terça-feira, 22 de junho de 2010

ânsia pelo anexo

Eu estava na ânsia pelo anexo. Precisava colocar essas palavras. O que estou fazendo? me enganando? sendo estúpida? pra que? pra quem?
Nem eu mesma consigo acreditar nas minhas atitudes sem sentido algum. Não sei como voltar atrás, mas sei que preciso.
Já deixei tudo ir longe demais.
Me sinto presa, sufocada, simplesmente porque não é o que quero, não é o que desejei pra mim.
Estar junto deveria ser sinonimo de liberdade, de mágico, porém tudo está exatamente ao contrário.
Sinto falta da minha liberdade.
Hoje queria ficar ausente de mim mesma, só pra não lembrar da besteira enorme que estou fazendo.
Sei que vou magoa-lo, mas que seja agora do que mais tarde.
Não quero olhar para a minha vida como algo que não foi escolhido por mim.
Quero ter real noção sobre o que sinto e o que quero. Não o que me foi dado.
O que pode parecer um presente, e admito seria um presente lindo, pode não significar o mesmo pra mim.
Sinto falta do abismo, do frio na barriga, do arrepio, de me sentir na pontinha dos pés pronta pra pular.
Tudo parece mais complicado do que eu sou capaz de compreender.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Coisas Novas

As vezes me pego pensando se quero essas coisas novas. Tudo parece tão irreal como as minhas palavras e ao mesmo tempo que acho que devo arriscar o passado me atropela me fazendo voltar atrás.
Estou tentando não ter medo, mas a minha insegurança com relação aos meus sentimentos me faz buscar onde estava toda aquela certeza de dias atrás.
Em que momento me perdi?
O que talvez eu esteja fazendo é esconder quem realmente eu sou para achar um lado que eu nunca soube onde esteve.
Essa mudança por hora não é confortável mas me instiga a saber como será. Meu receio de ferir pessoas no meio do meu caminho é algo que parece me bater de hora em hora.
Não existem os mesmos machucados de sempre, mas uma nova sensação de aprisionamento permeia meus pensamentos.
Deixar de visitar o anexo me parece impossível.
Tomada por um medo absurdo, tento ser racional o máximo que consigo.
E é tão difícil tomar decisões que parecem claras para uns e totalmente obscuras pra mim.
Mas chegou a hora, é o melhor a se fazer agora. É quase necessário.
Deixei-me levar.
Pela primeira vez não há abismos que me chamam e nem um frio que percorre o corpo.
Mas há um corpo que desprende-se de um desejo e é preciso contempla-lo.
Não quero contar o tempo, não quero imaginar que horas são poucas e que segundos ditam a preciosidade do destino que desconheço e como uma criança tenta segurar o caminho ditando exatamente o quer.
Como se estivesse fugindo do controle, vejo as coisas escaparem por entre meus dedos. Desta vez as regras não são minhas, os desejos não são tão meus.

Para a Despedida de Saramago

"Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, será só um dia mais."
José Saramago

quinta-feira, 10 de junho de 2010

A primeira noite

Peguei o último copo e acendi o último cigarro, sentei a beira do mar e me pus a observar a vida que não mais estava em minhas mãos.
Pamelor me faria sentir mais o gosto da bebida.
Eu olhava o mundo que rodava e eu não queria parar...
Senti a água molhar meus pés e como em um filme vi cenas em que eu estava mas não dependiam de mim participar.
Observei você me tocar e senti saudades de uma época que eu não estive presente.
Senti falta do passado apagado na areia fria.
O vento me atravessava, as ondas batiam nas pedras e eu sentia todo o peso de uma história que eu quis esquecer de escrever.
Meus olhos buscavam pela nossa última imagem...eu buscava você no meu corpo e na minha memória.
Vestígios do que fomos estavam espalhados pela minha pele.
Senti um topor provocado pela bebida.
A roupa molhada envolvia o corpo e um frio percorria pela espinha.
O seu calor me aqueceria.
A vida era frágil.
Fechei os olhos, ouvi o mar revolto contra as pedras, desejei nunca ter te conhecido pra jamais ter te amado..
Deixei as lágrimas falarem por mim. Apaguei o cigarro que eu nem mesmo tinha colocado na boca.
O último gole tinha gosto de saudade, a saudade lembrava o meu desejo, meu desejo lembraria de nós, do nós que nunca fomos.
Adormeci na areia, procurando um caminho de volta, de volta pra onde eu não deveria ter ido.
Você era o abismo e eu me joguei sem olhar pra trás.
Seu corpo era o labirinto que eu optei me perder.
Sua alma me condenaria para sempre e eu aceitaria sua condenação por felicidade.


segunda-feira, 7 de junho de 2010

As vezes sou tão pequena

Hoje acordei com medo de abrir os olhos.
Eu sentia a solidão dos meus passos mas esperava encontrar alguma companhia vasculhando meus guardados, foi em vão, caminhei sozinha e assim fiquei o dia todo.
Cumpri deveres, hoje eu não passaria disso.