sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Base sólida

Eu olhava a chuva linda que caia e formava pequenas flores com as gotas grossas e pesadas que caiam...a imagem meio cinza não me incomodava...eu lembrava-me de sábado a noite...em outro mundo eu me deixava levar...a felicidade me emocionava...era pleno e sólido, éramos nós, apenas nós.
Tenho uma paz dentro de mim, uma alegria que mistura com euforia...resultando nesta felicidade que sinto mais a cada dia...ontem o sol atendeu aos pedidos, sorriu pra mim lindo, soberano e mostrando todo o seu brilho me disse mais do que todos os dias.
Me deixo levar pelas ruas, fico imperceptível as pessoas que passam e sem olhar pra trás sigo adiante...olho todas as coisas boas que estão disponíveis a mim... Mergulho nos olhos que me observam...presto atenção nessa respiração que tanto me inspira...

...."qual a verdadeira face do amor?"...

***verde para combinar...olhos verdes***

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Aviso

A vida real me tirou do anexo...estou vivendo...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Sete Vidas

Pode parecer bizarro e hoje a imagem bucólica que eu via das árvores me agradava imensamente. O sol não apareceu mas pouco importava o seu brilho porque eu ainda estava inebriada pelo mar esverdeado dos olhos que me observavam sem defesa.
Eu estava naquela mesa, contava parte da minha vida e ouvia atentamente o que me contavam...eu queria estar alí e assim ficaria por quantas horas mais o dia me permitisse.
Tudo estava perfeito, mais que perfeito...
As vezes pareço maluca na tentativa de expressar a vida, mas parte de tudo sempre depende do que sinto.
Fazem exatos seis dias que voltei a sorrir por mim.
Cansei da depressão ou ela que cansou de mim. Abri a porta e não tive medo de sair.
Na sexta foi o primeiro dia que me dei conta disso, embora já fizessem mais dias.
Sem imaginar nada sobre o dia eu saí de casa me sentindo feliz por colocar fim a minha tristeza naquela semana. Por ver em mim tanta vida sendo jogada fora por bobagens.
É difícil quase sempre aceitar que as pessoas podem passar por nossas vidas e não ficar o tempo que gostaríamos.
Naquela mesma manhã eu não só abri a porta de casa, mas tirei dos olhos a venda que eu insistia em usar. Desamarrei meus pulsos.
Senti uma liberdade jamais sentida até então.
Eu estava em pé depois de quase quatro meses procurando razões que estavam em mim. Eu me amei neste dia como em nenhum outro.
Sim, amei a mim, amei meus sonhos, meus desejos, meus planos.
Sorri pra vida que se abria aos meus pés, como o sol se abria no céu.
O dia foi marcado por coisas boas. Um novo projeto, um novo desafio.
Academicamente e praticamente...ambos colocados a mim como os meus novos desejos.
Eu jamais poderia imaginar o que ainda estava por vir. Tomada por uma alegria sem tamanho pelas minhas conquistas eu segui adiante e combinaria uma certa "comemoração" para minhas vitórias.
Eu sorria, eu ria, eu me divertia com meus amigos de pouca data mas de muita harmonia. Eu queria estar alí, eu me sentia bem alí.
Já estava de saída quando uns olhos verdes me chamou a atenção, mas eu precisava ir e senti muito ter que deixá-los pra trás.
Para minha doce surpresa a vida reservava mais coisas boas...eu estava feliz de poder olhar para todas as coisas boas que tenho na vida.
Os olhos que me encantavam estaria lá começando a entrar no meu mundo particular. Um mundo de muitos espaços mas poucos acessos.
Não me importam os motivos...ganhar amigos é sempre um presente muito bom.
Me escondi no anexo nos últimos meses pois era necessário cuidar dos meus machucados.
Não quero cometer os mesmos erros, estou assustada comigo mas um susto de felicidade me invade desde aquela manhã com chuva.
Se perceber eu contava os passos, sentia minha própria respiração e gostava cada vez mais de me descobrir viva, de perceber que a força que eu busquei todo esse tempo estava em mim.
A felicidade e a euforia que eu sentia era sólida, inabalável e minha.
Eu estava alí...a sensação era muito boa...eu o ouvia...meus olhos pesavam porque tinha chorado bastante...o filme era lindo, mas triste.
Voltei pra casa sentindo o vento que tanto gosto passar pelo meu corpo...eu poderia sorrir para o mundo...era um dia feliz, feliz por mim...e claro que por E.ou D. como quiser.
A vida se abria naquela semana...
Adormeci com a sensação ainda das últimas frases...
Muito prazer Yuki.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Diploma

Depois de meses de espera e meses de falta de tempo acumulado pela falta de vontade de fazer qualquer coisa, fui buscar meu tão querido diploma.
Engraçado que mesmo depois de um ano, te-lo nas mãos me deu certa nostalgia, além de alguma forma me emocionar...só eu sei o que significa aquele pedaço de papel dizendo que sou bacharel em arquitetura e urbanismo...só eu sei o que foram os longos cinco anos de muito, mas muito sacrifício.
Era uma parte da minha história que eu havia deixado de lado...resolvi resgatar na hora do almoço...rs
Ele é lindo e um frio percorre a espinha quando eu o leio...rs
Infantilidade? não, apenas sensação de missão completa.

Uma boina vermelha...rs

O mar estava agitado, eu caminhava na areia e sentia as ondas baterem nos meus pés...a sensação era boa...cada vez que o mar se colocava sob meus passos parte das coisas que eu quero esquecer eram recolhidas...eu sentia o vento a me contar o que talvez fossem os meus segredos...eu olhava o horizonte e observava a vida como um filme que se passa em "slow" e percebia que tudo era tão meu...eram as minhas coisas, meus objetos, meus desejos, meu prazer, minha dor, minha alegria, minha agonia, minha alma...meu corpo.
Eu sorri como uma criança que ganha o presente desejado, eu ganhei a mim...olhei a vida.
Parei pra observar o movimento do mar, ele vai e volta...em um instante rotativo leva lembranças traz esperança...carrega desejos e devolve sonhos...
Eu estava só e jamais me senti tão acompanhada...a água estava gelada...eu andei...as ondas me acertavam e me convidavam...mergulhei...ouvi minha respiração...abri os olhos...a paisagem era linda...na boca o gosto era salgado mas nunca foi tão doce...
Um desejo de coisas boas, um misto de prazer e ansiedade tomam conta de tudo...ao mesmo tempo que transbordo de uma paz que há muito não sentia...respiro fundo...deixo a vida valer a pena...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Uma sensação boa

Tenho até medo de escrever sobre sensações boas, ultimamente elas tem sido raras e parecem as vezes até terem desaparecido da minha vida.
Mas fato é que a mesma sensação boa que eu senti naquela manhã de sexta ao me procurar, ao querer olhar pra mim e dizer que meu dia seria um bom dia, tomou conta do meu fim de semana e hoje me acompanha neste dia de sol intenso e que pela primeira vez em muitos dias volta a me parecer lindo.
Acompanhada pelos meus novos pensamentos me permito sorrir não para os outros e sim pra mim...é preciso abrir os olhos, sentir o vento...no alto da montanha me protejo mas me descubro também.
Há um ritmo novo em mim...estou caminhando...o som deste caminho tem Bjork...sinto uma paz que o vento deixa pra minha alma....meu corpo responde sorrindo a essa sensação de bem estar...sequei minhas lágrimas...abri a porta...coloquei meus desejos na bolsa e saí para o meu bom dia...
De certo modo resgato a cada dia um pouco mais de mim...um pouco mais dos meus objetivos, um poucos mais da minha felicidade. As vezes a ausência e a saudade incomodam mas a dor já não é tão intensa...nesses dois últimos dias me permiti até mesmo esquecer...
Que seja um dia bom ou um bom dia.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Esta manhã

Não sei o que aconteceu hoje...eu abri os olhos, o dia amanhecia...eu me recordava da noite de ontem e via o quanto a vida é bonita e como são bons os momentos com meus amigos...e pela primeira vez em muitos dias eu sabia que a dor estava lá mas ela não me fez chorar...eu não quis lembrar...eu levantei, olhei pra mim como a muito não me olhava...deixei a água cair sobre meu corpo...senti os prazeres dos meus perfumes...olhei pra minha árvore na janela, ela sorria por um sol que há muitos dias eu não via...o verde era intenso e lindo...as folhas balançavam e me diziam bem vinda a liberdade.


Sorri...me permiti uma felicidade como há muito eu não sentia...


Desci os degraus contando minha vida para mim...o cheiro de café me inebriava e eu sentaria para o prazer da minha bebida favorita...olhei a minha volta e me encantei com a paisagem linda que se abria a minha frente...senti saudade sim, mas de mim...
E resolvi que a vida é linda...porque é minha...e que nem sempre vai ter sol, mas que posso ver graça na chuva...nos dias nublados...nos dias frios...
A vida se abre...sinto o vento...e digo a mim bom dia.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Inicio ou recomeço

Um inicio ou um recomeço? Pra muitas coisas um inicio, pra alma um recomeço do mundo que deixei pra trás, das coisas que não olhei...é preciso ficar em pé, continuar caminhar para o mundo que eu quero alcançar.

Meu caminhar agora volta para o lugar...
Fiquei em pé...abri a porta...respirei...fechei os olhos...me atirei...senti o vento percorrer pelo meu corpo.
Ouço Cat Power...a música me envolve...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Drummond

Viver não dói
Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecidouma pessoa tão bacana, que gerouem nós um sentimento intensoe que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrerpelas nossas projecções irrealizadas,por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos,por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silênciosque gostaríamos de ter compartilhado,e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porquenosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livresque deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco,mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a elanossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu,mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendoconfiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos,nas forças que não usamos,na prudência egoísta que nada arrisca,e que, esquivando-se do sofrimento,perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Vento

o vento passa por mim...traz pensamentos e idéias...paz e desespero...surpresa e angustia...os dias passam, as horas correm e eu estou no mesmo lugar...
Atravessei a janela...o vidro se transformou em um mosaíco que cobriu meu corpo e se coloriu de vermelho com meu sangue...as pessoas gritavam...eu nem conseguia chorar...não havia dor...eu só sentia os cortes...mas não era dor...ou se era, era bem mais suportável do que a que sinto em ter perdido tudo... eu joguei e perdi a aposta...
tento recolher o que sobrou, mas nada consigo montar...nem a mim mesma...
o vento continua a passar pelo meu corpo...gosto dessa sensação...é como se passasse pela alma...ferida...machucada com os cacos do vidro que eu nem percebi atravessarem o corpo...passos inventados, caminhos supostos e nenhum a ser seguido...me apego ao trabalho, dou-me trabalho...busco no tempo as resposta para a minha agonia...não encontro...
me perco mais...
me acho menos...
me questiono...até quando??
até quando meus pés vão me levar pra onde não posso mais pisar?
o vento me atravessa...me corta...me consome...a febre me faz tremer mas mesmo assim adoro o vento...eu não deveria estar aqui, mas fico porque fechar os olhos e me jogar é a forma que encontro de sentir melhor esse vento que me atrai...que me chama para o abismo...que me faz querer sentir...meu corpo...outros corpos...minha alma...outras almas...minha vida...outras vidas...meus personagens...meu personagem...
adoro o vento que passa por mim...

domingo, 11 de janeiro de 2009

D

A dor toma conta de tudo, agora não é só a alma que dói...o corpo está doente também...mal posso ficar em pé...faltam forças...a cabeça dói...estou enjoada, tenho tontura...o mundo roda ao meu redor...
em uma sequência de imagens produzida pela febre me deixo levar...achei a veia...o liquido escorre...sinto gelado e uma sensação de sonolência vai tomando conta de mim...as coisas passam em camêra lenta...
estou gelada, entrego-me, não há porque e nem quero reagir...

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Passion (paixão)

Omoidaseba haruka haruka
Mirai wa doko made mo kagayaitetaKirei na aozora no shita de
Bokura wa sukoshi dake obiete ita
Natsukashii iro ni mado ga somaru
Mae wo muitereba
Mata aemasu ka
Mirai wa doko e demo tsudzuite iru 'n da
Ooki na kanban no shita de
Jidai no utsuroi wo mite itai na
Nido to aenuHito ni basho ni
Mado wo akeru
Omoidaseba haruka haruka
Mirai wa doko made mo kagayaiteta
Kirei na aozora no shita de
Bokura wa itsumademo nemutte ita
Zutto mae ni suki datta hito
Fuyu ni kodomo ga umareru sou da
Mukashi kara no kimari goto wo
Tama ni utagaitaku naru yo
Zutto wasurerarenakatta no
Nengajou wa shashin tsuki kana
Watashitachi ni dekinakatta koto wo
Totemo natsukashiku omou yo
Aozora no shita de

Quando me lebro de muito, muito tempo atrás
O futuro estava brilhando infinitamente
Debaixo do lindo céu azul
Nós estavamos um pouco assustados...
A janela estava banhada numa cor nostalgica
Se eu continuar esperando ansiosa
Eu vou te encontrar de novo?
O futuro continua em algum lugar
Em baixo de um grande sinal
Quero ver os tempos mudarem
Junto às pessoas e lugaresque eu nunca verei de novo
Eu abro essa janela
Quando me lebro de muito, muito tempo atrás
O futuro estava brilhando infinitamente
Debaixo do lindo céu azulNós dormiamos infinitamente
A pessoa que eu amava a muito tempo atrásvai ter uma criança no inverno
Nossas promessas de tanto tempo...
As vezes quero duvidar delas
Eu nunca pude esquecer
Será que com o seu cartão de ano novo virá uma foto?
Todas as coisas que não pudemos fazer...
Olho para trás com tanta nostalgia
Debaixo do céu azul...

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Pulso

os pulsos pulsam...o corpo responde...a respiração é acelerada...atravessei o vidro da janela...não sinto dor...mas estou com frio e percebo as marcas espalhadas pela minha pele...ainda há pra mim uma confusão da qual não consigo por mais que eu queria compreender algumas coisas...tenho vontade de chorar mas também há uma certa vontade em rir...rir de mim...das coisas bobas que faço...das besteiras que penso...
pensar...minha única forma de fugir ou de me achar...me escondo, me protejo...cuido dos meus machucados...
mesmo assim hoje sou só uma casa que ri, que conta piadinhas, que é divertida, que parece normal...
uma "membrana" frágil e delicada esconde meus machucados, minha dor...minhas lembranças, meu passado tão próximo...minha vida tão plena e feliz que me assustava...

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Um céu azul

enterrar o passado...viver o hoje...não lembrar...olhar o presente...acreditar no futuro...

sábado, 3 de janeiro de 2009

Ainda hoje

Acho que em muitos dias, hoje é um dos primeiros onde minha tristeza consegue ser maior que qualquer outro pensamento.
Há uma solidão instalada em mim...e não consigo mais não ser totalmente absorvida por essa melancolia.
Não me dou o trabalho de comentar com ninguém sobre essa minha tristeza que me assusta pois seria perda de tempo.
Todos a minha volta achariam que estou louca. São racionais demais para compreender que me entrego sem demora a esse vazio que me ocupa.
Busco meus objetivos e meus planos mas eles parecem perdidos nos rumos que não consigo alcançar.
Todos questionariam por qual motivo eu me levo a essa tristeza. Nem eu mesma sei.
Seria impossível explicar os motivos pelos quais eu não acho resposta.
Tenho um trabalho lindo e me orgulho muito dele e de tudo que consegui com ele.
O ano que se encerrou foi um ano de muitas conquistas. Eu sei disso.
Mas não consigo mais brigar para abrir a porta todas as manhãs e dizer a mim que é necessário sair.
Hoje eu levantei-me da cama perto da metade do dia, mas só levantei-me porque certamente alguém me diria depois que aquilo era absurdo...sem sequer tentar entender que eu não teria levantado porque não havia nada que me fizesse querer ficar em pé.
Em dias como hoje procuro minhas armas e não acho. E desta forma não consigo abrir a porta.
Sei que preciso de ajuda, mas não posso contar isso a ninguém. Não me entenderiam e ainda as criticas seriam altamente cruéis.
Tento me entender mas não consigo. Busco razões por essa minha tristeza mas nem pra mim elas são claras.
Me sinto no escuro, as vezes sem ar. Chorar já não é mais suficiente para aliviar essa sensação.
Para muitos a minha volta, toda a minha maravilhosa vida não se é possível entender onde mora essa pessoa triste, que se sente tão sem felicidade.
Eu também não compreendo, mas não consigo me sentir feliz...deixo-me abater, deixo que ela tome conta de mim porque não tenho mais forças para brigar com isso.
Cada vez mais me fecho em meu mundo anexo que foi criado pelos meus pensamentos.
Me transporto para lá e pareço desligar-me do restante do mundo.
Não tenho vontade de falar, não tenho vontade de sorrir. Se eu pudesse não sairia da minha cama.
De olhos fechados permito-me sonhar feliz.
Para todos a minha volta tudo isso seria visto como loucura. Posso até aceitar, mas eles não aceitariam...procurariam razões que não existem, razões que nem eu conheço.
Meus medos voltaram a ficar maiores que tudo.
Tenho medo de morrer, mas também tenho medo de viver.
As vezes a vida parece assustadora e sou pequena demais pra ela.
Todas as coisas que dependiam só de mim eu fiz para chegar onde cheguei. Mas essa felicidade solitária parece-me pequena diante das que não consegui proporcionar as pessoas.
Assim caminho em uma trilha estreita...sinto meus pés gelados...a boca seca e uma dor fininha a percorrer meu corpo.

Resposta ao Tempo - Nana Caymmi

Adoro...

Batidas na porta da frente é o tempo
Eu bebo um pouquinho pra ter argumento
Mas fico sem jeito, calado, ele ri
Ele zomba do quanto eu chorei
Porque sabe passar e eu não sei
Um dia azul de verão, sinto o vento
Há folhas no meu coração é o tempo
Recordo um amor que perdi, ele ri
Diz que somos iguais, se eu notei
Pois não sabe ficar e eu também não sei
E gira em volta de mim, sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro sozinhos
Respondo que ele aprisiona, eu liberto
Que ele adormece as paixões, eu desperto
E o tempo se rói com inve.........ja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor pra tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder me esquecer
No fundo é uma eterna criança
que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder me esquecer

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Acreditar

O tempo está em tons de cinza...o novo ano começa e nada parece mudar de verdade...as nuvens choram sem parar essa época do ano...chega ser engraçado se não fosse pela paisagem entristecida com que a cidade acaba ficando.
Olho da minha janela...sinto o vento passar por mim e trazer uma certa tristeza que eu ainda não consegui perder. ...não...não posso reclamar de absolutamente nada...há muitos anos atrás eu jurei que seria feliz mesmo que eu tivesse que abrir mão de tudo em prol do que pra mim tinha importância máxima...sempre achei que outras coisas vinham antes de um coração...mas descobri que sem ele, essas mesmas coisas tem uma graça menor.
Hoje é dia 02 e eu não chorei...
Em dias como hoje a solidão me assusta, é estranho me sentir só, rodeada de pessoas...mas essa é a sensação que cada vez mais se apropria de mim...olho meu corpo como se ele não fosse meu...minhas coisas como se não fossem minhas...assim vou caminhando...esperando o fim...o fim do desassossego, o fim da dor,
...eu queria desaparecer e não consigo...queria fugir de mim e assim fugir daqueles que tanto atormento pelo simples fato de existir...não entendo porque a coragem me falta...seria tão simples, tão confortante para os que estão a minha volta.
É preciso acreditar que um dia ela chegue...até lá gostaria de me ver como a minha grande amiga...de forma com que minha presença não fosse notada...gosto de passar desapercebido...gosto não ser vista...gosto de não estar, gosto de não ter planos, de não ser plano na vida de ninguém...assim posso partir tranquila sem saber que não deixarei ninguém magoado ou decepcionado comigo...não deixarei nada para trás, nem saudades, nem lembranças...eles não esperam nada de mim e por isso em nada eu os deixarei em falta.
Sei que desculpas não mudam em nada todas as decepções que causei...mas é o que posso pedir. Nada do que fiz de bom foi suficiente para causar alegria...quando a coragem chegar sei que pra eles será um grande alívio. Por hora só posso pedir que me perdoem.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

2009

O novo ano se inicia e meus passos tentam caminhar em outra direção...busco meus desejos nas coisas simples da vida...a cada manhã me levanto procurando uma nova inspiração.
Mas neste primeiro dia a inspiração ainda vem do mesmo lugar, mas a intensidade é bem diferente...acredito que com o tempo aprendemos a sofrer menos ou a contornar a dor que tanto nos consome...
Neste primeiro dia desejo tudo de muito bom a mim, aos meus e aqueles que eu queria que fossem meus...Meu, no sentido não obsessivo ou possessivo, mas meu no sentido de se ter sempre ao lado...acompanhando meus desejos, dividindo as minhas vitórias, comemorando meus passos certos, chorando pelos erros que me fazem crescer.
As vezes o andar é incerto, cheio de dúvidas e incertezas...
Não quero mais brigar comigo...eu não fiz escolhas...
Desejos...os meus...sempre meus...
Meus passos me guiam até meus novos desafios...ensaios de uma vida que eu escolhi pra mim...sensações que me deixam uma mulher decidida naquilo que quero e onde quero chegar...
Não posso deixar-me abater...não posso deixar-me morrer...
Yuki, feliz 2009!!