sexta-feira, 18 de abril de 2008

A despedida de Antônio

É tão engraçado como me sinto agora. Antônio está partindo, ficará na minha estante com os meus eleitos, e os eleitos de Antônio também.
Estará dividindo as atenções com Goethe, Alvares e como todos os poemas dolorosos, extremamente barrocos, dramáticos e que tanto me agradam.
Antônio irá deixar um vazio, seus devaneios me encantam, seu amor me transporta. E cada vez mais me questiono onde estão os "Antônios"???
Eles não existem, ou se existiram, foi apenas em um período distante do qual eu não pertenci para conhece-los.

O morcego está indo embora, Diana foi embora. E o amor dos dois? Diana abriu mão de seu amor, em troca da sua liberdade e da segurança de sua família?
Será sempre assim? amar demais, para acabar dilacerado e partido?
Antônio lutou tanto por Diana, sofreu imensamente por ela, é justo acabar sem ela?????

Mas o que é justo? Eu não estou aqui e meu amor...a diferença é que Diana resistiu, mas também amou Antônio. E eu só fiquei com os sofrimentos, o meu amor nunca foi meu, nunca me amou.

Triste?
Não. Apenas consequências de coisas que não sabemos porque somos os escolhidos.
No fim chegamos a conclusão de que não somos donos de nossas vontades e que ser feliz não é algo constante e muito menos para todos.
Porque somos escolhidos? não sei.

Mas as vezes me pego a pensar, haveria uma forma de ser diferente? Acho que não.
A vida é assim e assim será.

Só mais uma observação...Antônio faria um belo par com Isabel, a menina das lágrimas, frágil.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Antônio

Antônio está no fundo do poço pelo amor de Diana e Sophia é capaz de tudo para tê-lo. Não conhece regras, leis. Mas não percebe que ela é tudo o que Antônio odeia.

É engrançado como o que Antônio vive parece real.
As vezes, quase sempre, é assim que a maior parte das pessoas agem, lutam inescrupulosamente para ter o que desejam. Assim como Antônio, o sofrimento me bate, mas não sou capaz de nenhuma guerra pra conseguir o que quero. Um dia quis que isso fosse entendido, mas o que ganhei foi uma guerra gratuita, onde só eu perdi, só eu chorei, somente eu cuidei de meus ferimentos.
Fazer o que? amar não é para todos os seres, apenas os "especiais" são aceitos.
Os que não pertencem a este mundo estão condenados a lutar com o nada.

Foi assim que me senti doze anos depois, quando meu segredo foi revelado e meus sonhos destruídos.
Sim, porque foi o que fizeram questão de fazer, como se não fosse o suficiente apenas rejeitar meu amor, mas sim me fazer sofrer por cada segundo do meu sentimento.
É como se fosse preciso arranca-lo de dentro do outro.

Antônio conta de forma nobre, aquilo que todos os não eleitos setem.
E quando achamos que as feridas estão fechadas e que podemos nos erguer, tem sempre alguém que nos faz lembra quem somos de verdade, e assim nos empurrar no abismo.

Sim, isso mesmo.

E não adiantaria sentir falta, morrer. Não haverá quem se importe.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

O que anda acontecendo

Bom, quase quinze dias sem aparecer por aqui, é justificado pelo menos pela última semana, Antônio chegou a minha casa e estou consumindo suas histórias, como uma criança que consome o melhor dos doces.
Pode parecer loucura ou bobagem, mas me identifico totalmente...Antônio, sofre e encontra consolo para sua dor naquilo que lê.
Adora Werther, Alvares de Azevedo, as vezes enquanto leio seus devaneios, me pergunto porque Antônio não é real?
Ele está apaixonado por Diana, uma atriz, irreverente, moderna, ela está sempre em conflito com a sociedade que os cerca.
Diana é muito a frente de sua época, porém não é (até agora) forte o suficiente pra enfrentar a diferença social que há entre a atriz do teatro de fogo e o Morcego imponente filho de fazendeiro que faz de Antônio, o par que ela quer resistir.
Ele está doente e implora por seu amor, ela resiste, o maltrata para que assim ele desista dela, porém o que o Morcego sente é algo tão grandioso que nem mesmo o desprezo de Diana o faria esquece-la.
Entorpecido pelo absinto que consome com frequencia Antônio deixa seu corpo torpi para que sua dor seja menor.
Ele comprou um caixão no qual faz toda a sua preparação para a morte.
Nesse misto de paixão e desejo, outros aparecem como pano de fundo para o casal.
A dona da funerária, que mesmo em seu lado mais doce (se é que isso é possível), não conseguiu fazer Antônio atender as suas investidas.
Zabé, escrava mucama, que sofre com as torturas.
E Allegro, jovem que descobre a vida nos braços de Lundun e os prazeres dos livros de Antônio, enquanto sua mãe, espera que ele se torne um sacerdote.
Sem falar ainda em João e Pedro, companheiros inseparaveis de Antônio.
E Rosa a mais bela das mulheres da rua das flores que sonha com o amor do Morcego.
Tudo isso em uma São Paulo, ainda se preparando para se tornar a metrópole que é hoje.
Pois é assim, Antônio tem ocupado todo o meu tempo vago com o romantismo que infelizmente só os livros trazem...