sábado, 15 de maio de 2010

A noite o céu é perfeito!

Cheguei a Londres essa manhã, senti uma falta incrível de Ricardo, mas decidi deixá-lo pra trás como fiz com Paris.

Eu não podia mantê-lo comigo.

Penso em tantas coisas agora e ao mesmo tempo não penso em nada com medo do que posso pensar.

Um frio percorre minha espinha quando penso que tudo está tão longe.

Por conta do medicamento, a visão parece turva e os movimentos mais lentos.

Uma agonia fina toma conta dessas horas, não entendo porque estou me sentindo assim.

Você me tirou da sua vida e eu resignei-me a minha ausência.

Não é tão fácil como parece, mas engoli meu orgulho e aceitei. Parti.

Não há convites, não há discussões, não há cinema, não há café.

Dei meus passos de Alice no seu mundo encantado. Peguei o caminho errado e estou agora só tentando voltar pra casa.

Não imaginaria que tudo fosse ser tão doloroso. O segredo que seus olhos guardavam ia além da minha imaginação.

Não entendo o que é esse vazio dentro de mim, como se houvesse uma ausência de alma.

Pergunto onde meus passos me levam e não consigo entender o que eles respondem.

Estou tomada por uma inquietude que me sufoca. Sinto-me triste como há dias não me sentia. Uma saudade invade todas as coisas que tento pensar e me pergunto, era necessário que fosse assim?

E o pior é saber que os dias serão todos iguais, mil sonhos serão enterrados.

As lágrimas correm de mim.

É horrível a sensação que tenho de estar cada vez mais fora da realidade comum. O que há de errado?

Pela manhã eu parei pra observar a cidade e seus movimentos. Vozes, passos e eu olhava as cenas como se elas estivessem expostas em quadros.

Me despedi dos meus amigos em Londres, aqui era só uma passagem pra aprender o valor de um amor, mais forte que a vida.

E eu que te amo tanto, sufoco meu choro e tento achar um caminho pra aprender a lidar com a dor de te perder dia após dia, sabendo que não estou a altura do seu coração.