
Você beijou meu rosto como se eu fosse uma desconhecida, mas senti suas mãos frias ao me tocar numa ação involuntária do seu corpo.

Eu quis te ensinar tantas coisas...Eu quis abrir um mundo novo pra mim e pra você.
Desejei por um instante ter chego antes na sua vida.

O amor é vermelho e se chama Ni

A amizade é azul e se chama Tha

sábado, 19 de dezembro de 2009

A liberdade é branca e se chama Fer

O que dizer sobre essa liberdade? essa ausência de medo ou receio que nos faz nos lançar pra onde quer que o vento nos leve.
Fer é assim, o vento carrega, traz e leva de volta...deixa saudade, marcas, prazer, alegria...
sorriso de menina...doce, de bem com a vida, de braços abertos pra imaginação.
minha fetuxa, cariño...te amoooo sempre.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A espera da chegada

As coisas se tornam cada vez mais solitárias, a vida passa diante dos meus olhos sem que eu possa alcançar nada que vejo e desejo.
É pedir muito um amor? Não qualquer amor. Eu seria hipócrita de dizer que não me deixa feliz ouvir que as pessoas me amam, mas além delas não serem quem eu espero, eu sinto que preciso de mais verdade nesse sentimento.
E caminho assim com a real sensação de que ainda não chegou a hora. Ando sabendo que ainda não conheci quem deveria, como se o que eu busco ainda não tivesse sido encontrado (talvez agora), não no que sinto dentro de mim ou nas respostas que meu corpo emite enquanto escrevo essas palavras. É como se eu ainda não tivesse achado físicamente a razão da minha busca, dos meus sonhos e quem eu espero a tanto tempo.
Agora ouço a vibração dos trens que invadem a plataforma, olho uma cidade belamente iluminada e que começa a se recolher, faz calor, muito calor mas tem um ar mais fresco depois da chuva tempestuosa do fim da tarde.
Durante alguns meses eu soube muito sobre essa estação, o ... partia daqui para quase todos os lugares, inclusive no dia em que nos conhecemos e no dia do doce sorvete no sesc santana. Que saudade! não dele em sí, mas do frio na barriga da espera, do beijo doce e com vontade, do abraço apertado, do desejo de mais um dia, da espera gostosa e do prazer da chegada.
Do frio na espinha anunciando as mãos que percorreriam meu corpo, e hoje por mais que eu sinta saudade não era ele quem eu esperava.
Não, seria ele que faria minha busca chegar ao fim. Por horas eu poderia listar o que gostava nele mas faltava algo, sempre falta.
Me sinto feliz com o trabalho, precisava de grana, claro, mas fazer o que né?! Estamos organizando uma festa e será linda. E desejaria muitas coisas, mas pra esse dia eu só queria completar minha alegria com um amor. Mas claro amor meu igual a meu amor. Aprendi ao longo desses últimos meses que em nada adianta uma idolatria, um desejo sozinho e que de fato quando um não quer dois não chegam a nenhum lugar.
Quase sempre me sinto perto do abismo prestes a me lançar porém agora mais do que nunca, desejo viver!
Desejo vida, sentir, esperar, chorar de prazer, de alegria.
Colocar as coisas no lugar, arrumar as gavetas para o novo ano.
Tenho sede de viver, conhecer, experimentar, saborear cada segundo, cada gesto, cada pessoa, cada momento.
Vejo corpos que se abraçam, tina alguém a espera...eu quero ter alguém a minha espera. Quero provar essa espera.
Vivenciar a chegada pra dizer que eu te amo!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Para a noticia boa de hoje

Contando os dias....

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Uma dor

Essa semana começou pelo avesso e eu também me vi pelo avesso...quero mudar de lugar e não consigo sair do canto...busco em mim mesma algo que perdi e não sei onde deixei...reviro os livros, as minhas coisas e olho pra todas elas como se não fossem minhas, um certo desapego por elas.
As vezes me pergunto qual o sentido e que rumo dar a tudo agora...me pus a caminhar na areia, deixei a água molhar meu corpo, busquei-me...olhei para os meus passos perdidos nas marcas que ia deixando pra trás...me vi criança, adolescente...e adulta...uma mulher sem muitos sentidos, sem muitos sonhos, sem quase nenhum desejo além do de viver silenciosamente.
Por mais que eu queira gritar, sair correndo...estou sempre me escondendo de mim mesma, fugindo insistentemente de tudo e de todos...quero apenas passar pela vida...desapercebido aos olhos alheios...não quero me ferir e nem machucar outras pessoas.
Quero olhar o meu mundo...pela minha janela...escondida...espiando a mim mesma...me perdendo cada vez mais...sem olhar pra trás vou apagando o caminho de volta.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Para a chuva de hoje

Hoje a chuva se fazia presente no fim da tarde, enquanto eu esperava eu olhava pra ela e lembrava da chuva fininha que tomamos, da chuva doce que observamos pensando um no outro cada um em um canto da cidade, você me ligou e disse "tá vendo a chuva?" e eu disse sim, e você perguntou "está bonita né?!" e eu disse linda e você me disse "estou pensando em você" e eu respondi eu também e por uns instantes era apenas eu, a sua voz e a chuva...ouvindo sua voz doce, suas palavras apenas pra mim...eu sentia você me tocar, sentia o calor da sua pele...um arrepio doce percorria meu corpo...sentia o gosto da sua boca....e quando você dizia "preciso te ver, preciso de um beijo seu" era como entrar em êxtase.
Eu deseja todo os dias...todas as manhãs era alimentada por uma doce mensagem de bom dia e pouco me importava como seria o dia, ele seria bom porque eu sabia que no fim do dia de alguma forma eu teria você.
O tempo passa e eu não consigo te esquecer...não consigo parar de lembrar dos detalhes, dos momentos, dos maravilhosos dias que passei com você...eu tinha medo de dormir e tudo não ter passado de um sonho bom, mas eu acordava e sua primeira mensagem do dia estava lá me lembrando que você era real.
Eu fechava os olhos e sentia você percorrer o meu corpo, sentia seus dedos entrelaçados aos meus cabelos, sentia você dedilhar a minha nuca e descer suas mãos pelas minhas costas...sentia você me apertar como se tivesse medo que eu fosse embora...me beijava com desejo e volúpia, com prazer e certeza...com força e delicadeza.
Estar com você era como estar em mar aberto, por mais que se corra perigo a beleza é encantadora e você só quer se entregar mais.
Você me chamava e eu corria na sua direção...achei meus caminhos no trajeto do seu corpo, encontrei paz de espírito no calor da sua alma...compartilhei as batidas do seu coração...encontrei a mim mesma perdida em seus braços...sentia você me consumir e uma alegria tomava conta de cada pedaço que compunha minha vida...eu amava seu perfume.
Me lembro com saudade dos olhos que me desejavam, da boca que me buscava, dos braços que me aqueciam...."você está com frio?" você me dizia e eu respondia um pouco...sem pensar duas vezes você me aquecia...faltou um final feliz e o combinado era não chamar de final...talvez um começo mas não um final...só que você esqueceu.
Você compõe minha vida mesmo que seja de um espaço vazio que eu já não posso mais ocupar.
Hoje vejo a minha vida pela janela...deixo as pessoas passarem mas não permito que elas fiquem...brinco o tempo todo pra não deixar de sorrir, busco razões pra enganar a mim mesma, viro escrava do meu trabalho pra poder não pensar...geometria, paisagismo, planejamento, sistema viário....brinco, me divirto com o que faço...passeio no desenho do seu corpo, planejo sua reação...ah! porque tanto tormento? porque não consigo deixar de te amar?

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Surround me With ypur love

Hello
Can you hear me
Please don't go
Where are you going
Conversations go over my head
Isolation has an ugly face
Surround me with your love
Understand me
I need you now Surround me with your words
Understand me
I need your love I need your love
I need your love
Hello
I'm so lonely And it feels like disease
Come and stay, stay beside me Stay always forever don't go Surround me with your love Understand me I need you now Surround me with your words Understand me I need your love

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Tão bonito

Saudade dói (Miguel Falabela)

Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua,
dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.

Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor,
Ou quando alguém ou algo não deixa que esse amor siga,
Ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania
de estar sempre ocupada;
se ele tem assistido às aulas de inglês,
se aprendeu a entrar na Internet
e encontrar a página do Diário Oficial;
se ela aprendeu a estacionar entre dois carros;
se ele continua preferindo Malzebier;
se ela continua preferindo suco;
se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados;
se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor;
se ele continua cantando tão bem;
se ela continua detestando o MC Donald's;
se ele continua amando;
se ela continua a chorar até nas comédias.

Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos;
não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento;
não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer;

Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você,
provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...

Para você meu sonho

As vezes me pergunto onde estão as coisas que perdi? Rodo em círculos e não acho, simplesmente porque o que foi perdido não me pertencia.
Ontem eu senti a dor profunda da sua morte. Sem conseguir respirar e descobri que tudo não passava de um pesadelo eu me perguntava porque tinha deixado de te dizer tantas coisas? porque não houve tempo pra que você soubesse o quanto eu te amava? porque você não ia poder me ouvir e mesmo que fosse pra me reprimir eu não escutaria sua voz...eu queria um último oi moça...um sorriso com cara de menino levado que me tirava do chão e me faria voar sem ter asas...por mais que o tempo passe ainda sinto seus braços me apertarem, ainda lembro do gosto bom da sua boca...e do brilho dos seus olhos...lembro insistentemente todos os dias e todos os dias tenho que encontrar um caminho diferente que hoje me livra da entrega ao meu choro...choro não pelo que poderia ter sido mas pela saudade dos dias que foram...choro não pela dor da sua partida mas de lembrar do prazer da sua chegada...choro por mim...pela chuva que não tomamos, pela sequência de mensagens de bom dia...pela saudade, pela ausência e pelo vazio que hoje existe no mesmo lugar.
É engraçado ter um vazio ocupado...um buraco que se contorna a cada dia pra aprender a levantar-se no dia seguinte.
Eu busco todos os dias pelo calor da sua pele que ainda posso sentir no meu corpo. Ah! que sensação deliciosa.
...só queria agradecer por você existir e dizer o que nesse meu pesadelo eu lembrei que não ouve tempo pra dizer que eu amo você.

sábado, 3 de outubro de 2009

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

domingo, 20 de setembro de 2009

Na busca pela solidão

Hoje de certa forma começa um novo dia...me afastarei das pessoas...acho que não quero incomoda-las.
De fato acho que vou chegar um dia em que buscarei pela solidão que hoje vou aprendendo aos poucos viver com ela.
Imagino que pela minha personalidade ela seja o que melhor se encaixa...quando queremos estar junto demais das pessoas, é quando sabemos que o melhor que temos a fazer é ficar sozinhos pra não sufocar, não alterar o humor delas em relação a você.
Hoje busco por essa evolução...o aprendizado da solidão e tenho a certeza de que chegarei lá. Me afastar do mundo é uma maneira digna de sair de cena, se não posso fazer nada de bom para as pessoas também não devo fazê-las me suportar por mais tempo.
Sou de poucos amigos...e na verdade em 25 anos fui de muito menos do que o que possa parecer e pra que eles tenham ainda o mínimo de carinho é melhor que eu saia de cena deixando a eles alguma coisa de bom. Não ligarei, não procurarei, não mandarei mais mensagens, me resigno a minha insignificante presença, ou melhor, a minha doce ausência.
Irei recolher parte do que restou de uma pessoa como eu. Quantas pessoas eu magoei? Quantas pessoas eu irritei, apenas pelo fato de existir ou de querer que elas fossem mais felizes? Acho que certamente todas que passaram pela minha vida. Vou me recolher, vou me esconder, vou deixa-las ter o prazer da minha inexistência.
A partir de hoje passo a vagar no vazio. Vou caminhar por entre as pedras dos meus abismos pessoais...das minhas falhas humanas...dos meus medos bobos...irei encarar de frente o inimigo que vira a cada dia mais o meu amigo a solidão que me abraça e me protege todos os dias. Me fecharei a ela como quem busca abrigo.

sábado, 19 de setembro de 2009

Evolução

Era uma noite de sexta qualquer, eu tinha lido todas aquelas mensagens e decidido apaga-las de uma vez por todas, apaguei a primeira, a segunda e não sei que botão errado apertei que reenviei uma delas.
O telefone tocava indicando o nome que tanto me fez sorrir...gelei e não atendi...novamente...não atendi...um numero desconhecido...e eu embalei e não atendi...quando tocou novamente eu desejei por uns instantes ouvir aquela voz novamente...surpresa...atendi...a voz não era a que eu pensava e a pessoa me perguntava quem era?? como assim quem era?? era eu...sempre eu...mas pra minha surpresa maior a pergunta vinha simplesmente porque do outro lado da linha não era quem deveria ser.
Surpresas a parte, virou uma sequência de mensagens, pedidos de desculpas e justificativas que foram dando lugar a questões curiosas.
Como em flores...uma mulher escreve uma carta, sem saber que o endereço já não pertence a quem ela escreve, as cartas são lidas por um outro homem...sim e ele me disse eu fiquei com o beijo que era pro outro cara.
Mas isso é uma outra história...um acidente telefônico...
Só sei que hoje deixei as mensagens enfim partirem do meu telefone...atirei ao vento o papel de um sonho que há meses ocupa espaço entre as minhas coisas, como se fosse um amuleto da sorte ou do azar eu já não sei mais.
Quando o peguei hoje, senti ainda um perfume e um acelerar do coração, senti um frio na espinha e uma dor que contornei sorrindo pra mim e para quem mais quisesse ver...eu quis contornar esse buraco e por vezes essa foi a primeira que não tropecei...atravessei, fechei a lata de lixo e não chorei.
Mensagens apagadas, papel de sonho jogado fora e telefone que não tenho mais....literalmente acabou.

sábado, 12 de setembro de 2009

a deriva

o dia começava e eu achei que seria um bom dia, me enganei mais uma manhã ao me maquiar pra sair de casa escondendo de mim mesma as marcas que ainda me eram visíveis.
abri a porta e olhei para o novo dia que nublado se fazia...com longo esforço fui para o trabalho.
a manhã começava bem e relativamente calma como todas as outras, ao longo do dia confirmações e reuniões que me animavam...sem saber eu caminha para o abismo por onde eu me lançaria ao cair da noite.
eu aguardava para tomar um suco e mostrar umas fotografias das maravilhosas férias quando fui tomada por uma noticia que abriria sem nenhuma proteção um enorme buraco por onde eu despencaria em queda livre.
os rumos dos meus planos estariam deste momento em diante comprometidos, alguns talvez destruídos, limitados e outros ainda teriam que ser completamente esquecidos...chorei por mim...pelo "sem família"...pelo "você ainda é jovem" como se tudo isso fosse uma justificativa.
aos longos dos meus 25 anos jamais passei por tal situação, por isso me sinto a deriva, sem direção, sei que de alguma maneira as coisas se acertam mas não será tão simples assim.
Me apavora a sensação de perder algo tão importante, perder o que significa um dos maiores sentidos da minha vida, além de ser a grande dedicação da minha vida, o único resultado que esperei por anos, que desejei, que busquei e agora o vejo escorregar por entre os dedos...sem forças me escondo, me protejo, me entrego ao medo que sinto e a dor que domina meu corpo.
...preciso dormir...

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Escapar

Es el principio y el fin, así me siento yo, hoy. Abre las puertas de la percepción, usa el poder de tu imaginación, aunque no puedas mirar hacia el sol, sabes que sigue brillando. Piensa en las cosas que te hacen sentir, cada segundo vivir y escapar, este momento y la gente pasar, sientes por dentro que todos se van. Desde el principio, al fin, sólo quisimos vivir. Por qué es tan difícil, creer? Que no habrá un mañana jamás. Abre las puertas de la percepción, Usa el poder de tu imaginación, Aunque no puedas mirar hacia el sol, Sabes que sigue brillando. Piensa en las cosas que te hacen sentir, cada segundo vivir y escapar, este momento y la gente pasar, sientes por dentro que todos se van. Hacia el sol. Hacia el sol. Abre las puertas de la percepción, usa el poder de tu imaginación, aunque no puedas mirar hacia el sol, sabes que sigue brillando por ti. Piensa en las cosas que te hacen sentir, cada segundo vivir y escapar, este momento y la gente pasar, sientes por dentro que todos se van. Sientes por dentro que todos se van, (x11)sientes tu alma queriendo escapar.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

*-*

Achei que fosse possível ficar um tempo longe...enganei-me mais uma vez, preciso do meu refugio, do meu esconderijo...estou prestes a completar 25 e ainda me escondo como criança quando preciso chorar.
Eu andei pelas ruas sem olhar para nada, não observei o movimento das pessoas, nem as cores, não parei pra prestar atenção na luz e muito menos no que eu ouvia, os barulhos eram intensos mas eu me concentrava na minha respiração, nos meus passos incertos e tão claros de onde deveriam chegar e ao mesmo tempo tão conscientes de que jamais alcançariam esse lugar, desta forma caminhava sem esperança.
Meus pés machucados, sangravam e traduziam para o mundo externo o quão machucada eu estava por dentro...juntei cacos, colei pedaços, qualquer coisa que tenha sobrado e mesmo em vão porque com o que perdi não consigo mais montar meus sentimentos, tentei recolher o pouco que restou, o que ainda me faz ficar em pé.
Senti o vento passar por mim, uma paz tomou conta daquele corpo tão fraco.
Fiz isso pra esquecer, pulei do abismo...senti saudade, medo...mas já estava em queda...lembrei-me da infância, do sorriso e de crescer aprendendo a ter sempre um personagem sorridente e falante como quem precisa convencer as pessoas de algo que não é.
Deixei planos, sonhos, anseios, desejos...não olhei pra trás...não lembrei...não esqueci...apenas andei...estava na beiradinha e brinquei com os pés criança.
Senti falta da doçura de Fochito, da força de Anne, dos desejos de Liesel, dos desafios de Daniel e Enna, mas nada era como a falta de Ricardo.
Será que um dia vou deixar de te amar? não sei...
Rezo todos os dias por isso...por me livrar do tormento que isso virou...sem nem imaginar invade a minha vida, controla meus pensamentos, limita meus passos.
Odeio deseja-lo com todas as forças que ainda me restam.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Pra pensar...

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta. O amor não é chegado em fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar. Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco. Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina o Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então? Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome. Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai ligar e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara? Não pergunte pra mim. Você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor? Ah, o amor, essa raposa... Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, ta assim, ó! Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! (Arnaldo Jabor)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Uma quarta-feira qualquer

Eu procurei não me entregar aos meus pensamentos, mas eles estavam ali me rodeando o dia todo.
Eu busquei por mim mesma e pelo meu amor próprio e quase não achei nada.
Mas o seu nome ecoava na minha cabeça...Eduardo....e no meu coração o calorzinho que aquecia a alma...as suas mensagens estavam lá, quase todas...eu achei que as tinha perdido.
Me provavam o contrário do que todo mundo pensa...não tivemos nada...será mesmo? e as mensagens? quem explica?
Quem explica um bom dia com pedidos de desculpas em cada gota de chuva? Quem explica um oi moça, quero te ver? Quem explica um preciso de um beijo seu? Quem explica o que aconteceu? Onde foi que te perdi? Se pra todo mundo eu nunca tive você.
Ah! Du...a vida era tão mais colorida quando você me chamava. O que dizer do cara que no telefone me falava "quero você de novo"? O que explicar do "estou com saudade" ou mesmo do "do quero te ver mais"? Enlouqueci?
Não, elas estão todas lá, todas pra qualquer um ver, pra eu ver, pra me lembrar do quanto me senti a mulher mais feliz do mundo ao seu lado, do quanto me senti desejada por você, do como meu coração acelerava cada vez que eu ouvia musica que escolhi para seu toque, para suas mensagens, pra o seu desejo.
Só te vejo na outra distante semana, você me dizia....topa um café no sesc santana amanhã as oito? e você nem sabia onde era o sesc santana...rs e eu adorei.
Adorava a forma que você me apertava contra seu corpo, adorava o jeito de passar os dedos por entre meus cabelos, de me segurar pela nuca deslizando a mão nas minhas costas.
Onde você foi parar? Passo por doida quando falo de você para as pessoas, desse sentimento que me consome um pouco mais a cada dia, que lentamente me deixa sem rumo....simplesmente porque pra elas assim como pra você eu fui apenas mais uma das suas menininhas.
Idiota eu? talvez.
Deixei de acreditar no amor. Deixei de acreditar nas pessoas. Deixei de acreditar em mim mesma.
Amor mata? pode ser que sim.
Conto as horas pra que os dias passem mais depressa...procuro me afundar em trabalho pra ocupar o pensamento...me transporto pra dentro dos livros pra não sofrer como os personagens.
Deixo a vida passar do lado de fora.
Como posso apagar do meu corpo aquele dia no little darling? como posso apagar da minha alma o dia do Aldeia? Você me beijava com desejo, me apertava com vontade, era real e estava ali.
A doçura daquele cinema? as lágrimas que não fez você me achar chorona?
Como posso? Como querer esquecer o que nem mesmo sem memória eu esqueceria?
Como apagar do corpo e da alma o que eles pedem todos os dias? Sem resposta segue a vida...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Um retorno a mesa 42

Foi engraçado e estranho está naquele lugar hoje. Em nada éramos o que fomos há quase um ano atrás.
A mesa 42 do café era um cenário classico pra F. mas hoje chegamos a mudar de lugar pela ausência de sentido em estarmos naquela mesa.

Talvez o ritmo da conversa até pudesse parecer o mesmo mas nós não eramos, existia uma ausência de um desejo que já não se faz mais presente.
Eu estava naquela mesa, eu bebia aquele café mas em nada mais existia aquela mesma menina de olhos brilhantes e esperando por um beijo bom, com gosto de café...
Café nos unia e hoje é só mais um elemento.
Era uma sexta-feira, já tinhamos nos encontrados ali uma outra vez também em uma sexta-feira, mas F. era um personagem que eu queria, que eu desejava, que eu descobria e adorava...
As coisas passam e assim eu espero que o que sinto hoje também passe.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

um post reescrito

eu sentia seus passos na minha direção, eu acreditava no que não estava vendo, eu queria o que meu desejo apenas mandava.
senti você respirar bem perto de mim e assim permaneci até que meu corpo estremeceu...as ruas estavam calmas, desertas, luzes amareladas deixavam a paisagem bucólica e melancólica da noite ainda mais interessante...me deixava levar por essa imagem ao som de "quelqu'un m'a dit" e me permitia sentir seus braços me apertarem sem abrir os olhos me deixava conduzir e me perguntava se seria mesmo possível, se seria mesmo real.
a vida era tão mais interessante vista pelos seus olhos...as cores eram mais intensas quando eu olhava seus olhos verdes que me transportavam pra outro lugar...você me olhava e eu me sentia completamente frágil...você me pegava e eu me deixava cair em seus braços...eu sentia todo o calor do seu corpo junto ao meu...
sua pele quente me aquecia, seu corpo se encaixava em mim, seus braços tinham sido feitos somente para aninhar meu corpo...sua boca só para receber a minha, seus olhos apenas para me verem...eu sentia você me tocar mesmo com aquela distância que nos tornava informal.
você estava ali o tempo todo e ao invés de dizer que eu te adorava, eu não podia dizer nada, eu andava e desejava agora esquecer mas lembrava mais e mais.

domingo, 2 de agosto de 2009

para domingo a noite

caminhei pelas pedras, voltei pra casa com pequenos cortes causados pelo caminho...eles me faziam lembrar o que de bom eu tinha, o que perdi e o que nunca achei...
senti o vento me bater e me deixar com mais sensação de vazio e frio...dor...medo...
achei que me encolhendo me protegeria do inimigo, foi em vão...ele me achou e sem piedade me matou um pouco por dia, um pouco por hora, um pouco por cada minuto, um pouco por cada segundo...
olhei para as marcas no meu corpo, senti saudade da mão que um dia me protegeu, eu me dava conta ali da minha solidão.
continuei caminhando mar a dentro até perceber que ali estava o meu limite para viver e deixar...senti o gosto salgado na boca, um frio e uma solidão ainda maior...respirei a maresia...senti o corpo pesado mergulhar fundo...voltei...lancei-me na areia cansada da batalha...fugi pela covardia...pelo medo...

Para a minha saudades de mim mesma

saudades da frança


saudades da espanha

para quem também não acredita no amor

quarta-feira, 29 de julho de 2009

assim...

olhei pra trás com saudade mas sem nostalgia, deixei as ondas me baterem e pedi paz de espírito.
recolhi os meus pedaços, olhei os machucados que ardiam quando eu me movia...levantei, sequei as lágrimas que ainda corriam e fiquei em pé...senti que carregava o mundo nas costas pelo peso dos meus ombros...pensei em tantas coisas que senti uma ligeira vertigem...era um sonho...abri os olhos e estava deitada na minha cama, os meus olhos mal ficavam abertos depois de tanto choro, o travesseiro ainda estava molhado e guardava todos os segredos daquelas lágrimas...sentia frio, medo...mas era preciso levantar-me...por obrigação fiquei em pé...busquei alguma razão pra estar ali, mas não encontrei...me sentia uma alma perdida...um corpo apenas.
lembrei-me da infância e senti saudades, lembrei-me dos sonhos e da inocência...lembrei-me de acreditar que um dia poderia ser real, senti raiva por enganar a mim mesma.
alguns me chamam de pessimista, prefiro me definir como realista.
não é que não tenha sonhos, mas prefiro que eles se mantenham assim visto por mim como coisas inalcançaveis, desta forma me machuco menos, me afundo menos.
vago pelas ruas desertas...hoje ouvi alguém perto perguntar...como se vive tão na solidão?....respondi...acostuma-se!
vi seus rotos ficarem um pouco chocados com a minha resposta...respirando fundo e engolindo o choro continuei...acostuma-se! um dia você está em crise, chora, sente dor, mas no outro levanta-se e não se importa com o vazio ocupado sempre pela solidão.
ser solitário é andar com a própria sombra, é dividir o riso, o choro, o medo, a angustia com a própria solidão.
Assusta e muito, mas aprende-se a viver, ou melhor, levar a vida. Cola-se os pedaços da alma todos os dias, cada dia um pedaço novo, cada pedaço um novo dia.
As vezes se esconder é o melhor caminho, se proteger de si mesmo é sempre a melhor opção, não pular do abismo pra não se ter que fechar grandes feridas depois...essa é a escolha e ao mesmo tempo o castigo, a sentença de morte e o medo dela também.
guardei os sonhos mais impossíveis na caixinha, tranquei com chave como se assim esperasse que evitasse a fuga não foi possível... lembranças, papeis recortados, personagens, desejos, planos...tudo ficou guardado por tantos anos que quando abri a caixinha não estavam mais lá.
senti uma tristeza enorme por perceber que envelheci...fechei a caixinha novamente, dessa vez sem o cuidado de passar a chave, sequei as lágrimas, respirei fundo e achei que seria mais fácil agora que sabia que eles haviam se perdido continuar em pé, firme e fria como um pedaço de gelo...não está sedo tão fácil assim, mas um pouco menos doloroso...não ficaram marcas...parti.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Dez anos!

Eu me perdia entre os seus braços e você me achava como se fosse um radar, eu me buscava e você me mostrava a sua direção, eu destruía meus passos e você construía a minha história, eu desejava perder a memória e você me fazia lembrar de nós em qualquer que fosse a circunstância.
Sem nem perceber você estava lá o tempo todo lembrando cada um dos meus passos, comemorando cada uma das minhas vitórias, chorando cada uma das minhas derrotas e me fazendo esquecer cada um dos meus passos errados.
Me questionava, me incomodava, me consumia, me prendia, me invadia e era a única pessoa a me tirar da paisagem as vezes árida do escritório e me levar ao cinema, mesmo que o filme fosse o que você saberia que eu não ia gostar. E eu ia...com você eu ia...
Recusei, demorei, andei, viajei e nada foi o mesmo...fui me afastando, me alongando, me jogando, me amando...e você me mantinha ativa...viva!
O cinema, o filme era de guerra, eu não gostava, você o queria, e foi tão calmo vê-lo de mãos dadas com você...entrelaçava os dedos aos meus e o sentia percorrer meu corpo mesmo que fosse sem querer, eu me assustava você me apertava. Me faria segura e presa a você...seu perfume ficava em mim.
A língua era portuguesa, mas não te interessava tanto. A paisagem era verde mas nos desviávamos cada vez que nos olhávamos...eu estava ao seu lado, você estava comigo.
Você grande, eu pequena...
O tempo passa...eu me deixava levar pelos seus braços...o som era valsa...eu não via, você me olhava, eu corria, você me pegava, chegávamos perto e fugíamos de pijama e pantufa.
Como quem procura por um tesouro perdido você caminhava pela minha alma, eu me desenhava no seu corpo, você me deixaria perto das estrelas e eu te mostraria o prazer do amanhecer do dia.
Escolhi o centro da cidade e você o interior, eu projetava e você me diria que solo eu poderia construir e eu diria aceito casar por videoconferência.
Você é o chato mais legal por isso doeu muito quando você brigou comigo, me fez chorar, odiei você por vários dias...nunca mais te pedi desculpas...por nada...por absolutamente nada...nem por sentir o que senti depois e muito menos pelo que sinto hoje.
Você me conta seus sonhos, seus desejos, me insere neles como se eu fosse um personagem que você manipula e diz a eles quando e como quer.
Sou "sua" bonequinha de luxo, respondo aos seus sonhos como sim e você me diz mas eu não posso.
Me condena...me engana.

domingo, 19 de julho de 2009

Desejos

era madrugada, ela estava acordada e pensava...seu corpo pedia por aquele outro corpo como nunca antes, mas de que adiantaria saber de todos aqueles sonhos? de que adiantava contar-lhe tudo agora? o que ele queria? o que pretendia?
tantas coisas se passavam...
fechando os olhos uma única imagem tomava conta de seus pensamentos...seu corpo inebriado pelas palavras e por algumas taças de vinho tentava compreender o incompreensível, onde aquilo iria chegar?
eu procurei no vazio pelo amparo daqueles braços, eu busquei no escuro o gosto daquela boca e nos olhos pela ilusão daquele sentimento.
eu estava ali e você cobria a minha alma, eu estava ali e você me desenhava na sua tela me devorava com pinceladas de cores fortes e olhar de quem deseja mais...
eu esperava mais...eu queria mais...
você transcrevia com tintas os detalhes de um corpo que você não conhecia, que jamais tinha visto.
a emoção tomava conta das suas idéias...você deixaria sua prancheta com papeis a espera de um novo esboço e se entregaria aos desejos da sua alma.
beijava-me com avidez e volúpia, com ternura e vontade, me apertava com delicadeza mas conduzindo aquele encontro dos corpos, você sabia o que queria e onde queria chegar e eu me permitia ser apenas o desenho do seu caminho.
deixávamos nos tomar pela luxuria e você terminaria sua cena, com gentileza e calor, com frio e amor.
passeava pelas curvas daquele corpo como se o conhecesse de cor, suas bocas encaixavam-se como se uma tivesse sido feito para outra.
abusava dos meus sentidos...tatiava seu corpo, buscava pelo seu perfume, sentia o gosto da sua pele e ouvia sua respiração.
onde estivemos por todo esse tempo? porque perdemos dez anos? porque fizemos opções? porque permitimos isso passar? porque morreremos nos fazendo perguntas ao invés de agirmos pela nossa vontade, pelo nosso desejo?

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Morrer é sair de cena com dignidade

Morrer era o pensamento que embalaria o sono torpe e frágil daquela noite, ela havia caido em sí e a realidade a tirava daquela mistura de desejo e sonho em que o dia havia passado.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Madrugada

O relógio marcava 4h09 desta nova manhã...os cabelos estavam molhados, a roupa úmida e sem parecer um sonho havia um peso de um outro corpo sobre mim...tentei não abrir os olhos, mas queria olhar nos olhos da boca que me consumia com volúpia, desejo e veemência.
Sem chance para nenhum pensamento, tatiava aquele corpo que a cobria e a fazia sentir calor, frio, uma mistura de sensações completamente novas e inexplicáveis.
Absorvendo toda a beleza daquele momento ela respirava profundamente e perdia o ar nos lábios que a calavam.
Naquela saliva sorvida com avidez, ela identificava o corpo e a alma do ser que a apertava, abraçava, invadia e amava aquele corpo miúdo para grandes mãos que decorando o caminho da sua pele tatuaria seu corpo.
A cabeça rodava em movimentos tão rápidos que chegavam a dar certa vertigem mas devidamente segura em suas mãos ela chegaria perto das nuvens cada vez que seus dedos entrelaçavam seus cabelos.
Um frio percorreria a alma cada vez que seus olhos cerravam com aquela boca que se desviava da sua para percorrer seu pescoço...suas costas...sua nuca.
E suas mãos pequeninas desafiava seu sentido tentando identificar na ponta dos dedos as costas desse amigo inimigo que ela não queria e nem teria forças pra lutar.
Embalados pelo silêncio da madrugada recorrente ele passearia pelo corpo dela iluminado apenas pela luz temerária de um pequeno abajour.
Não precisavam de palavras pra traduzir aqueles sentimentos que agora movidos por um desejo mutuo não se permitiria mais que fosse esquecido.
Formando um belo quadro os dois corpos por instantes se confundiam...criando um para o outro um caminho enigmático de descobertas, de medo, de prazer, de paixão.
O tilintar do telefone junto a madeira despertaria essas almas, devolvendo-as a seus lugares e guardando o segredo desta noite, um sol radiante iluminava a manhã gelada deste inverno, trazendo beleza e energia para o novo dia que nascia.
Ainda era possível sentir as mãos ágeis em seu corpo naquela manhã, ela levantaria e acordaria do sonho...deixando a água deslizar pelo corpo ainda quente sentia um misto de paz e euforia que faria com que ela desejasse viver.
Escolheu uma roupa especial, sapatos especiais, maquiou os olhos, pintou a boca e se apresentou para o dia ainda flutuando pela beleza daquele desejo da vida, de quem tem pressa sem correr, de quem tem fome sem querer comer, de quem espera sem querer chegar, de quem observa sem ser visto, de quem ouve sem escutar, de quem ama sem poder amar.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Egon Schiele...o dia de hoje...a noite de ontem


Depois de mais algumas páginas dessa magnifica história e de dar umas boas risadas e derrubar umas lágrimas com o filme "A Proposta" fui pra casa...
Caminhei pelas ruas sentindo o vento que me dilacerava mas ao mesmo tempo confortava o tão inquieto pulsar do meu coração.
Era perto das dez quando no caminho apreciei a chuva fina que caia e molhava meu corpo deixando a roupa gelada mais colada a pele. Um arrepio percorria toda a alma...e eu me entregaria as minhas fantasias e lágrimas com desespero...desejo e paixão.
Chorei por mim..."odeio desejar todos os dias...da hora que abro os olhos a hora que vou dormir"...eu disse.
Embalada pelo silêncio deixei meu travesseiro molhado até que os olhos pesaram mais do que o que eu poderia suportar para deixa-los abertos...adormeci.
Rezei por mim...
Hoje me despeço de Alfonso (Fonchito), Lucrécia, Rigoberto e talvez de Egon Schiele também...dos cadernos...dos devaneios...dos desejos...das loucuras.
Desejei ser apenas um personagem nas mãos de algum autor, só para ter um final feliz...senti um peso imenso de pensar que os dias passam, que as horas mudam e eu estou no mesmo lugar.
Hoje precisava andar, sem limite para os passos...ver pessoas que sinto saudade sem que nunca as tenha visto ou mesmo que elas existam como Ricardo.
Misturo realidade com fragilidade, descubro uma ficção e um sonho inexistente. As vezes me chamam por Priscila, outras vezes sou Yuki e quase nunca sou Raquel e sou todas elas...
Passeio pela vida, brinco com o perigo e ando perto do abismo esperando o melhor momento de me lançar...ganho, acerto, erro, me deixo bater...como um bicho assustado me escondo no escuro com medo do meu predador: a vida.
Me permito um mundo e pago o preço dele...Amo quem não deveria e em uma fuga constante engano a mim mesma.
Abro os olhos e me assusto com o que vejo, peço perdão pela minha ignorância e minha ausência de mim mesma, as coisas ficam cinzas e não consigo achar o que perdi e nessa busca do que nem eu mesma sei, eu deixo feridas abertas, machucados que sangram, vou ao fundo do poço...sinto dor e medo.
Uma solidão sem tamanho dimensiona meus medos e eu espero a proteção do inimigo que sem dó nem piedade me apunhala pelas costas com a maior facilidade do mundo...morro em seus braços e ainda peço perdão.
Crio os meus personagens....F. (sem dúvida um que deixará fortes saudades) me tirava de órbita, me deixava em êxtase, eu queria um café com beijo, eu queria uma conversa sobre gravata, eu queria contar do livro novo, eu queria um boa noite depois da faculdade...mas Eduardo por quem nem mesmo morta eu o esqueceria, um oi moça, uma boina vermelha, um amor pra vida e pra morte, um anjo que me salvaria e me deixaria quando a missão parecia completa, levou parte de mim, deixou parte de sí, me fez ver e acreditar, me fez voar sem ter asas e sentir prazer em ver o dia nascer e ouvir eu quero te ver, eu quero você, mas as coisas passam...outras pessoas batem na porta e eu preciso que elas entrem, me visitem, tomem café, mesmo que depois elas também precisem partir.
Pessoas e coisas passam por mim e eu anonimamente me sinto a vontade entre elas...sem deixar que percebam eu as observo, eu as admiro, eu as odeio, eu as amo. Tudo é intenso e louco.
Como em uma pintura exposta, observo meus personagens na exposição da vida...brinco com eles, mudam de lugar e por instantes sou curadora e tenho seus destinos em minhas mãos. Fabrico sonhos e desejos...devaneios e anseios...calo todos eles com um único olhar de reprovação, onde me divirto ao vê-los aos meus pés.
Pés, esses que me levam ao mar...as ondas que me chamam e me fazem ver o quão pequenina sou diante do que não conheço, dos mistérios da vida por onde não pisei...por onde sequer imagino estar e como se me acordasse, me faz ver a grandiosidade do que tenho nas mãos.
Tatiando um sonho bom, espanto meus medos e já não me sinto tão só.
Conto nuvens enquanto espero...e amo olhar a chuva...lavando corpos, limpando almas perdidas que depois de molhadas exibem seus magníficos sentidos levados pelo vento ao encontro de outras almas.
Da minha janela observo a vida que se movimenta entre as árvores de pedras, os ferimentos que pessoas que eu não conheço curam todos os dias....quantos agora choram? e eu espero apenas que sorriam.
Sinto falta da agonia fina e delicada da espera...do frio na barriga...da resposta que o corpo emite cada vez que a vida se movimenta e eu consigo enxergar todas as cores que se abrem a minha frente e me deixam flutuar e descobrir coisas como as pinturas de Egon Schiele...além de Alfonso, eu também quero saber mais sobre ele.
Comentei hoje que queria ter um café...ouvir pessoas e suas histórias, lendas...ter livros, filmes, sofás, pessoas pintando, esboçando o cotidiano como os grandes mestres que transformam suas telas em pedaços de vidas anonimas e onde revelam suas mentes, muitas atormentadas mas intensamente vividas.
Nesse café certamente estariam Rigoberto, Anne, Peter, Liesel, Rudy, Lucrécia, Fonchito, Ricardo, Daniel, Ena, Egon, Vincent, Monet, Renoir, Goya e os amigos J. A. L. S. Lu. e muitos outros...e em uma delirante apresentação todos fariam parte de um grande quadro: a minha vida.
Durmam bem...meus amores.

terça-feira, 14 de julho de 2009

hoje pela manhã

Abri os olhos essa manhã e devidamente tomada pelos meus sonhos levantei-me da cama, deixando ali o calor do meu corpo...observei pelos vãos da janela que o sol iluminava a vida que começava nesta manhã, respirei fundo buscando o ar que me parecia faltar....lembrei-me de Daniel, Rigoberto, Alfonso, Ena, Anne e todos os outros mas em especial de Ricardo...o doce apaixonado que tanto eu desejaria que saísse daquelas páginas...Debaixo do chuveiro lembro-me dos últimos dias que passei ao lado da pessoa que seria a mais especial que eu tinha conhecido...uma dorzinha fina toma conta do corpo, sinto a água deslizar pela pele...vejo a espuma branca que cobre meu corpo e desejo que elas sejam pequenas mãos a passear pela minha pele.
Sinto as lágrimas rolarem pelo meu rosto e uma sombra a se abater sobre mim...a tristeza me entorpece...fecho os olhos e a imagem que vejo é de um passado não tão distante como eu gostaria que hoje fosse pra mim...pisco os olhos na intenção de que sua imagem desapareça mas é exatamente o contrário.
Os dias passam e eu não consigo sair desses sentimentos e pensamentos que você me colocou.

Olhei-me no espelho e percebi que o tempo passa...envelheço...me esqueço...por instantes hoje mais do que nunca desejei perder essa parte da minha memória.

sábado, 4 de julho de 2009

eu andei...deixei as marcas dos meus pés na areia...fui de encontro ao mar....as ondas batiam contra mim como se tentassem em vão me acordar...
o céu estava azul, pleno e radiante, mas o vento era gelado e corriam as gotas d'água na minha pele.
parei e contemplei aquela imagem de natureza viva...estava tão viva que me tirou do transe que eu me encontrava...respirei fundo na intenção de buscar um pouco daquela vida pra mim...deparei-me com minha insignificancia diante daquela magnetude...e mais...
a minha delicada presença diante do imenso oceano de possíbilidades que é a vida.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Pablo...

Poema Material Nupcial de Pablo Neruda
De pie como un cerezo sin cáscara ni flores,especial, encendido, con venas y saliva,y dedos y testículos,miro una niña de papel y luna,horizontal, temblando y respirando y blancay sus pezones como dos cifras separadas,y la rosal reunión de sus piernas en dondesu sexo de pestañas nocturnas parpadea.
Pálido, desbordante,siento hundirse palabras en mi boca,palabras como niños ahogados,y rumbo y rumbo y dientes crecen naves,y aguas y latitud como quemadas.
La pondré como una espada o un espejo,y abriré hasta la muerte sus piernas temerosas,y morderé sus orejas y sus venas,y haré que retroceda con los ojos cerradosen un espeso río de semen verde.
La inundaré de amapolas y relámpagos,la envolveré en rodillas, en labios, en agujas,la entraré con pulgadas de epidermis llorandoy presiones de crimen y pelos empapados.
La haré huir escapándose por uñas y suspiros,hacia nunca, hacia nada,trepándose a la lenta médula y al oxígeno,agarrándose a recuerdos y razonescomo una sola mano, como un dedo partidoagitando una uña de sal desamparada.
Debe correr durmiendo por caminos de pielen un país de goma cenicienta y ceniza,luchando con cuchillos, y sábanas, y hormigas,y con ojos que caen en ella como muertos,y con gotas de negra materia resbalandocomo pescados ciegos o balas de agua gruesa.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

30/06

Feliz Aniversário, muitas coisas boas pra vc. Acho que a vida me deu a oportunidade única de conhecer uma pessoa que me fez tão bem como vc. Desejo todos os dias desde aquele dia no Little Darling que vc seja a pessoa mais feliz do mundo. Nada do que eu tenha falado que tenha te deixado magoado comigo era realmente verdade...fique só com alguma coisa boa que eu tenha deixado pra vc.Acho que queria dizer tantas coisas que as palavras parecem faltar. Certamente vai ser um clichê pra vc se eu disser que o aniversário é seu, mas o presente é todos aqueles que como eu tiveram o prazer da sua companhia e mesmo que tenha sido pouco, desfrutei da sua prensença na minha vida e posso dizer que mesmo tanto tempo depois e muitas coisas depois, ainda me lembro com saudade daqueles dias...uma boina vermelha, um sorvete, um "oi" moça...Que hj todos os desejos se realizem, que tudo que vc espera da vida se torne real e que vc comemore hj, amanhã e todos os dias....Adoro vc, mesmo que vc não acredite, não me esqueça;

segunda-feira, 22 de junho de 2009

essa manhã

O dia apresentava uma névoa branca e linda que cobria a paisagem fria e gélida desta manhã. Por mais que a paisagem fosse entristecida era linda e observa-la ao som de Björk foi algo que não hesitei em fazer.
Estava com saudade desse meu momento. Pensei nos passos que estou dando agora, pensei na vida e pensei em como não posso prever o futuro.
Desta forma decidi me lançar...desta vez sem o medo do abismo. Não sei o que será, nem mesmo se será algo.

sábado, 13 de junho de 2009

Em casa

Depois de longos vinte dois dias fora, estou de volta em casa. Chegar...esse foi o pensamento que tomou conta do dia...

Passei por tantos lugares, por tantas pessoas e senti muitas coisas. Medo, saudade, ansiedade, emoção.
Como explicar o que senti quando cheguei e avistei o amanhecer de Madrid? ou como foi lindo olhar a luz em Porto e dizer que nada disso era o que eu esperava naquele momento além do abraço e do afago doce da minha irmã?...por mais que a beleza do lugar e as coisas me chamassem atenção, o que eu queria era ve-la, senti-la...minha tata.
E claro que não dá pra não falar do sentimento de segurança que foi avistá-los ali a nossa espera. Do rodopio gostoso que me fez lembrar da infância enquanto meu cunhado me balançava no ar.
Dos sorrisos doces que nos esperavam na porta do prédio em Ponferrada e dos maravilhosos dias ao lado dos meus amores...meus sobrinhos.

Esses dias fora me fizeram ver coisas que jamais imaginei ter visto, sensações que não fazia a menor idéia, costumes, jeitos, cores...sabores e o quanto é bom voltar pra casa.
Passar por lugares que escrevem parte da história do mundo. Observar ritmos diferentes, vivências diferentes.

Aprendi, brinquei, sorri, me emocionei...chorei.

Dos lugares, nada foi como estar em Toledo e Bilbao...toda a história diante dos olhos em Toledo, a cidade murada e toda a beleza moderna de Bilbao.
O Guggenheim...sem palavras.
A ponte de Calatrava...o metrô de Foster...
A cidadezinha francesa...bucólica...
A alegria contagiante portuguesa
A calmaria da vida espanhola

Caminhei perto da história...olhei de perto alumas coisas e vi a vida por um outro ângulo

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Malas prontas e um frio na barriga

Acho que quando chegamos perto demais de um desejo sentimos um frio que percorre o corpo todo.
A adrenalina banha todos os sentidos...mais atentos ou mais medrosos, mais intensos ou apenas tentando levar plenamente.
Eu quis dividir esse desejo...

domingo, 10 de maio de 2009

***

Faz dias que não coloco meus pés no anexo...estou com alguns machucados mas estou conseguindo ficar do lado de fora.
Aliás uma felicidade tem tomado os meus dias...um misto ansiedade e vontade faz crescer...uma correria prazerosa...férias, passaporte, passagem, roteiro...uma viagem...um horizonte novo.
Espanha aí vou eu...

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Solidão

Quando pequena a solidão me assustava, hoje não assusta mais. Na verdade aprendi a conviver com ela, a aprender com ela e mais do que nunca a aceita-la.
Nem sempre a vida é como nos contos de fada e nem sempre a solidão é sinal de castigo e em determinados momentos da vida, ela é uma escolha.
Tem dias em que somos suficientes pra nós mesmos, em outros parece que falta um pedaço enorme e ainda em outros você olha a vida e vê vários espaços não preenchidos.
Mas aprende também a não fazer expectativas sobre preenche-los...a vida passa.
O importante é se dedicar ao que nos dá prazer sem nos machucar. Trabalho por exemplo. Por mais doloroso que alguma coisa seja não é tão destruidor como a decepção com as pessoas.
As vezes me sinto uma marionete por acreditar nas boas ações humanas.
O fato é que solidão, não é sinônimo de tristeza e sim de destino e em alguns casos de escolha.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Desejo

O dia estava com uma paisagem que parecia fria...mas um sol brilhante viria banhar as nuvens e com isso deixar um sol fino típico de inverno aparecer soberano.
Não aquecia, mas iluminava os olhos.
Por vezes durante o dia estou pensando...e assim querendo esquecer me lembro mais. Me lembro de como os dias estavam bonitos, me lembro de como a chuva nos deixava em estado de graça, me lembro de lembrar com saudade e doçura, com desejo e amor...sim, não uma paixão...amor de verdade, amor de quem ama o desconhecido e nem se dá conta disso, amor de quem quer completar tudo com outro que você sequer precisa saber de mais nada.
E por mais que parece dramático demais, perder tudo isso é doloroso.
Eu espero por paciência, eu espero por desespero de esperar a vida, eu desejo por falta de ausência...por um espaço que não se trata da opção de querer preencher e sim não querer que ele seja ocupado por outro. Desta forma me preservo, me escondo, me confundo, me engano.
Invado meu próprio desejo, altero o destino, mudo de conduta, quebro as regras e formo minha própria e só minha rotina.
Encontro uma força que ainda me surpreende por estar em mim. Eu quis com corpo e alma...

domingo, 12 de abril de 2009

Quando eu me for...


Quando eu me for... quero apenas a calma dos meus sonhos... quero deixar algumas pequeninas mas boas lembranças...
quero ouvir vento no litoral...quero que os lápis de cor que foram presente da minha mãe quando acabei o curso técnico fiquem com a Aline, minha amiga na doce arte de pintar... quero que os papeis fiquem com o Celso, grande amigo na arte de fazer o sonho parecer doce... meus livros só posso deixá-los para quem me ensinou a amar a literatura, amar o cinema, a música, o folk minha amiga, irmã Juliana não há o que deixar além disso...e na verdade o que quero é que estas pessoas cuidem bem do que é importante materialmente pra mim...meus lápis de cor, meus papeis e meus livros. o restante sei que se arruma...um papel de bala que só eu saberei quando a Camila me deu e o como rimos e nos divertimos aquele dia...o da vaquinha...rsr, as fotos do dia em que nos pintamos na aula do Vidal, todas as vezes que a Mê e a Dani quase me matavam de cócegas...os bilhetes da aula da Célia, os correios elegantes falando da nossa amizade doce e divertida que nos ensinou a crescer...hoje não sou mais de nenhum dos grupos e tive que me afastar para aprender a viver sem. Foi doloroso, mas não choro mais...ficou só a boa lembrança do que fomos.ou um papel de chocolate chamado sonho dobrado na minha carteira me fazendo lembrar todos os dias do dia que saí a primeira vez com o Du e que hoje morro de saudades...
saudade do tom doce da voz que me faria viver tão intensamente que me deixava acreditar que a vida era perfeita, plena
saudade das mãos que me tocaram com ternura mas com vontade, da boca que me beijava com desejo e delicadeza...do gosto da pele, do calor da alma, do frio morno na barriga...e que como um conto de fadas abria as páginas diante dos meus olhos
essas coisinhas são importantes pra mim, mas não serão pra mais ninguém quando eu me for... sei que meus pais, meus mais amados amores por quem devo a vida e jamais serei capaz de agradecer todo o bem, carinho, amor...amor que não se espera nada em troca, amor doce, amor de afago, amor de aconchego, amor de mão amiga, amor da bronca na hora certa, amor de quem nem sabe como ama tanto, amor de quem segura pela mão na hora do medo, amor de quem ajuda os passos parecerem menos difíceis pra se alcançar o que deseja, amor de quem incentiva, amor de quem faz doer menos qualquer que seja o problema, amor de quem não entende o porque da minha tristeza, amor de quem melhor me quer bem, amor de quem me protege de mim mesma, eles...ficarão bem...essa é uma das coisas boas em se ter vários irmãos...rs e meus irmãos não vão duvidar nunca do que senti por eles... An, uma mãezinha...sempre alegre, sempre sorrindo, dizem que somos muito parecidas, acho graça e gosto.
Rica, um cara do bem...genioso, as vezes difícil mas de um coração enorme cabendo sempre mais uma risada gostosa das nossas invenções sobre as novelas.
Má, uma segurança que nem eu mesma sei de onde vem, como se com seu olhar eu soubesse dos passos certos a dar.
Ju, alguns me chamam de papagaio, outros de espelho, alguns outros ainda de sei lá o que, fato é que somos irmãs, amigas, companheiras.
Por eles carinho e admiração eternos.aos meus pequenos amores que tanto me fizeram sorrir Ni, Thá e Fê...a lembrança de nossas traquinagens...rs
E claro, meu cunhado sempre preferido...rsr que na verdade é um irmão mais velho...

Seria injusto não citar para agradecer por toda a compreensão ou falta dela...rsrs sim, meus amigos eternos como diria meu pai...
Mê, me ama mas não me entende... Cá, doce e sempre disposta a oferecer um sorriso... Dani, a rebelde mãe mais engraçadinha... Sylvia, a patricinha que mais adorei na vida... Nine, apenas uma frase que sei que dirá tudo..rs “quem não arrisca não vive” Tia, nem seria necessário dizer, mas sempre de braços abertos para o colo mais que carinhoso... Mamãe Mi, a super na proteção e carinho...Kikinha, viva sem que sua presença seja notada mas sua falta totalmente sentida, talvez não haja a Yumi minha pra que possa receber seu nome...amigas pra toda a vida.
O Sexteto fantástico que a facul me deu de presente...rs Rô, meu melhor amigo, amigo pra todos os dias, pra todas as horas...amigo que eu não pude corresponder mais do que a amizade pôde me permitir...Jubs, minha amiga de sábado a tarde, de pão de mel ou trufa sobre a prancheta alimentando sonhos...Bruno que antes mesmo de virar namorado da Ju já participava dessas tardes claro, fofocávamos muito...rsr, Thais com toda sua ousada forma de viver...rs mas encantadora e doce, tive que despir meus conceitos e ver o que tinha por trás daquela moça ousada e bonita que junto com o Alan formou um casal maravilhoso que assim fez nascer nosso mascote...rs a linda Laura.
Adoro ter vocês em casa.

E como não falar sobre a Soninha, meu eterno anjo da guarda, da fadinha Lia que me ofereceu duas das coisas mais felizes que já tive na vida, além do amigo Biju ou apenas Cássio.
Suzana, doce...abriu caminhos, mostrou uma estrada menos dolorosa e muito prazerosa na descoberta dos trabalhos.
E o que falar sobre amigos que jamais estiveram perto demais, mas que sempre estiveram ali...rs Neiva, Zilca, Kelly, Marcus e Bel.
Amigos que volto a chamar de depois de tantos anos...Talita, minha leitora.
As irmãs Arbex que me fizeram olhar um outro lado da amizade doce.
Pedro, um amigo pra se admirar.
Carol, a amiga distante...nunca dá noticias...rsr mas sempre amiga e me deu o Caco...sapo Ciocler...rsr

A loucura me pertence...

Porque não dizer dos quatro anos de marcenaria, onde aprendi ter uma postura profissional e a desejar intensamente outro lugar pra trabalhar...rsrs
Dos meus amigos da SEHAB, da EMURB onde aprendi muito e acima de tudo aprendi com o carinho daqueles que se puseram a me ensinar.
Mieco, Jorge, Regina Maria e Gama, Clau, Dani, Dirceu, Paulo, Emília, Ray, Teresinha, Eunice, Vivian, Beth, Rossana entre tantos outros...ou ainda, Paulinho, Fátima, Camila, Marilena, Adelina, Vladir, Vladimir, Diana, Marina, Márcio, Hellen, Lu, doces amigos que carregarei comigo sempre.

Ah! vida doce...
Se constrói uma história com bons personagens, a minha foi assim.
Uma história sem muitas coisas pra contar, mas boa de se viver.

Eu amei, sorri, chorei mais que qualquer outra coisa. Me senti feliz...ah! em janeiro deste ano eu pude dizer que era a pessoa mais feliz do mundo...as coisas começaram a desmoronar e não conseguir salvar os tijolos que faziam essa felicidade ficar em pé.
De repente uma tristeza tomou conta de tudo, uma febre consume arduamente toda e qualquer força.
Hoje a vida é uma briga diária por sobrevivência...me apego ao trabalho como se vivesse por ele e tento de maneira quase que perdida não irritar os poucos amigos que me restam...
É engraçado como não me sinto preparada pra lidar com as mudanças bruscas demais.
A vida passa e as coisas boas ficam na lembrança, alimentando os sonhos.
Quando eu me for...quero apenas não deixar assuntos pendentes, não deixar pessoas magoadas [com minha insignificante presença], deixar recordações muito ruins.
São tantas as pessoas que já passaram pela minha vida de alguma forma. Espero não tê-las machucando tanto.
Teriam muito mais pessoas pra citar nessa não despedida como alguém pode pensar, mas sim de lembrar coisas boas na minha vida....como minha querida prima Haranin, doce companheira de infância, amiga de todos os dias, das horas ruins e das horas boas...a gente é diferente pra caramba, mas se entende na bagunça...rs, ou meus outros primos ou primigos...nossa mistura bagunçada e prazerosa, a Ju (monica) que foi um encontro doce e mais do que especial, uma amiga que poderia sim ser de muitos anos, mas é só de alguns meses...Ana, estamos sob ação do cosmo...rsrs Jaque, Carol, Andrea...enfim tantas pessoas, o Thiago um amigo de altos e baixos...ou o Rafa Fênix....o Celso me entende...rsrs
Enfim acho que ao longo dos 24 anos de existência, tive inúmeras felizes passagens pela minha vida...algumas pessoas nem se lembram de mim mas eu me lembro com doçura delas e assim alimento uma amizade.

Com tudo, com essa tristeza que me move a cada dia que me deixa às vezes caminhar muito perto do abismo na pontinha dos pés, eu tenho ainda muito pra agradecer...agradecer quase dois meses de doce desejo e delicadeza...de uma presença que até poderia não ser física mas que deixava meu corpo embalado por palavras doces...
Um arrepio doce percorria a vida quando eu lia todas as mensagens que pra mim eram mais do que verdadeiras...no visor do celular corria o nome Eduardo... e o mundo sorria...pouco importava se fazia sol, chuva, calor, frio...era você ali.
Eu pensava em você e uma msg doce chegava...parecia mágica. Não poderia esperar que aquele conto de fadas acabasse sem um final feliz, sem eu nem mesma entender.
Meu castelo desmoronaria e junto levaria muitas coisas...hoje aprendi a vestir meu personagem, procuro a piada, faço graça e sorrio pra todos...só eu sei o que se passa dentro de mim, só eu sei o quão fraca eu me tornei e como busco abri os olhos e não pensar no que perdi de você e sim no presente que foram todos os dias em que estive ao seu lado.
Mas é preciso seguir e te deixar ir, a escolha foi sua e eu não tive nenhuma alternativa.

Os dias passam, as paisagens mudam, o vento trás muitas coisas e uma delas é a saudade de todos esses momentos...

A todas as pessoas citadas aqui ou não, obrigada por tudo sempre.

Amo vocês, jamais esqueçam.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Os olhos abriram...a manhã começava mas de que adiantaria esse novo dia sem que eu pudesse dizer bom dia???
Sem entender como e nem porque cada dia que amanhece só me deixa ter mais certeza do que quero mas que não posso ter.
Os dias passam e a saudade que eu sinto só aumenta me levando pra o mesmo abismo de sempre...crio asas...pulo sem pensar...hoje percebo que não sei voar, a vida dói e muito.
Tudo passa devagar, o corpo dói como se não fosse suportar tamanho vazio e tristeza...meu mundo está em via paralela...
Ando sem sentido...vejo as coisas acontecerem e eu não quero estar no meio delas...quero apenas observar...quero sentir o vento bater. Eu não imaginaria que uma sexta-feira qualquer mudaria minha vida tanto assim...eu vivi a euforia e o prazer do descobrir, estou vivendo na mesma intensidade o vazio...
Queria dormir pra sempre...em sonho não tenho essa dor que não me deixa viver. Não brigo, não discuto...apenas me deixo levar pela fantasia de uma vida doce.
Nos meus sonhos o tempo não nos fez seguir caminhos diferentes...eu não preciso sentir saudade...não precisa doer essa ausência toda.
Olho o céu...hoje existem muitas nuvens pra se contar...nenhuma estrela pra se pedir...e muitos desejos perdidos no azul...
esta semana fiquei olhando o céu e pensando...

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Tristeza

As vezes dói, as vezes só encomoda...as vezes sufoca, as vezes só é fraco...e no fundo é só tristeza.
Ao contrário do que muitos possam pensar, sentir-se assim não depende de querer ou não.
Pode ser uma forma errada a meneira como vejo a vida, mas pra mim tudo nela é intenso...forte...não importa quanto tempo.
Isso vai da tristeza a alegria...ou melhor da alegria a tristeza...sim estou sempre voltando...a cada dia me sinto mais perto de uma tristeza infinita...queria dormir e acordar sem essa angustia intensa que consome todos os meus pensamentos.
Fuga? pode até ser que sim.
eu não fiz escolhas...

terça-feira, 7 de abril de 2009

Virgem

Exercite toda a sua generosidade hoje, pra valer, do inicio ao final do dia. Tudo se resume a isso, para manter um equilíbrio criativo com o mundo ao seu redor. Ao invés de contar migalhas, mire o infinito. Ao invés de se isolar, confraternize. Diga não ao medo, e sim ao sonho. Respire e siga.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Desistir

Achei nos ultimos meses que eu não faria isso...nos primeiros dias deste novo ano eu jurei que não faria isso...mas desistir foi a opção que me restou entre nenhuma das outras que eu não tive pra escolher.
Essa manhã lembrei-me de Ena em Barcelona...das vezes que caminhamos juntas...das tristezas que dividimos, das duvidas, dos medos, dos desafios e do que nunca desistimos...mas hoje eu desisti.
Desistir é uma forma digna de encarar o que se é pesado demais.
As vezes tudo parece virar de cabeça para baixo e eu começo a buscar sentidos obvios pra minha existência...queria ter coragem para deixar tudo...não para morrer, não...minha covardia é tão intensa quando a tristeza que me habita, mas para partir rumo ao novo...sim, ao desconhecido...porque não consigo retomar minha idéia de criança? mas com todas essas perguntas...eu encontro a resposta em mim...um dia vou olhar pra trás e tudo já terá passado...as vezes essa tristeza me deixa com a sensação de estar sem lugar.

domingo, 5 de abril de 2009

Lembrei-me agora como não nos damos conta do que fazemos quando nos sentimos felizes...o Du me levou pra ver um filme que claro ele não sabia que era isso, mas que conta sobre uma pessoa que comete suicidio...sim, o filme era bonito mas triste.
Sem me dar conta durante todo esse tempo do que eu vi, eu fui levando e agora me lembrei...toda a história gira ao redor dos pensamentos do personagem para ajudar pessoas e assim ajudar a sí mesmo a se libertar do seu sofrimento, da sua dor.
Deixar a vida pra ele foi assim...

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Yuki

faz dias que não venho aqui, nem pra escrever tenho encontrado alguma razão...as vezes me pergunto pra que? transformei esse espaço em um anexo da minha vida, aqui tem muito mais de mim do que na pessoa que todos conhecem, sou muito mais esse personagem que atende por nome de Yuki do que eu mesma.
aqui dentro assumo minha postura de Yuki...sou como o próprio nome diz...neve...fria, frágil, as vezes machuco, mas quase sempre deixo as pessoas rolarem em mim como se eu fosse um pedaço de nuvem.
não me arrependo...não me culpo...não busco nada e não vou ao encontro de nada.
com a partida do Du as coisas voltaram para onde sempre estiveram...vazias...frias...ninguém entenderia...
faço das páginas deste lugar que carinhosamente chamo de anexo, o caminho da minha covardia e da minha falta de alegria...uma felicidade efêmera que dura com a mesma intensidade que começa...o brilho do sol pode me chamar atenção mas uma força infinitamente maior me leva sempre no caminho contrário...em tons de cinza vou vendo o mundo que se movimenta a minha volta...não porque eu seja importante...não, nada disso, não tenho e nem nunca tive tamanha pretensão, mas é porque as pessoas mudam, as pessoas alcançam e eu estou sempre parecendo no mesmo lugar.
aqui dentro posso caminhar, posso respirar, chorar, sorrir de mim e de uma vida bonita da qual construo pra mim...não que lá fora não seja tão diferente assim...mas aqui deixo as letras saírem da cabeça, deixo os dedos responderem aos pensamentos...e entrego sem vergonha a minha verdadeira face.
a menina assustada com a vida que corre...mas que eu não alcanço na mesma proporção.
a menina bravinha e idealista que acredita não em um dia achar um príncipe encantado mas transformar em príncipe aquele que habita seu coração...sim, pra mim ele é.
os projetos do trabalho são sempre em primeiro lugar pois indiretamente eles dependem apenas de mim...todas as outras coisas da vida envolvem outros que nem sempre respondem da maneira como eu gostaria que fosse...a vida passa...um quarto de século se aproxima...ainda distante, percebo a diferença de quando eram apenas quinze...doce...e tudo em um mundo que eu acreditava alcançar, tracei meus objetivos, olhei a vida por outros olhos...caminhei rumo ao que de fato me era interessante...meus olhos brilhavam pelo futuro profissional que eu queria tanto...não posso reclamar onde cheguei...mas a vida não se resume a isso...existe um lado que não aprendi a ver...que não aprendi a querer, mas sei que as vezes ele faz falta...e as poucas vezes onde pude visitar esse lado acho que fiz muitas coisas erradas por não saber como lidar com um misto de sentimentos e desejos que não dependem de mim alcaçar...não é uma busca solitária como foram todas as outras...exigiam esforço e determinação...esse outro lado eu não tenho as peças necessárias para se saber jogar...não sei as regras e acabo aprendendo da forma mais dolorosa que joguei errado.
A vida passa e eu procuro uma nova força que me tira da cama todos os dias...sinto o corpo fraco...por mais que eu não queira uma tristeza se instala...sem parar pra dar tempo de pensar corro de mim para mim...choro...

terça-feira, 31 de março de 2009

Exausta

um cansaço me consome...os dias passam...vou voltando aos poucos a pensar e a me ver novamente.
me sinto triste pela distância que nos coloca em caminhos opostos ao ponto de nos fazer parar...será que foi justo? será que era assim?

segunda-feira, 30 de março de 2009

pareceu ironia, foi isso que li a meu respeito ontem...eu não esperava nada e ler isso foi bem doloroso.

domingo, 29 de março de 2009

Tentando entender

O que eu fiz de errado???

sábado, 28 de março de 2009

Uma frase da Cris

"O seu amor é tão bonito" ele desceu e eu fechei a porta.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Recolhi algumas coisas...passei os olhos nos meus livros e não desejei nenhum deles...e para minha surpresa Ricardo me esperava essa manhã na plataforma em Paris, disse qualquer breguice mas me fez sorrir depois de tantos dias.
Caminhei...
Os sinos tocam anunciam a hora...eu não os percebo sempre, mas hoje eles se mostram especiais demais...

quinta-feira, 26 de março de 2009

DDDDDDD

Hoje acordei sem lembrar
Se vivi ou se sonhei
Você aqui nesse lugar
Que eu ainda não deixei
Vou ficar?
Quanto tempo
Vou esperar
E eu não sei o que vou fazer não
Nem precisei revelar
Sua foto não tirei
Como tirei pra dançar
Alguém que avistei
Tempo atrás
Esse tempo está
Lá trás
E eu não tenho mais o que fazer, não
Eu ainda gosto dela
Mas ela já não gosta tanto assim
A porta ainda está aberta
Mas da janela já não entra luz
E eu ainda penso nela
Mas ela já não pensa mais em mim
Eu vou deixar a porta aberta
Pra que ela entre e traga a sua luz
Ainda vejo o luar
Refletido na areia
Aqui na frente desse mar
Sua boca eu beijei
Quis ficar
Só com ela eu
Quis ficar
E agora ela me deixou
Eu ainda gosto dela
Mas ela já não gosta tanto assim
A porta ainda está aberta
Mas da janela já não entra luz
E eu ainda penso nela
Mas ela já não pensa mais em mim
Eu vou deixar a porta aberta
Pra que ela entre e traga a sua luz.

Adoro você!!!!!!

Cansei de tanto procurar
Cansei de não achar
Cansei de tanto encontrar
Cansei de me perder
Hoje eu quero somente esquecer
Quero corpo sem qualquer querer
Tenho os olhos tão cansados de te ver
Na memória, no sonho e em vão
Não sei pra onde vou
Não sei se vou ou vou ficar
Pensei não quero mais pensar
Cansei de esperar
Agora nem sei mais o que querer
E a noite não tarda pra nascer
Descansa coração
E bate em paz

Amor de Verão

"Ninguém sabe por quê, mas todo mundo já teve um.
Começa com a mesma rapidez que termina.
Mas a gente sempre acha que vai durar o ano inteiro.
O verão vai embora e leva com ele aquele sentimento.
Mas vale a pena sentir pelo menos por aquela estação,
o friozinho na barriga de um amor de verão."

quarta-feira, 25 de março de 2009

A solidão pode dar um rumo inesperado na sua vida

ao longo da vida aprende-se a tomar decisões...elas nunca são fáceis mas são decisões necessárias.
hoje o sol se fazia presente e o céu apresentava-se no mais belo azul de outono...não havia nuvens pra contar.
abri os olhos, um ventinho gelado sobrava os meus ouvidos...acho que é necessário não deixar nada pendente.
uma tristeza consome as horas do meu dia...escrever é uma fuga...tantas coisas passam pela minha cabeça, tantas dúvidas, tantos medos...
essa madrugada acordei e tive medo de abrir os olhos, como uma criança assustada deixei umas lágrimas escaparem...pensei em meus momentos felizes e percebo a cada dia que por mais que eu tenha medo preciso andar...uma depressão assumidamente dilacera todos os meus sonhos.
algumas vezes eu já me senti assim, mas a sensação era diferente.
quem sabe eu consiga abrir a porta mais algumas vezes...
"A solidão pode dar um rumo inesperado na sua vida...dê o primeiro passo"...CVV

terça-feira, 24 de março de 2009

Dois Meses

Parece ausência, parece saudade, parece vazio, parece fome, parece machucado...nostalgia talvez.
Um desejo de que as coisas não estivessem assim. Os dias passam, observo a vida que se passa pela minha janela. As pessoas se movimentam mais devagar...abro a porta, vejo que o dia está triste...encontro uma melancolia prazerosa no cinza da paisagem bucólica.
O vazio me acompanha por dias sem pressa de ir embora. Uma saudade sem explicação invade minha rotina, todos os dias acordo com uma sensação de que foi apenas um pesadelo...olho para o telefone, sei que ele não vai tocar...respiro fundo e levanto-me devagar.
Ando na areia, deixo a água bater em mim...caminho olhando o que vivemos e me perguntando o que aconteceu...sem resposta sinto apenas o espaço...o sol não brilha como antes, a chuva já não é tão linda...lembro-me de uma certa vez onde comentei sobre a chuva e você me disse adoro ela também...ficamos olhando cada um em um lugar mas olhavamos para o mesmo lugar.
Eu quero ver você...mas não sei se é isso que você quer...lembra-se quantas vezes me disse isso?? eu perdi a conta...por isso não entendo o que aconteceu.
Sofremos ação da física...tempo e distância...talvez a velocidade com que queríamos as coisas...talvez aí tenhamos percebido que a velocidade depende dessa distância e desse tempo. Pode parecer uma bobagem mas pra mim não...eu desejei que todos os momentos que tivemos juntos não acabassem, que nada pudesse atrapalhar o que crescia cada vez mais dentro de mim...era meu conto de fadas, meu porto seguro...seus braços eram o lugar onde eu nem sabia mas de alguma forma sempre quis estar...o mundo girava mais rápido quando você me tocava...e ao mesmo tempo parava para o nosso beijo...eu adoro DU...para sempre...mesmo na distância, mesmo no tempo...
Eu estava morta e você me fez viver...me fez sorrir, sonhar de novo...acreditar...
Observo o mar e vejo você em um lugar onde eu não mais posso alcançar...eu perdi a chave para entrar...
Não são mais seus beijos que percorrem minha pele e sim um vento gelado...fecho os olhos e percebo que já não posso resistir as lágrimas...deixo que ela rolem pelo meu rosto...olho o horizonte e não acredito que eu não consiga mais ficar perto de você.
Du, seja como for...tantas vezes você me disse que não me esqueceria...que voltaria pra me ver...que voltaria pra mim...
Sem defesa não me resta nada...eu desejei...briquei...e foi a melhor coisa que aconteceu...eu não sabia que o mundo ia ficar melhor com você, que a vida pode ser mais feliz se você estiver ao lado, que posso ser uma mulher plena.
Aos poucos descubro que você está cada vez mais em mim...e não será fácil tirá-lo do lugar que você chegou com tanta diplomacia, delicadeza, ocupou um espaço que parecia ter esperado por você a vida toda e por isso todos os que passaram não conseguiam preenche-lo.
Aquela noite no little dariling que você não me deixou ir embora...um sorvete para um andar tranquilo e cheio de carinho...a plenitude da sua estada em minha vida...naquela última noite que passamos juntos...os mimos...os doces "oi moça"...a vida girava em perfeita harmonia...seus olhos me mostravam um mundo novo a cada dia, uma sensação nova e prazerosa...todos os "bom dia"....todos os "boa noite"...adorava o "durma bem"...beijos do cansaDU...dias lindos...dias meus...dias doces...dias...