quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

e o brilho apagou

Tem dias em que tudo se passa assim...hoje fiz um esforço gigantesco e fui me jogando pra fora da minha cama...os olhos pesavam sem vontade de abrir...eu teria dormido o dia todo se me fosse possível.
Me jogo de corpo e alma no trabalho pra que o cansaço me vença sempre.
Por muitos anos achei que seria preciso muito pra conseguir passar sem ser percebida, hoje me dou conta de que não precisarei de tanto para isso.
Os dias seguem e cada vez mais tenho certeza da frase doce que um dia me disseram "viver sem que a presença seja notada"...aprendi a ficar nos bastidores e a olhar a distância como se eu pudesse narrar diferente aquela história, mas não foi assim.
Sinto, que com o caminhar das coisas as pessoas me vejam com auto-piedade ou comiseração, jamais tive esses sentimentos e R. hoje me disse uma coisa muito importante..."o seu brilho se apagou".
De fato ela tem razão...eu não sei se um dia eu tive um brilho, sei que hoje me concedo a quietude, o silêncio, o sorriso menos fácil.
Estou cuidando do vazio e por mais difícil que seja a compreensão disso, esse vazio me faz olhar e ver coisas que antes eu não me dei ao trabalho de ver. Consigo dimensionar o peso da presença insistente e o tamanho do esforço que foi...mas vou saindo, andando pela beiradinha e na ponta dos pés.
E hoje ao ler as palavras de R. me dei conta que um ano se passou e que neste um ano bastante significativo, de fato nada foi notório e um conforto me invadiu, como se eu fosse invisível a todos os olhos.
Andei pelas ruas como se meus pés não tocassem o chão, foi bom sentir o vento passar por mim como se nada o impedisse de seguir seu curso natural.
Me calei ,como há muito não fazia, apenas para contemplar o meu silêncio. Uma conversa comigo mesma.
E se o brilho se apagou é porque mais cedo ou mais tarde teria que ser assim, talvez tenha sido assim sempre e só agora se faz tão visível.
Vou fechando o ano sabendo que não mais esperarei muito para que a "presença jamais seja notada".

domingo, 27 de novembro de 2011

Sou louca por você

















eu queria ser mais forte, eu queria resistir...mas eu não consigo, não sei fazer isso.

sem que eu deseje você me invade, me dilacera, me rasga em mil pedaços, eu perco o norte, eu não acho as palavras.
as coisas não dependem mais de mim e da vontade que eu brigo todos os dias pra não estar perto de você, eu estou desistindo do que eu achei que fosse possível ao seu lado.
desejo toda a felicidade do mundo pra você, porque te ver feliz me deixa feliz mesmo que pra isso eu esteja jogando toda a minha na lata do lixo.
eu mergulho nos seus olhos tentando achar onde foi que eles se apagaram, mapeio cada gesto querendo encontrar os motivos do porque será outro alguém que te fará sorrir, será pra outra que você contará seus desejos, suas descobertas, seus planos...eu poderia sobreviver sendo apenas sua amiga mas não posso suportar a sua indiferença.
vejo você brincando, rindo, sendo moleque e criança sapeca com as outras pessoas e mal me encara nos olhos e de fato não entendo o motivo real já que eu me faço de forte, segura e pareço seguir a vida como se nada houvesse dentro de mim gritando porque morre um pouco mais a cada dia.
sinto que a distância entre a gente vai ficando cada vez maior...dói.
um dia eu já te abracei com tanta força, hoje mal nos falamos, se quer nos tocamos e o pior é ouvir das pessoas que você sempre foi assim, eu que te via diferente...mas eu sei que não era assim e até entendo que tudo tenha mudado e entendo mais ainda que eu sim agora preciso de um tempo, eu preciso digerir você, eu preciso te conhecer de novo como o amigo que você sempre foi, como o cara que gosta de mandar msgs pra todas as pessoas, como o cara que me conta coisas sobre suas sensações, emoções e distrações sendo a coisa mais comum do mundo.
que me trás lápis do mundo todo apenas por uma brincadeira para amiga louca.
cada vez que olho pra eles tento identificar o que você sentia e o que pensava ao comprá-los...sem resposta me alimento de um sonho do qual desejo sempre não querer acordar, mas meus olhos se abrem mostrando uma realidade dura, nua e crua da qual eu faço parte.
eu queria ser sexy suficiente para os seus olhos, ser a mulher da sua vida, eu queria fazer parte dos seus planos, eu queria ser o seu desejo de consumo, eu queria ser sua, somente sua...inteiramente sua.
me doar de corpo e alma para o seu pleno prazer, somente para o seu prazer.
eu queria ser devorada pelos seus olhos, eu queria receber um email no meio do dia me contando quais eram seus pensamentos naquele momento pra me escrever...eu queria saber do seu desejo secreto para o nosso próximo reencontro...eu queria ser a menina dos seus olhos...eu queria te mandar um trecho mais ardente do ultimo livro que estive lendo...eu queria que a sua resposta fosse vamos tirar isso do papel fácil, fácil...eu queria sentir o calor da sua pele, o toque das suas mãos...
eu queria fazer parte do seu presente e do seu futuro e nunca virar um passado.
eu só desejei um dia que você pudesse me ver.

aquele copo de vinho no jardim ainda tem a marca do meu batom...o vestido de seda que deslizava sobre meu corpo ainda tem o seu perfume, ainda busco pela sensação da grama úmida a tocar meu corpo, pelo calor dos braços que me aqueciam, da boca que me provocava, dos olhos que me desejavam com volúpia, dos batimentos acelerados, da respiração lenta e morna...fecho os olhos e é lá que ainda estou...

sábado, 22 de outubro de 2011

-/-

tem dias em que é assim, os olhos abrem, fazem força pra piscar e você se faz aquela pergunta: porque é que estou assim? sem entender carrega o dia como se fosse a única coisa que tivesse que fazer, carregar a sí mesmo sem que isso seja nada mais que uma obrigação.
uma tristeza infinita enche os olhos de lágrimas que mesmo que eu não permita insistem em cair e continuo me perguntando o porque e ai vou descobrindo que muita coisa me deixa triste, a fome, a miséria, a falta de saúde, a falta de humanidade e acima de tudo a falta de compaixão, e me sinto envergonhada de tanta tristeza. De fato J. tem razão quando me diz se não é feliz, faça algo, nem que seja se jogar da janela. Acho que por anos imaginei que isso dela eu jamais escutaria. E no fim o que dói não é o ouvir e sim saber que ela tem lá sua razão, mas desde que me entendo por gente sou assim, fraca, covarde comigo mesma e assim vou carregando a vida.
Quando vem um embate como o de hoje, sinto o mundo pesando na minha cabeça, quanta tristeza por uma doença silenciosa que chega aos poucos, debilitando, atrofiando...morrer consciente deve ser doloroso demais e eu pareço uma esponja...absorvo e muda me dilacero em mil pedaços ainda com vergonha da minha tristeza sem precedentes.
eu não queria que fosse assim.
queria não ser um peso na vida de quem me cerca, queria ser motivo de orgulho mas o fato é que mais uma vez alguém que já me disse isso tem razão...não sou nada pra ninguém e acho que no fundo e no fim das contas nem para mim mesma.
hoje brigo com o peso que não consigo perder, brigo com as roupas que vão deixando de servir e ficarem bonitas e com aquelas que nunca usarei porque meu bom senso diz que elas não foram feitas pra mim.
não há nada tão frustrante do que entrar numa loja querer uma coisa e ela simplesmente ficar péssima em você, porque o manequim para o qual ela está projetada e sendo vendida é a metade da pessoa que quer comprar.
outro dia passei em frente a uma loja que vendia roupas em tamanhos grandes (modo generoso de nos chamar) e ai na vitrine misturado aos manequins barris, fiquei horas me perguntando de quem seria tal idéia tão monstruosa e claro não encontrei uma resposta.
bom mas não era disso que eu ia escrever e sim dessa falta de vontade, desse jeito de quem um dia viu que era importante pra alguém e hoje não é mais nem pra sí mesma.
sim, é assim que eu me sinto vergonhosamente.
sentimos falta das pessoas ou pelo menos eu sinto, mas tenho certeza de que eu não faria falta pra ninguém.

*.*

tá virando rotina me fazer chorar...

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Utopia



Há mais de dois meses eu frequento o anexo apenas me recordando de fragmentos do que vivi, porém agora escrever se faz mais necessário do que nunca. Eu preciso sobreviver a mim e a você.


Eu sentia meu corpo dilacerado por um desejo desesperador...eu não sabia pra onde você ia e nem o que esperava daquela noite...desejei que o sono me consumisse só para que eu não pudesse mais alimentar a minha angustia, em vão pois você habita meus sonhos.


Deixo me levar pela noite que é de calor e chuva fina...ouço a água escorrer por entre as árvores, dentro de mim algo se mistura, sinto você passear pela minha pele, deslizando em cada curva como se conhecesse aquele corpo completemente em suas mãos...me transporto pra outra dimensão e lhe concedo todos os direitos aos quais a volúpia da sua vontade me impõe.


Gosto dessa submissão ao seu desejo, fecho meus olhos e inicio uma viagem que parece sem fim...respiro fundo tentando absorver todos os perfumes daquela paisagem, quente, húmida, cheia de símbolos e significados como um capa que nos protege.


Você brinca com os meus sentidos, sorri como uma criança quando sabe que faz uma traquinagem, mas me surpreende com a força adulta que me segura em seus braços. Meus batimentos se aceleram no mesmo ritimo do aumento do seu desejo...me rendo aos teus encantos e a vida parece ganhar novos sentidos pelo brilho dos teus olhos, onde mergulho num mar profundo do seu prazer. A linha que nos separa da alegria e do abismo é tão tênue que as vezes parecem ser uma só, como os corpos que se misturam, como as bocas que se consomem e como uma vontade que parece nunca ter sido diferente uma da outra. Sem saber ao certo onde terminava o sonho e começava a realidade o dia se apresentaria com um sol delirante e um céu azul de fim de outono que me faria lembrar sem vergonha daquela praia, daquele dia de sol gélido e dilacerante de inverno...ao fechar os olhos eu poderia ouvir de novo a sua respiração acompanhando o ritmo das ondas daquele mar que nos banhava de paz e nos enchia de vida. Chorei...por instantes quis parar o tempo para que aquele dia nunca tivesse terminado, pra que não tivesse sido tão doloroso te ouvir depois, pra que você nunca tivesse me visto chorar, pra que você nunca tivesse deixado de compreender o que talvez jamais tenha compreendido. Desejei que o mar pudesse me devolver toda aquela felicidade daquele dia com gosto de sorvete de chocolate italiano...de sombras nas paredes e calçadas de uma cidade complexa e cheia de histórias...que me encanta tanto quanto o seu sorriso, que me faz perder os sentidos, que me deixa sem saber pra onde e como ir. A garota esperta que sempre tem uma resposta perde a fala e se denuncia pelos olhos de quem quer mais, muito mais e ao mesmo tempo quer que tudo seja tão simples, tão singelo, tão doce como chocolate... Uma vertigem prazerosa toma conta do meu corpo...sinto-me acalentada...com um beijo doce encerra-se o sonho ou acorda-me para a vida e assim renovo meu amor de corpo e alma.


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

dias longos

















tem dias que parecem mais longos que os outros...hoje a noite chegou assim...de mansinho, devagarinho e foi escurecendo cada vez mais o céu que já acordou cinza.
a tristeza é fina como uma lâmina bem afiada, vai cortando...dilacerando, abrindo feridas e descobrindo que parte do que eram cacos, tornaram-se pó e assim quando você olha a sí mesmo vê que há pedaços que jamais serão preenchidos. é como colocar um ponto final em uma história que nunca começou ou como folhar um livro de páginas em branco. as vezes penso que era pra ser assim exatamente como é e por isso quando tento mudar parece que as coisas ficam fora de lugar e acabo errando, me ferindo, me tornando cada vez mais frágil e assim é um meio de voltar pra casa com as mesmas páginas em branco, é hora de cuidar dos machucados, de colar o que os cacos e formar um novo mosaíco cada vez com mais peças faltantes...acho que um dia perderá a graça remontar esses meus pedaços ou um dia não haverá mais o que montar...e tudo tinha que ser assim... pra muitos pessimismo, pra tantos outros piedade, pra mim apenas tristeza. foco todas as minhas forças e os meus sonhos no trabalho, volto a fazer o que sempre fiz...planejar um futuro sem grandes coisas, apenas que me permita viver dignamente. é bom não ter assuntos pendentes... os olhos já se fazem pesados, lágrimas regam as palavras que escrevo, vou adormecer e assim me proteger como sempre de mim mesma...do vazio que me sufoca lentamente.




segunda-feira, 8 de agosto de 2011

um dia que eu nem consegui acabar de escrever




o céu amanheceu num azul que Monet não saberia descrever, era lindo, tinha uma luz do sol que deixava luminoso o céu outono de ventinho gelado batendo na nuca empurrando sonhos como folhas caídas...foi assim que acordei hoje, me sentindo uma folha caída...desgarrada de algum grupo e assim levada pelo vento.
quis por um instante não me permitir lembrar que se faz um mês de um dos dias mais bonitos que já vivi e que depois...ah! depois, tantas lágrimas, tanta dor.
o vazio ainda existe, um vazio ocupado, preenchido até os cantinhos e completamente empoeirado, fraco, fino como vidro, porém sólido feito pedra.
cada dia mais tenho que dar uns passos no sentido contrário sem ao menos olhar pra trás...foi assim que você escolheu e eu assim aceitei sua sentença não como castigo mas como condição para me manter perto de você.
é engraçado como tem dias em que me sinto tão perto de você que chego a pensar que estou em um universo paralelo, porém, ao mesmo tempo tenho que deixar você ir como na realidade é que tem que ser, onde você não faz parte da minha vida além da amizade doce e bonita que esse um ano inteiro me trouxe.
dói e não sei até quando ainda irá doer, mas a dor me faz lembrar não com pesar do que eu não tenho de você e sim me faz lembrar de como é bom desfrutar o prazer da sua companhia e assim tudo vai ficando no cantinho da sala, no fundo de uma caixa esquecida, que assim como eu vai se tornando a cada dia menos necessária e menos perceptiva aos olhos alheios.
Gosto de pensar na presença não notável e na falta inexistente e sei que em breve chegarei lá.

domingo, 31 de julho de 2011

Priscila


faz muito tempo que eu não venho aqui...eu tentei resistir e não colocar nada no papel, talvez tentando evitar o registro dos meus últimos dias...dolorosos, chorosos, tristes, cinzas...pálidos.
a luz apagou e eu me perdi em cacos espalhados pelo chão...
desejei morrer pra não sentir a dor que me consumia velozmente a cada segundo, não que ela tenha passado, mas hoje consome de maneira mais lenta dando espaços pra que eu respire.
me encolhi, chorei...
o sofrimento não era uma escolha e sim um caminho sem volta do qual eu não me dei conta de como cheguei até lá...eu contei os passos, olhei pro horizonte e por muitos dias o abismo foi o único espaço que encontrei entre a vida que deixava de ser minha e a que eu queria ter...
não foi fácil me ver dilacerada em tantos pedaços sabendo que muitos deles não irão colar jamais... no espaço vazio que você deixou nada irá ocupar o que ainda é seu e talvez será sempre seu... mas a vida precisava seguir e eu precisava olhar pra ela querendo viver...foi o que fiz...olhei pra ela querendo mais do que tudo algo que só eu poderia me dar...o dever de ser feliz por mim, pra mim...
eu olhei o caminho havia luz, um sol brilhante e gélido de inverno me mostrava que a vida é composta de obstáculos mas que eu era forte o suficiente pra passar por eles e que amar não é um crime é um alimento e um privilégio...sendo assim eu te amei muito e a felicidade estava em te amar por quem você é e não por você retribuir esse amor ou não.
a vida girava tão rápido....e eu precisava caminhar, sentir o vento soprar em meus ouvidos que eu precisava ir em frente...
e assim eu vestia não mais um personagem e sim vestia-me a mim mesma, observando a mim e admirando a mim mesma e querendo a minha vida plena...
os dias passam, as imagens correm diante dos meus olhos...sou tomada por energia que se alimenta da luz do sol que me guia...bem vinda à vida Priscila.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Para Ti




eu tentei resistir e não pensar...eu pensei em desistir e não ir pra não correr o risco...mas nada me faria parar de pensar no como poderia ser bom e assim eu fui...assim me lancei no abismo sem medo do que eu poderia encontrar.
o dia se fazia calmo, um céu azul, um sol lindo e quente viria se apresentar naquela manhã. eu acordei, tomei um banho demorado, mapeando meu próprio corpo, desenhando cada curva por onde eu gostaria que você passasse, perfumei a pele, aqueci a alma, maquiei os olhos como se por eles eu pudesse expressar toda a intensidade da minha paixão...os passos eram certos, firmes e sabiam onde deveriam me levar... eu olhava livros, dentro deles como se fizesse parte das páginas quando você chegou...toda aquela fantasia perdia completamente a graça e me paralisava completamente... a cidade tinha muito de mim e eu desejei morrer para jamais perder aquele instante...o mar batia nas pedras, meu coração acelerava, um vento soprava fazendo a pele arrepiar...eu o desejava com tanta intensidade que meus pés não sentiam o caminhar por entre as pedras...eu precisava de você como o ar pra poder respirar...sentir o calor da sua pele fez um arrepio percorrer todo o meu corpo tentando me lembrar a todo instante de que eu não podia assumir o meu desejo... a beira do mar, sentados sobre as pedras, milhares de pessoas em volta e ao mesmo tempo um silêncio que me faria ouvir sua respiração... entre ruas estreitas, pedras, luminárias, sombras...eu cheguei perto demais do abismo...senti medo...medo de perder pra sempre esse prazer de te contemplar, mesmo que assim...à distância...como se eu não pudesse chegar a te tocar...meu corpo pedia pelo seu... a vida pareceu parar pra nos ver passar... falamos da vida...de planos...vontades...metas...sonhos... e enquanto eu ouvia a sua voz era como uma música perfeita, a qual eu desejaria ouvir pelo resto da vida... eu queria fazer parte dos seus planos e queria te contar como você fazia parte dos meus...a minha casa, meu espaço...eu queria dizer nossa casa, nosso espaço...algumas pinturas de Goya pra mim, Bosh pra você... a vida passa como num conto...e enquanto você imortaliza o tempo, eu me pergunto o que faço com esse frio na barriga, esse desespero e calmaria, essa agonia prazerosa...com as lágrimas que deixo cair esperando que assim eu possa diminuir o que estou sentindo...esse amor que é tão grande que não cabe mais em mim...e ao mesmo tempo penso que eu não sei ficar longe de você... eu quero você na minha rotina, eu quero você nas minhas mais doces lembranças, eu quero você mesmo que assim...meu amigo... eu quero você pra mais um café, pra mais uma brincadeira...eu quero você pra mais uma vez te dizer onde estou...eu quero você pra dizer que vou querer sempre.... e na loucura que faço eu quero você pra pai, pra namorado, pra amigo, pra amante, pra desejar e pra me desejar...pra me tomar em seus braços, me fazer ser a mulher mais feliz do mundo e num piscar de olhos não deixar que isso seja apenas um desejo solitário...eu quero você em Para ti e para mim... cada vez que eu voltar a Parati lembrarei com saudade desse dia como se ele fosse apenas meu...porque eu te amo!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Nas tuas mãos


















eu estava alí e diante de você era como se estivesse nua, sem palavras, sem ação, sem entender porque o corpo se deixava cair em suas mãos, porque o seu toque era importante pra minha pele, porque eu gostava da sensação de me sentir sua...completamente sua mesmo que você nunca me tocasse.
os olhos se fechavam e o calor do seu corpo me invadia, me dilacerava. a chuva caía, o calor era intenso, a roupa estava colada a pele que se deliciava com cada parte do corpo que sua boca percorria. a alma ardia em febre...uma febre onde só você seria o remédio. a vida se fazia plena cada vez que eu me deixava completamente em suas mãos. você era presença e ausência sem se dar a menor conta disso. a intensidade do que eu sentia causava uma vertigem prazerosa e inexplicávelmente quase mortal e sem nenhum arrependimento eu desejava morrer alí só para sentir que seus braços me segurariam com força, vontade, desejo, amor, paixão, compaixão... eu já não sentia os pés tocarem o chão...você sorria e me calava com um beijo longo e doce...o gosto da sua pele era o melhor dos venenos que você me oferecia. a respiração era acelerada e lenta, o ar parecia faltar e quando inspirado parecia ser demais... atráves dos seus olhos eu podia ver um mundo que eu queria pertencer. suas mãos eram ávidas, urgentes e claramente sabiam onde chegar, você me manipulava e sem defesa eu me deixava levar... o horizonte era seu corpo, o destino a sua alma e a volúpia do meu desejo era o seu amor. nas tuas mãos...

terça-feira, 31 de maio de 2011

Gestos e os Jasmins



sem palavras não precisávamos dizer o que os olhos denunciavam...éramos desejo e volúpia misturados numa urgência sem precedentes.

as mãos eram ávidas ao caminhar pelo corpo, os olhos diziam mais do que a boca conseguiria pronunciar e a boca percorria caminhos desertos, desconhecidos que mais pareciam ter sido desenhados para o encaixe perfeito.
o toque era doce, suave, delicado...tatiando a vida através das sensações que causava você sorria ao ver meus olhos se fecharem...eu me apegava a você como se assim pudesse me proteger.

tudo parecia em camera lenta, o perfume dos jasmins invadia todos os espaços...você tocava meu corpo e lágrimas brotavam, rolavam pelo rosto, misturando-se a saliva deixavam a boca com gosto de sal, com gosto de vida...

os gestos, o movimento do corpo, a intenção de exprimir algo que vinha além da alma, do desejo, da volúpia e do desespero.

a noite era gélida, fria e clara, tão clara como jamais numa noite de outono...o corpo tremia, a alma se repetia em alegria e euforia.

eu caminhei pela rua...o tecido era fino...não protegia do frio e do orvalho da madrugada que começava a chegar...a cidade nua me recebia...meus pés tocavam o asfalto já humedecido pela névoa que deixava a paisagem melancólica mas de um prazer indescritível...

do alto eu via janelas de luzes acesas denunciando uma vida noturna, talvez solitária, talvez acompanhada...numa taça de vinho você me ofereceria a liberdade...o mais doce dos venenos...me condenaria a eternidade por um gole da sua compaixão...

por clemencia, por indulgência, por misericordia ou súplica...com leveza... por alma, por prazer, por ausência, por presença, por invasão, por posse, por uso...assim seja...sempre..



segunda-feira, 2 de maio de 2011

piedade


uma garoa fina recaia sobre a cidade esta manhã...acordei no susto de um suspiro no meio de um pesadelo...abri os olhos e demorei a querer sair daquele aconchego do esquecimento entre as cobertas...minhas companhias que sempre estão dispostas a me acolher.
desejei ser criança só para dizer que eu não queria ir...mas a idade me abateu e eu tive que levantar e enfrentar as responsabilidades de um dia cheio de coisas pra fazer. o corpo doía e por mais que a sensação fosse física, era a alma que se fazia repleta de ferimentos sem tempo pra cuidados e cicatrizações. como diz M. minha auto-piedade o incomoda...e o que ele chama de auto-piedade, eu chamo de realidade nua. não há segredos dentro dela e não há nada que a faça ter valor por onde ando...minha compaixão miserircodiosa não afeta e muito menos prejudica quem de fora não faça idéia de que ela exista...os passos são lentos, uma alma velha, um corpo cansado sem ter vivido, junto cacos e monto meus mosaicos dia a dia, me recorto em mil pedaços para que qualquer dor seja menor que o vazio que me consome. estou no meio da multidão e sou mais um rosto na paisagem cinza avermelhada dos fins de tarde de outono. sinto o frio recortar a pele e fazer com que as cicatrizes aparecem em superfície... procuro sentidos...me faço perguntas sem respostas...desejo uma paz que minha inquietude não consegue encontrar... repenso planos e talvez alguns pensamentos antigos tenham maior sentido agora e os planos voltam a ter uma intensidade que já se faziam semi mortas dentro de mim. auto piedade, auto compaixão, auto misericórdia...isso pesa e as vezes me faz ficar assim querendo não sair da minha auto proteção. e assim me protejo de mim mesma...

domingo, 1 de maio de 2011

Ohne Dich ist alles doof

uma chuva cai intensamente do lado de fora, do lado de dentro aqui estou aos prantos, escondendo uma dor que eu não sei de onde vem mas que me carrega hoje desde a hora que abri os olhos.
permaneço calada e imersa em meus pensamentos viajantes, sou interrompida por Alex e Niki que insistem em me questionar o que está acontecendo comigo e qual o motivo do meu silêncio...eu suspiro e não tenho vontade de falar, as lágrimas escorrem pelo rosto deixando claro que algo não se faz bem e eu me encolho com vergonha da minha própria fraqueza.
o dia se faz um nublado mais escuro que o de costume, um frio percorre toda a casa deixando claro que o piso frio não aquece no inverno...eu me encolho...me deixo de lado...me apago e me nego em nome do que eu não sei que está acontecendo.
só queria entender o que fiz, pra ficar mais claro o porque de tudo isso.
Me despeço...

sábado, 23 de abril de 2011

Pelas escadarias da São Francisco


Tudo era uma surpresa, um frio na barriga que corria junto aos ponteiros do relógio...uma ansiedade me consumia já haviam dias e quando você disse que vinha eu demorei a acreditar e tudo corria, corria mais rápido do que eu podia imaginar.
Quando o telefone tocou, minhas mãos ficaram geladas e um alô quase não era capaz de sair, do outro lado da linha uma voz que já me era familiar pela quantidade de vezes que eu ouvi algo que você gravou e falava sobre o coração enquanto você estudava para a prova de cardiologia, nesse minuto a voz dizia cheguei...e foi a vez do meu coração disparar e dizer já estou indo.
O elevador passava pelos andares mais lento do que a minha vontade...as luzes amarelas da rua vinham me receber, caminhei pelo corredor de luz que me levavam até você no fim da rua que não poderia ter outro nome senão Boa Vista.
L. foi o que disse ao te ver na penumbra e senti meu corpo paralisar quando me abraçou e disse você é exatamente como eu imaginava, naquele instante o mundo parou de girar e eu desejei imortalizar aquele momento.
Caminhávamos pelas ruas sendo observados pela arquitetura dos prédios que nos vigiavam, as luzes emolduravam seu corpo e iluminavam seu sorriso doce.
Quando adentramos o prédio, eu quase não podia acreditar no que meus olhos estavam vendo e menos ainda na descrição que você fazia dos espaços, das salas, dos vitrais, dos quadros...na escadaria o salão nobre, eu sorria e brincava com contos de fadas, me imaginava naquele salão trajando um lindo vestido longo, chapeu e a espera do meu cavalheiro que achava graça da minha imaginação e eu o imaginava na sua vestimenta de príncipe e onde valsariamos trocando olhares e ao final meu lenço cairia indicando que meu coração havia sido conquistado...variando entre citações de Mario Vargas Llhosa e Goethe.
As palavras me encantavam, o sorriso me seduzia e como criança eu me deixava levar pelos seus passos...
"como me deleitava, durante a conversa, com aqueles olhos negros...como toda a minha alma era atraída pelos lábios vívidos e pela face radiante e alegre...como eu, absorvida pela magnitude de seus pensamentos, não ouvia as palavras com as quais ele se expressava..." (no masculino).
seus passos me conduziam dentro daquele edifício cheio de significados históricos que me envolviam e cheio de significados dentro da sua história de vida que você abria como um livro sob meus pés...a sala que você estudou...o trote...18 meses dificeis daquele seu período academico.
eu não podia dizer porque eu não os via, mas sentia meus olhos brilharem a cada uma de suas palavras.
eu sabia que aquele lugar me atraía, só não imaginaria conhece-lo através dos seus olhos...eu estive na porta tantas vezes e algo me faria não entrar, foi necessário que você me apresentasse aquele ambiente de magia e encantamento.
são francisco...esteve em algumas de minhas histórias preferidas, abriu os olhos pra uma São Paulo de fim de século com os morcegos do largo - estudantes de direito...e eu a conheceria pelos olhares ávidos e meticulosos de um estudante de medicina.
ah! nem mesmo em meus cinco anos de arquitetura eu tive tamanho prazer em uma visita.
posso fechar os olhos que confundo o seu perfume ao cheiro das madeiras que ecoam pelos corredores...os pátios internos e suas peculiaridades.
A vida me reservava uma linda surpresa: em um único dia duas coisas novas, uma nova pessoa que me traria uma nova viagem.
Desejo com volúpia que este tenha sido o primeiro anoitecer de muitos ao seu lado, com sua confissão sobre o centro da cidade, com o seu carinho pelas coisas que toca, com a sua alma doce de anjo recém descido das nuvens.
A você L-F o meu carinho profundo.

sábado, 9 de abril de 2011

platônico

já comecei a escrever várias vezes e as palavras fogem como o futuro que tento desenhar e não consigo. a ausência presente me devora os dias e as horas na incerteza do meu desejo. eu quis esquecer, eu quis fazer parecer que eu decidia em que cenário eu poderia te inserir...foi em vão. eu deixo de procurar e te acho perdido nas minhas coisas, eu posso deixar de te olhar porém quando fecho os olhos é você que eu vejo rabiscado nos meus rascunhos indiscretos, indecentes, e condescendente ri ao meu ato repressor. eu respiro e é o seu perfume que eu nem mesmo conheço o que me inebria de volúpia, desejo e magia. uma melancolia doce e um sentimento de nostalgia me invade, me acolhe, me faz esquecer e sem perceber eu aceito a condenação que me oferece, como o doce veneno que sem piedade despeja em minha boca. os olhos piscam, a maquiagem escorre, as lágrimas explodem no rímel, a ferida está aberta... a respiração é ofegante, parece sufocar...sem que haja volta eu me entrego, você me conduz pelos seus passos.
abro os olhos e vejo que tudo não passou de um sonho.

terça-feira, 22 de março de 2011

Jardim para as borboletas















o céu amanheceu num azul pálido...fraco, assim como o meu corpo que não sei como se suportava em pé, eu sentia o peso de um mundo inteiro sobre minhas costas.

olhei a minha volta, perdi o horizonte, minhas borboletas estavam no chão e sem nenhuma vida.
o que um dia tinha sido um lindo e mágico jardim se resumia a folhas secas, um chão de terra batida molhado pelas minhas lágrimas que não cessavam.
decidi que o isolamento era o bem mais necessário nesse minuto, o anexo estava destruído...seria preciso cuidar daquelas raízes que transbordavam da terra formando cicatrizes fundas e dolorosas.
grandes fissuras numa pele nua...as flores estavam mortas.
guardei as cartas, guardei os livros, guardei o que estava sentindo, guardei tanto amor e carinho...fiquei vazia.
um vazio que doía dos calcanhares, as unhas e a raiz dos cabelos.
limpei os passos, apaguei o desenho que compunha esse mundo mágico agora completamente dilacerado.
estou podando o jardim e cuidando bem de mim...
é preciso, juntei as folhas secas, reguei a terra com as últimas lágrimas, enterrei as borboletas, cobri as fissuras das raízes, respirei, fiz uma prece e adormeci no chão ainda húmido sentindo todo o cansaço de um coração ferido.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

vermelho como o céu


era preciso respirar fundo pra entender o que se passava...um misto de dor e prazer tomava conta do meu corpo, eu sentia você me tocar, o beijo era lento, doce, calmo, porém me tirava de órbita.

sua boca percorria todos os caminhos da minha pele, desenhando como tatuagem cada centímetro dos tecidos que me compõem.

inebriada por um desejo de urgência, a vida girava em seus braços e abraços...de olhos bem fechados eu deixaria que você percorresse minha alma com a ponta dos dedos e mesmo sem te olhar eu sabia que você sorria o sorriso mais lindo do mundo iluminando tudo que o corpo em suas mãos respondia.

você se divertia com o desespero que me causava e me apertava junto ao seu corpo como se fosse possível fugir.

os beijos eram ávidos porém era preciso transformar o tempo em eternidade para tanto desejo.

as luzes eram amareladas pelo tempo, os vitrais ficaram embaçados pelo calor e formavam um prisma lindo pelo efeito da claridade que me encantava ao cobrir os vidros coloridos.

a chuva começava a cair do lado e um frescor viria a percorrer os corpos.

não precisávamos de palavras pra descrever a beleza da imagem que se formava, não seriam preciso justificativas plausíveis pra dizer porque o dia amanhecia em estado de profunda graça e calmaria.

o sol gélido jamais tinha amanhecido banhado de tanto calor e doçura.
éramos um e amanhecíamos pra um novo dia.

bom dia anjo doce!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

se fosse pra explicar...

acho que perdi parte do caminho pra voltar pra casa...as vezes é assim que parece quando fico muito tempo fora daqui.
vejo as coisas passarem por mim em câmera lenta e é como se eu perdesse detalhes da vida que me cerca.
ando inebriada em meus próprios pensamentos tortuosos procurando a mim mesma, procurando meus passos lentamente inacabados e talvez seja assim pra sempre.
sigo meus desejos...abro minhas asas e me permito voar.
posso sentir você me tocar, posso sentir você respirar, um calor intenso toma conta do meu corpo só pelo fato de ler seu nome...
se isso é um desejo, então não resisto mais...te desejo com toda a força do mundo, um mundo que passou a ter mais graça porque você apareceu nele, um mundo colorido visto por olhos em preto e branco onde você se torna meu porto seguro, onde quero repousar depois de um dia intenso, onde encontro paz pra minha alma em completa euforia.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

em tons de cinza

o dia amanheceu nublado, nublado como os meus olhos, cinza como tudo dentro de mim.
não sei quando tudo terá um fim, porém se faz necessário pensar.
um final talvez para a menina Yuki, uma liberdade para sua alma, um descanso para seu espírito.
embora tenha ar de menina, hoje ela parecer ter uns cem anos e precisa descansar.
penso seriamente que talvez seja a hora de fazê-la parar de se machucar.
seus olhos brilham pelas lágrimas que não pode deixar cair, seus lábios ensaiam um sorriso doce cada vez que a alma suspira e pede clemencia.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

muitas coisas

porque o que sinto é tão dificil de colocar no papel? você me faz perder as frases, eu deixo de articular os verbos, não consigo construí-las.
tudo fica ao contrário e ao mesmo tempo no lugar de onde nunca deveriam ter saído.
e pela primeira vez em dias, em muitos dias eu sinto meu corpo querer parar, parar não para observar mas parar pra deixar de doer.
quando dei entrada naquele pronto socorro, me sentia péssima pela crise alérgica mas mais péssima ainda por tirar de casa as pessoas tão cansadas e que nenhuma desculpa me deixaria redimir de tal transtorno e dessa vez por mais medo que eu tivesse quando senti o remédio percorrendo minhas veias, acelerando tudo como se tivesse que me fazer viver eu não clamei pelo colo doce da minha mãe, ela estava cansada demais e eu não era uma menininha assustada.
hoje fiquei pensando...se ela não existisse eu não teria ninguém por mim, doeu...
doeu saber que cada vez que quero alguém perto somente a encontro, talvez por ela ser a minha mãe.


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

entre linhas

eu que falei sem pensar...ah! eu que não consigo te dizer o que quero, vou ao céu e ao inferno tentando decifrar o que suas frases soltas querem dizer, tentando que você entenda o que eu desejo.
não posso esperar...não posso contar...e não posso viver assim...