quarta-feira, 31 de março de 2010

Pra mim*

Tudo parece tão mais simples quando estamos do lado de fora.

Jurei a mim mesma que não cairia nas minhas próprias armadilhas. Enganei a quem?

A mim certamente não foi.

Agora visito os meus velhos e bons conhecidos que parecem comemorar. Sinto-me protegida ao mesmo tempo que cansada de estar de volta.

Faço o mesmo ritual. Seco as feridas, olho pra cada uma delas e as ouço dizendo: eu te avisei que seria assim.

Sufoco meu choro e aceito que elas estavam certas o tempo todo.

As coisas passam e a vida se repete. No meu caminho de pedras brutas encontro meu refugio, conforto e alívio a cada vez que me escondo entre elas e fujo da vida real.

Pra mim

segunda-feira, 29 de março de 2010

pra essa chuva de hoje

uma chuva intensa desaba pelo lado de fora e eu não consigo parar de chorar, as coisas seriam assim de qualquer forma.
agora enxergo as coisas meio embaçadas, a cabeça dói e um frio arrepia a pele.
sem querer acreditar eu me pergunto o que foi que eu fiz? onde foi que errei?
sem que eu chegasse as minhas respostas eu via a mais clara das respostas a minha frente.

eu podia sentir você me tocar, podia sentir sua doçura me envolver e aos poucos eu constatava que isso eu não teria mais.

deixei você partir porque assim é que as coisas teriam que acontecer.
não posso te pedir pra ficar, não posso...não devo.

e assim deixo as lágrimas ensoparem o meu travesseiro, amanhã será um novo dia, terei que levantar e sorrir.
terei que deixar a dor de hoje nessas lágrimas que não consigo conter.

tento respirar e as vezes parece faltar um pouco de ar.

preciso dormir, ficar quietinha.

domingo, 28 de março de 2010

][

Fique perto de mim.

Uma voz no vento

Uma voz no vento
Chama azul do dia
Doce perfume, canção
Uma voz no tempo
Resiste na noite
E as lágrimas fogem de ti
Uma voz no vento
Uma voz me chama
Brisa de amor, doce coração
Uma voz no tempo
Carinho na alma
E as lágrimas fogem de ti

Se quem chegou, partiu
Se quem virá, já foi
Só pra quem fica os dias são todos iguais
Mil sonhos pra enterrar
Ventos e vendavais
Corpo e alma afetam
Se os anos pesam demais no coração

E as lágrimas fogem de ti
E lágrimas fogem de mim
E um rio se forma de nós.

Para a minha noite
















A noite se faz fria e o vento atravessa meu corpo e assim eu entreguei-me ao choro.

Uma sensação de vazio torna minhas horas melancólicas.
Foram lindos esses dias mas de alguma forma eu sabia que eles acabariam.
Busco as palavras e não acho sentido pra nenhuma delas.
Preciso dormir.

sábado, 27 de março de 2010

assim

eu sabia que seria assim.
sem palavras as coisas se desmanchariam da mesma forma que tinham se formado.
eu perdia o controle das coisas e fazia minha aposta sabendo que perder era inevitável.
joguei, arrisquei e claro perdi.
eu podia ter metade de você mas preferia arriscar a ter você por inteiro e com isso perdi a metade que tinha.
o pedaço dos quadrinhos, o pedaço do cinema, o pedaço do café.
as mãos estão fazias e sultimente você me diz não.
sem me deixar abater procuro apoios pra sorrir e dizer ok, eu entendo.

na verdade não entendemos nada, somos rebeldes, queremos bater a cabeça pra saber que dói e ah! como dói.

Para o dia do chocolate (26/03)

segunda-feira, 22 de março de 2010

Um pedacinho de mim - A

Um pedacinho de mim



Hoje amanheci pensando em tudo que quero e desejo e ando achando que não tenho desejado com tanta intensidade. Talvez porque eu tenha me deixado levar por muitas coisas ao longo dos últimos doze meses. Quando voltei da minha longa viagem de férias ano passado, eu acreditei que um mundo novo estaria a minha espera, acho que foi justamente ai que eu errei. O mundo que eu queria não estaria a minha espera, na verdade não havia ninguém a minha espera, seria preciso que eu fosse buscar e eu desisti no meio do caminho. Resolvi voltar pra casa hoje, estava cansada, aliás ando muito cansada, mas me senti orgulhosa da minha capacidade de resolver coisas. E por isso hoje voltei pra casa. Pra comemorar comigo isso que foi importante. Meu sono era leve. E assim como a música que eu ouvia eu dizia a mim mesma "vambora" e eu desejei que alguém entrasse pela porta, dizendo me adorar, mas eu sabia que isso não ia ser possível. Não agora. Lembrei de um dia especial, lembrei dos dizeres sobre as minhas escolhas e da felicidade que senti ao ouvir aquelas palavras depois de tantos meses de abdicação da vida e nisso me apeguei hoje pra dizer que sim, valeu a pena.

domingo, 21 de março de 2010

Chorinho

Para essa inocência delicada.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Em off! ouvindo Nando Reis
























Eu achei que fosse melhorar, que fosse só uma febre e mais nada, mas não era.
Os sintomas eram os mesmos de um bom tempo atrás e mesmo sabendo eu fui me entregando.
Não tem mais jeito, agora dói e não sei como dizer o como dói e porque dói.
Bate fundo dentro de mim.

Desculpe
Estou um pouco atrasado
Mas espero que ainda dê tempo
De dizer que andei
Errado e eu entendo

As suas queixas tão justificáveis
E a falta que eu fiz nessa semana
Coisas que pareceriam óbvias
Até pra uma criança

Por onde andei?
Enquanto você me procurava
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava...

Amor eu sinto a sua falta
E a falta
é a morte da esperança
Como um dia
Que roubaram o seu carro
Deixou uma lembrança

Que a vida é mesmo
Coisa muito frágil
Uma bobagem
Uma irrelevância
Diante da eternidade
Do amor de quem se ama

Por onde andei?
Enquanto você me procurava
E o que eu te dei
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava..

quarta-feira, 17 de março de 2010

Hoje vou de Pablo




















É Proibido

É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,

Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos

Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,

Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,

Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,

Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se
desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,

Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,

Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,

Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.
Pablo Neruda

segunda-feira, 15 de março de 2010

As travessuras
























"Calou-se ao sentir o corpo dele caído sobre ela, abraçando-a pela cintura. O topor do momento anunciava aquela paixão irresistivel."

domingo, 14 de março de 2010

Não preciso de muitas palavras


















Adoro quando me chamam de pequena e me mandam seguir o sol.

sábado, 13 de março de 2010

Escrevendo

Abri meu armário e comecei a tirar tudo o que não me servia mais...acho que gostaria de tirar mais até do que o que deveria...e assim fiz...deixei gavetas vazias, me livrei de cartas antigas, desejos antigos, sonhos antigos, amores antigos...uma paz de espírito tomou conta do que antes eram apenas caixas ocupadas de uma história pouco interessante, com muitos sentimentos e nenhuma razão...a minha história.

Achei coisas que o tempo fez questão de apagar, achei uma menina guardada que os dias fizeram questão de levar...achei sonhos...alguns que consegui realizar, outros ainda muito longe da conquista e talvez impossíveis de alcançar.

Mas limpar, deixar apenas o que de fato é importante faz com que possamos abrir espaço pra novas coisas, novas fases...ou simplesmente deixar tudo menos complexo...

segunda-feira, 8 de março de 2010

Para esta noite

Lá fora uma chuva intensa cai, o dia está nublado. A imagem vazia e bucólica me encanta e me engana.
Inocência? Não sei.
Mas me deixo enganar por esse friozinho na barriga, pelas palavras que leio e faço a interpretação que eu quiser.
Acho que já entendi a resposta e ela é a mesma de sempre.
O corpo fraco, a cabeça dolorida, a última lágrima, o último beijo, o mais doce desejo.
Entrego corpo e alma sem dar tempo pra pensar.
Um sopro de vida, um arrepio na pele, uma dor fina e lenta, um prazer sem limites, uma intensidade que assusta.
E eu já sei onde vou chegar.
O caminho é sem volta e lá estou visitando meu velho conhecido, o amor.

domingo, 7 de março de 2010

segunda-feira, 1 de março de 2010

[*]

"eu queria um dia especial hoje"

Para o dia frio de hoje

A manhã se apresentava com uma paisagem bucólica...
Uma chuva fina caia lá fora e eu despertava para meu novo dia. Levantei e com ar de criança caminhei descalça sobre a cerâmica do quarto.
Dalila me dava o seu bom dia em troca apenas do meu afago em sua cabeça. Ela sorria da forma que os cachorros fazem quando estão felizes.
Abri a janela, as árvores balançavam suavemente com um vento fresco da manhã, os pássaros se sacudiam e um ninho novo mostrava os famintos bebês à espera do café da manhã.
Eu tentava sorrir.
Me despi. Deixei que água caísse na intenção que pudesse lavar não só o corpo, mas também a alma.
Fechei os olhos, me concentrei na chuva e senti o aroma doce do café da minha mãe.
Chorei, rezei.
A passos curtos saí do banho e Dalila ainda a minha espera continuava sorrindo.
Me pus em um vestido preto e desci as escadas pulando os degraus como quando eu era criança.
Uma xícara de café nas mãos, pensamentos distantes e uma paz de espírito que eu desejava.
Pensei em nós.
Pensei no que deixei pra trás.
Pensei no que era sonho e no que foi realidade.
Pensei na saudade daquela euforia e na razão da atual tristeza.
Me olhei. No espelho a minha frente a imagem cansada e as olheiras denunciavam o choro noturno.
Uma dor correu meu corpo. Porque tamanha tristeza?
Tento chegar ao fim do túnel e ele parece distante demais, o escuro me sufoca e me protege ao mesmo tempo.
Tenho medo.
Me escondo com medo dos meus próprios pensamentos.
Guardo meus desejos.
Vejo como as coisas tornam-se melhor quando estou ao seu lado, me assusto pelo medo de te perder e me pergunto medo de perder o que? Não somos nada um para o outro.
A vida gira e você transforma tudo em poesia.
Me repreendo pelo que penso sobre você.
Me arrependo tentando não colocar mais açúcar no que já é tão doce.
E agora parto para uma importante fase da minha vida, uma que há mais de dez anos deixei na minha caixinha de coisas esquecidas.
Te observo a distância, sorrio quando você sorri. Que sorriso lindo você tem.
Seus olhos contam muitas coisas, mas eu acho que não sou capaz de ler.
É tão pouco tempo mas parece uma eternidade na minha vida.