quarta-feira, 10 de agosto de 2011

dias longos

















tem dias que parecem mais longos que os outros...hoje a noite chegou assim...de mansinho, devagarinho e foi escurecendo cada vez mais o céu que já acordou cinza.
a tristeza é fina como uma lâmina bem afiada, vai cortando...dilacerando, abrindo feridas e descobrindo que parte do que eram cacos, tornaram-se pó e assim quando você olha a sí mesmo vê que há pedaços que jamais serão preenchidos. é como colocar um ponto final em uma história que nunca começou ou como folhar um livro de páginas em branco. as vezes penso que era pra ser assim exatamente como é e por isso quando tento mudar parece que as coisas ficam fora de lugar e acabo errando, me ferindo, me tornando cada vez mais frágil e assim é um meio de voltar pra casa com as mesmas páginas em branco, é hora de cuidar dos machucados, de colar o que os cacos e formar um novo mosaíco cada vez com mais peças faltantes...acho que um dia perderá a graça remontar esses meus pedaços ou um dia não haverá mais o que montar...e tudo tinha que ser assim... pra muitos pessimismo, pra tantos outros piedade, pra mim apenas tristeza. foco todas as minhas forças e os meus sonhos no trabalho, volto a fazer o que sempre fiz...planejar um futuro sem grandes coisas, apenas que me permita viver dignamente. é bom não ter assuntos pendentes... os olhos já se fazem pesados, lágrimas regam as palavras que escrevo, vou adormecer e assim me proteger como sempre de mim mesma...do vazio que me sufoca lentamente.




segunda-feira, 8 de agosto de 2011

um dia que eu nem consegui acabar de escrever




o céu amanheceu num azul que Monet não saberia descrever, era lindo, tinha uma luz do sol que deixava luminoso o céu outono de ventinho gelado batendo na nuca empurrando sonhos como folhas caídas...foi assim que acordei hoje, me sentindo uma folha caída...desgarrada de algum grupo e assim levada pelo vento.
quis por um instante não me permitir lembrar que se faz um mês de um dos dias mais bonitos que já vivi e que depois...ah! depois, tantas lágrimas, tanta dor.
o vazio ainda existe, um vazio ocupado, preenchido até os cantinhos e completamente empoeirado, fraco, fino como vidro, porém sólido feito pedra.
cada dia mais tenho que dar uns passos no sentido contrário sem ao menos olhar pra trás...foi assim que você escolheu e eu assim aceitei sua sentença não como castigo mas como condição para me manter perto de você.
é engraçado como tem dias em que me sinto tão perto de você que chego a pensar que estou em um universo paralelo, porém, ao mesmo tempo tenho que deixar você ir como na realidade é que tem que ser, onde você não faz parte da minha vida além da amizade doce e bonita que esse um ano inteiro me trouxe.
dói e não sei até quando ainda irá doer, mas a dor me faz lembrar não com pesar do que eu não tenho de você e sim me faz lembrar de como é bom desfrutar o prazer da sua companhia e assim tudo vai ficando no cantinho da sala, no fundo de uma caixa esquecida, que assim como eu vai se tornando a cada dia menos necessária e menos perceptiva aos olhos alheios.
Gosto de pensar na presença não notável e na falta inexistente e sei que em breve chegarei lá.