quinta-feira, 31 de julho de 2008

Uma tristeza sem motivo aparente

Há dias em que acordo e me pergunto porque me sinto tão triste? De onde vem tanta necessidade de me isolar, de ficar quieta, de apenas sentar no sol e sentir-me aquecer pela sua luz, observar as coisas e as pessoas em camera lenta.
Não quero falar, nem ouvir. Quero apenas estar. Onde? Não sei.

Fazem dias que me sinto sem lugar, olho as pessoas e não as vejo, as ouço mas não escuto. Uma agonia fina e delicadamente lenta toma conta das minhas horas.

Não consigo sorrir verdadeiramente. O mundo parou e eu não percebi onde. Essa semana me fizeram reviver uma parte de um tempo que eu quis esquecer e por quase dez anos tinha conseguido. Até que em outra boca eu ouvi as mesmas palavras. Palavras que há muito eu já julgava como sentença.

Desta vez eu não me protegi, não fui buscar ajuda, não gritei, apenas chorei, enquanto você me apunhalava.

Ferozmente você me atingia e imagino que sorria da minha fragilidade inocente ou burra, como queira.

Entendo assim que parte desta tristeza seja por esta razão, não esperava isso de você. Aliás de quase ninguém. Eu nunca espero nada das pessoas, nem mesmo o prazer que elas tem em serem cruéis.

Imagino que pra muitos eu seja apenas uma menina mimada, pra outros uma "esquisita" de plantão, não me importa.

Assim vou vivendo...com aqueles que me aceitam como sou e que me fazem sorrir quando do nada dizem pra mim que me amam.

Não poderei nunca perdoar o que foi feito. E jamais deixarei que você julgue meus amigos, meus verdadeiros amigos. Os quais eu não preciso ser nada além do que sou para estar com eles.


E sensitivamente ou não, M. e V. me deixaram muito feliz essa semana, pois ao nos falarmos sentiram que eu não estava muito bem, não me questionaram e assim me protegeram de mim mesma.


Jamais desistirei das coisas que busco mesmo que sejam coisas impossíveis. Meu mundo anexo me permite sonhar, imaginar e acreditar nas coisas que nem todos podem ver e sentir.


Sou capaz de sair de cena, sem quebrar o texto, sem desmanchar a história.

No anexo vou me proteger.

E obrigada meus poucos grandes amigos por se fazerem presente sempre. Eu amo vocês.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Medo?

Por muitas vezes me pego pensando de onde vem tanto medo. Porque tenho que me sentir assim apavorada, assustada, querendo me esconder do mundo?
Busco coisas que não existem e planos que não fazem o menor sentido. Planejo a vida em alicerces de areia que não suportarão nenhum dos meus sonhos.
A fraqueza me abate e sei que assim vou perdendo pouco a pouco as pequeninas coisas que construí.
De certa forma meu abalo faz sentido quando vou descobrindo que as pessoas são cada vez mais cruéis, mais impiedosas. Assim acredito cada vez mais que a solidão não é uma escolha e por mais que possa doer, ainda assim é uma dor menor do que a decepção, do que a crueldade dos castigos.
Não tenho mais forças pra me defender. Só preciso deixar a onda me acertar e o vento levar tudo embora.
Quero apenas sentar no sol e observar a paisagem gélida como se estivesse em camera lenta. Quero parar o instante, quero aprender a conviver com essa companhia minha, só minha.
Eu e a minha pessoa.
Me isolar seria a solução mais digna, menos dolorosa. Calar-me seria a maneira menos triste de sair de cena.
Sendo assim, vou calar-me para isolar-me no anexo. Sem dor, sem sofrimento, vou preservar meus bons sentimentos como algo que eu não soube transmitir as pessoas que estiveram a minha volta.
Ser facilmente esquecida, essa é minha maior vitória. O que pra muitos seria uma tristeza, pra mim uma certeza confortável.
Como dizia Yumi em sua sabedoria plena...
..."Viva de forma que sua presença não seja notada".
Partirei um dia sem deixar saudades do que fui. E isso não me deixa triste, porque entendo que as pessoas precisam ser muito plenas pra deixarem saudades e seria de extrema petulância que eu me comparasse a elas.
Bombagens? a mim não. Apenas certezas que me fazem ter menos peso na minha existência.

sábado, 26 de julho de 2008

Recordações II

Amizades assim são pra toda a vida

Momentos de recordação

essa era a primeira parte da conquista de um sonho... um sonho meu...

Uma dedicação extrema de cinco anos.

todos os sonhos colocados aqui.

Uma superação.

todos os ensinamentos.

Uma meta.

a escolha pro futuro.

Um destino.

Um ideal.


Um caminho.

Um lugar.

Um desejo.

Um final feliz!!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Daniel Sempere

Ontem foi um dia marcado pela despedida de Daniel e pela minha lenta recuperação depois de um dia de dor de cabeça extrema que me fez pensar em atirar-me contra qualquer coisa que me fizesse desmaiar para evitar tamanha dor.
Bom na noite de ontem ao me sentir mais recuperada, decidi que tinha que deixar Daniel partir. Assim consumi todas as suas palavras e me vi ao lado de Bea, Fermín, Barceló, Clara e o pai de Daniel em uma prece para que ele não me deixasse nas próximas frases. Ví Julian Carax entrar naquele quarto e levar a caneta tinteiro, observei o túmulo de Núria e disse adeus para ela mais uma vez.
Não pude evitar a curiosidade em saber o que Julian faria agora que sabia de Penélope e David, o filho que ele jamais conhecera e que unira ele e Penélope Aldaya para sempre.
Senti um frio percorrer a espinha quando te observei falando sobre Julian seu filho com Bea e assim senti saudades de uma época na Barcelona de todos os sonhos possíveis. Deixei assim você ir embora ao lado de seus dois maiores amores Bea Aguilar e Julian Aguilar Sempere.
Essa é sua nova família Daniel e eu o observei forma-la naquele casarão da avenida del Tibidado quando pela primeira vez você e Bea se entregaram ao sentimento que não poderiam mais conter.
Fiquei feliz em ve-lo bem e com uma nova vida como o pai de Julian e marido de seu amor incondicional Bea.
Por vezes quis voltar as páginas para imaginar-me personagem também dessa história e eu não poderia escolher outra personagem senão Beatriz Aguilar, pois ela ganhou um filho e o homem que ama e que também a ama. Que lutou por ela e que viveu por ela e pelo filho que ela trazia consigo.
Hoje quis ficar na nostalgia da lembrança de seus últimos momentos em minhas mãos, misturei nossas vidas, escutei Baby's romance, Be my last e Sakura Drops na intenção de nos deixar mais próximos ainda.
Minha vida se resume a viver um personagem que eu mesma escrevo mas nunca sei qual será o seu final e posso ouvir Gafsa enquanto imagino-me andando por Barcelona, Paris ou na Alemanha do pós guerra na qual encontro todos os meus personagens reunidos, juntando o que restou de suas vidas e nas quais me identifico com eles na luta por um amor quase sempre com ar de perdido e pelo qual sinto necessidade de lutar seja como for.
Assim como Bea esteve a espera de Daniel antes mesmo que ele soubesse de seu secreto amor.
Como eu queria poder dizer isso pra você e sentir meus pés saírem do chão outra vez.
Em um misto de encontros e desencontros, desejos e submissão.
Assim Daniel, Bea, Núria, Penélope e Julian irão para junto de meus outros amores.
Que venha o silêncio, que seja o meu silêncio...O silêncio dos amantes.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Meu delírio mais doce

Ah! se minha vontade pudesse ser obedecida, seria a loucura mais gostosa de todas, a minha melhor aventura, meu delírio mais doce. E hoje deixarei que falem por mim...
Eu já contei os meses
Eu já contei os dias
Eu queria comparar as nuvens
Eu sei de cór as vezes
Que nas noites frias
Eu sorria por saber que você vem
É que no meu mundo
Se canta o que ainda não se tem
Se tem um violão profundo
Se canta, porque cantar faz bem
Eu já contei demais
Imagens que eu achei
E as letrinhas dos jornais
Eu já muito cantei
Eu já muito contei
Mas é que eu quase não me calo
Se eu calo eu pulo a cena
Que é pra não ter mais pena
Do que ficou pra trás
Com as letrinhas dos jornais
Eu já contei os meses
Ah,Eu já contei os dias
Eu queria contar horas também
Eu sei de cór as vezes
Que nas noites frias
Eu Sorria por saber que você vem
Mas É que no meu mundo
Se canta o que ainda não se tem
Se tem um violão profundo
Se canta, porque cantar faz bem
Eu já contei demais
As imagens que eu achei
E as letrinhas dos jornais
Eu já muito contei
Eu já muito cantei
Mas é que eu quase não me calo
Se eu calo eu pulo a cena
Que é pra não ter mais pena
Do que ficou pra trás
Como as letrinhas dos jornais


PS: continuo na minha dolorosa despedida de Daniel que irá partir nos próximos dias rumo ao encontro de Ricardo, Liesel, Anne, Rudy, Peter, Antônio e tantos outros.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Pensando

Acho que ando pensando demais. Querendo ou não, amanhã seria o último dia de prazo para uma noticia que eu queria muito, mas que não veio. Talvez tenha sido melhor assim, talvez não fosse pra mim. Agora é seguir em frente, não há muito o que se possa fazer.
Não é uma reclamação e isso é o mais difícil de fazer com que pessoas próximas entendam, mas não posso dizer que esteja feliz por completo. Ontem quando olhei aquele projeto em cima da mesa, meu coração disparou, lembrei com saudade das reuniões começadas na hora do almoço e que me faziam ganhar apenas um sanduiche mas me sentir feliz.
Todas as discussões sobre a cidade e as utopias de pessoas que como eu olham para a imensa metrópole com um ar de quem olha para o mágico, imaginando o que tirar de sua cartola. Pois é, são essas as coisas que me fazem falta, mas como disse meu querido amigo emurbiano, não deixe de sonhar nunca, e é o que luto todos os dias para não deixar de fazer.
E prometo a mim mesma todas as manhãs que ainda vou fazer o que me dá prazer, não sei exatamente quando, mas vou.
Pra agravar tudo, ainda tem sido difícil não lembrar de R. e me sentir tão agoniada. Precisaria saber se está tudo bem.
Mas voltando as utopias, lembrei de mais sonhos dos quais participei na minha estada louca no 16º andar do majestoso Martinelli.
Por seus corredores deixei expectativas, medos, vontades, sonhos e inúmeros rabiscos urbanos que forma me movimentando durante 18 meses maravilhosos.
Sob o comando magnifico de meu grande colega, que quando tinha que ser chefe era amigo, quando tinha que ser amigo era mais do que compreensivo.
Estou me dedicando...rsrs, sei que sabe disso.
Que saudades das discussões calorosas de minha doce amiga, mestre, companheira, cúmplice S. que foi por tantas vezes um espelho.
Do café com a L. e do sono que me deixava com vontade de dormir no quartinho.
Do riso da F. e do sempre disposto amigo P. o mestre do CAD...rs
Mas como diria M. uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa e V. olhos nos olhos que eu vou perguntar...rsrsr
Quanta loucura doce.
Saudades amigos. Muitas saudades.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Ninguém pode saber...Daniel


O dia está nublado e com uma névoa branca e gelada que permeia a paisagem. Confesso que estou na expectativa de alguma coisa. Preciso afirmar ainda que as desculpas sobre minha infantilidade fossem verdadeiras, ou pelo menos a intenção dela. Por instantes me pergunto por que você me respondeu com um "se é assim que você pensa", de fato fiquei pensando, mas acho que em um ponto concordamos, pelo menos no que diz respeito a não brincarmos mais um com o outro.
Assim como Yuki, hoje meu sonho é apenas um chocolate Apollo e um desejo imenso de voar. Não sei o que anda acontecendo comigo, mas estou inquieta, queria coisas novas, voltei a pensar em quem não devia, acho que aquele dia dez me fez lembrar coisas demais e acabaria fazendo de tudo pra um “remember” daquele dia. Aliás, dia 25 fizeram dez meses do dia mais mágico de toda a minha vida.
Quantos dez! Será que isso significa algo? Dez anos, dez meses, dia dez...
Dez vezes eu poderia dizer que te amo, ou melhor, que te amei mais do que a mim mesma, esse talvez tenha sido o erro.
Agora um continente inteiro nos separa. Foi impossível não falar em você esse fim de semana, como eu te disse uma vez, eu ia deixar que você me esquecesse, mas que você não espere isso de mim e a verdade é que eu jamais vou apagar você da minha vida.
Alguma coisa em Daniel me lembra você, não sei se pela falta de paciência com a vida, ou pelo desejo intenso de aventura, só sei que me lembra...
...lembro-me com carinho e saudade daquele dia na livraria, você me falando sobre os seus desejos de leitura e sobre a sua busca pela liberdade.
Naquele dia fui pra casa com a sensação de que algo tinha mudado, eu só não sabia em que sentido. Dias depois provaria o gosto mais doce de todos os meus sonhos, senti sua pele em minha pele e como um convite você me olhou antes que seus lábios tocassem os meus, sentir-me morrer em seus braços e por um instante desejei que aquela noite nunca acabasse. Meus sonhos de criança, meu príncipe encantado, meu amor de tantos anos.
Eu poderia morrer naquela noite que morreria feliz, mas sem saber do que viria depois, desejei viver. Desejei viver para viver aquele meu e único amor que mais ou menos dez anos tinham sido roubados pelo anonimato que me consolava a cada ano e que me confortava com a situação de apenas sua amiga.
Fiquei dias com a sensação dos pés longe do chão, ainda lembrando-me de como de certa forma você me suspendia para poder me apertar contra seu corpo. Ao fechar os olhos ainda sentia seu perfume, o calor da sua pele e o pulsar do seu coração contra o meu corpo.
Senti um arrepio frio percorrer minhas costas ao ver você fechar aquela porta, pálida e sublime te respondi não e você docemente me ofereceu o sorriso mais lindo do mundo, porque naquele instante ele era só meu. Aquela boca que durante anos emoldurou o sorriso que eu apenas observava de longe, imaginando que todo o meu desejo é que por apenas um instante ele fosse só pra mim.
Nas semanas que se passava, eu somente me fazia viver pelas lembranças daquelas horas, sentindo suas mãos me tocarem e consumindo o gosto da sua boca ainda guardado na minha.
Não poderia prever, já que estava sob o efeito daquele dia, que tudo mudaria e que eu o perderia para sempre e de maneira tão cruel.
E mesmo depois de dez meses, eu ainda não consigo saber como seria se te encontrasse de novo.
Eu quis uma nova vida, mas não pude ter quem eu queria, assim como não tive você.
Sendo assim, o que me resta é caminhar por onde sei que meus pés podem pisar e assim me proteger da dor.
Estou feliz, mas sei que faltam coisas a minha vida. Sei que meus planos agora parecem incompletos. Mas andarei por áreas seguras, onde somente faça o que meus pensamentos mandem.
Bem vindos a vida Daniel e Penélope.