faz muito tempo que eu não venho aqui...eu tentei resistir e não colocar nada no papel, talvez tentando evitar o registro dos meus últimos dias...dolorosos, chorosos, tristes, cinzas...pálidos.
a luz apagou e eu me perdi em cacos espalhados pelo chão...
desejei morrer pra não sentir a dor que me consumia velozmente a cada segundo, não que ela tenha passado, mas hoje consome de maneira mais lenta dando espaços pra que eu respire.
me encolhi, chorei...
o sofrimento não era uma escolha e sim um caminho sem volta do qual eu não me dei conta de como cheguei até lá...eu contei os passos, olhei pro horizonte e por muitos dias o abismo foi o único espaço que encontrei entre a vida que deixava de ser minha e a que eu queria ter...
não foi fácil me ver dilacerada em tantos pedaços sabendo que muitos deles não irão colar jamais... no espaço vazio que você deixou nada irá ocupar o que ainda é seu e talvez será sempre seu... mas a vida precisava seguir e eu precisava olhar pra ela querendo viver...foi o que fiz...olhei pra ela querendo mais do que tudo algo que só eu poderia me dar...o dever de ser feliz por mim, pra mim...
eu olhei o caminho havia luz, um sol brilhante e gélido de inverno me mostrava que a vida é composta de obstáculos mas que eu era forte o suficiente pra passar por eles e que amar não é um crime é um alimento e um privilégio...sendo assim eu te amei muito e a felicidade estava em te amar por quem você é e não por você retribuir esse amor ou não.
a vida girava tão rápido....e eu precisava caminhar, sentir o vento soprar em meus ouvidos que eu precisava ir em frente...
e assim eu vestia não mais um personagem e sim vestia-me a mim mesma, observando a mim e admirando a mim mesma e querendo a minha vida plena...
os dias passam, as imagens correm diante dos meus olhos...sou tomada por energia que se alimenta da luz do sol que me guia...bem vinda à vida Priscila.