quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A porta para os 26




















faz uns dias que não venho por aqui. mas hoje isso se fazia tão necessário que até me assustei com essa urgência. um dia de surpresas, mas surpresas que apenas fizeram desmoronar algumas coisas. parece que de certa forma tudo que toco, vira pó. mais um ciclo se fecha e nada muito especial foi feito, dá uma certa sensação de fracasso, pois muito foi batalhado para que algo desse certo e no fim das contas estou com saldo meio negativo. se ainda fosse zero a zero até podia ser mais aceitável, porém eu corri, batalhei, briguei, lutei e morri na praia. eu fiz tentativas mas elas pareciam casas sem fundação, afundaram com o que eu tinha de idéia pra conseguir compartilhar as minhas coisas. a minha "loucura" jamais foi entendida e eu necessitava de um friozinho na barriga que eu não encontrei. uma busca constante toma conta dos meus dias...planejamento e projeto. pelo meu desejo o planejamento...por imposição o projeto. o que consegui em 12 meses? não sei responder. estou viva, isso é uma grande conquista, sim é, ainda mais quando se esteve com medo de morrer...rs sim, eu tive com medo. medo de deixar quem eu nem conheci, medo de deixar quem eu amo e não preciso justificar porque amo tanto. medo de morrer sem saber de um lado que eu apenas ouço dizer ser doce, mas que no alto dos meus mais recém completados 26 anos eu ainda não vivi e me pergunto se um dia viverei. as vezes paro pra pensar, pra olhar e refletir sobre mim mesma e é como ter ficado parada no tempo. quase poderia dizer que ao invés de 26 eu tenho 16 com um pouco de sonhos a menos, não porque eu os tenha deixado de sonhar, apenas porque compreendi a minha distância em relação a eles, e tem dias que essa realidade machuca um pouco, mas passa, sempre passa. ontem parte dessas lembranças, não exatamente as dos 16 mas as de uns bons anos atrás me apareceu assim na frente dos olhos sem que eu precisasse lembrar, não doeu, mas tinha um gostinho amargo. passei esses dias entregue a Hu como carinhosamente vou chama-lo e seu amor por Eleonora. Que friamente brincava com seus sentimentos testando até onde o seu amor era capaz de suportar. Sufocando-o, matando-o com sua indiferença, só fazia com que ele a amasse mais. um amor já quase em ritmo de obcessão, ele a desejava, a consumia, a sentia. seu sucesso viria justamente com a forma de retrata-la em seus quadros...as nudezas de eleonora, era o amor em doces pinceladas. lembrei-me dos meus desejos, dos meus sonhos, senti saudades de Ricardo na estação a espera. ganhei novos personagens na minha prateleira, talvez Martin tenha coisas parecidas com Ricardo, um amor além da forças, um amor que por amar tanto abra mão do seu sentimento por amar demais. Martin não podia viver sem Avellaneda....sem Laura. Ricardo não podia viver sem a menina má, Lili e eu não poderei viver sem alguém? acho que acostumei a ver meu mundo pelos olhos deles. a viver o mundo deles. enfim este ano quando cortei meu bolo, desejei apenas ser feliz. que assim seja.