eu precisava daquele sorriso de antes, eu queria aquele mesmo jeito de olhar, eu desejava aquela timidez de quem não tinha a menor idéia do que fazer, eu procurava por aquela inocência dos nossos primeiros olhares cruzados.
observava você de longe sabendo que eu jamais te tocaria e muito menos te teria por perto.
deixei que as lágrimas caíssem.
eu estava no alto daquele prédio e só esperava que o vento soprasse pra que eu pudesse pular.
tudo estava cinza e o que eu pensava era apenas no que eu não saberia como era viver.
pulei!
senti o vento atravessar meu corpo como se fosse um pedaço de papel.
eu gosto da escrita, gosto das suas fotos, gosto do gosto de mato molhado depois da chuva, gosto de ver meus livros misturados aos seus...gosto dos filmes separados pela nossa vontade de vê-los.
pode parecer incrível aos olhos alheios mas você se torna extremamente desejável quando fala dos planos...
olhei da janela, escutei a chuva, olhei pro apartamento, as nossas coisas ainda meio bagunçadas, as suas fotos, os projetos que já não sabemos de quem são, os livros de poesia...pablo neruda, mario quintana.
adoro aquele tenis meio velho...com aquela camisa xadrez...conto dez passos até a pilha mais próxima sobre o taco da sala...escolhemos assim.