quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Para

Para Francisco
Para Cris
Para J.
Para mim

Para Francisco por quem a gente apenas deseja sorte e que consuma esse amor infinito, belo e esplêndido que surgiu de uma dor. Sua presença não era física mas todos os presentes estavam presentes por ele também.
Para Cris, por quem a gente lê pelo avesso, que tornou sua dor pública na intenção de dar a Francisco todo o seu amor e suas lembranças. A menina moça das tatuagens que agora assume apenas o papel de mãe e resgata para ele toda uma vida da qual Francisco não teve o prazer de vivenciar.
Para J. pela maravilhosa companhia de irmã de sempre e por me revelar pela primeira vez Francisco pelos olhos de Cris.
Para mim que me escondo no anexo.
Escorada pelas minhas lembranças, as vezes desejo perder a memória. Minha dor é infinitamente menor que a dor da Cris, mas é uma dor tão grande que fico imaginando que eu no seu lugar não suportaria de fato.
Que sorte tem o pequeno Francisco em te-la como mãe. Que sorte tenho eu de ter J. como irmã.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Um dia qualquer

As árvores balançam pelo vento forte e gelado que percorre a cidade, embora muitas estejam secas e sem folhas, elas lutam contra o ar que parece querer quebrá-las...
Agora estou diante da minha janela, ainda não saí para conhecer a cidade, estou descansando um pouco da longa viagem de trem.
Me despedi de Samuel ao desembarcar na Rússia e agora devo encontrar Sophie.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Eu e Samuel

O dia está chuvoso e cinza, faz frio...No trem até a Rússia conheci Samuel, algo me chamou atenção na história que ele me contou...estamos perdidos...ele enlouquece e eu sofro.
Samuel falava sem parar...enquanto ele me descrevia em detalhes seu amor intenso, louco e seu desejo camuflado pela sua falta de memória, eu me recordava com saudade dos meus momentos em Barcelona, Paris, Tókio, Alemanha
Eu o ouvia...sua confusão era intensa, plena, mas muito intrigante. Pensava Eu partiria na tentativa de sofrer menos, de que sua falta doesse menos. Procurei dormir...em meus sonhos eu voltava a todos os lugares por onde tenho passado, e em Lima onde o vi pela primeira vez, chegaríamos ao fim de nossa longa jornada...estávamos muito felizes.
Acordo com o frio que agora é devastador...é quase dezembro e a paisagem é branca e cinza, o vento é gelado e parece querer congelar até a alma. Muitas pessoas agora dormem, inclusive Samuel.
Vou pegar mais uma blusa em minha maleta. Respirei fundo...Fechei a bolsa...voltei a sentar-me, da janela a imagem continuava bucólica e pálida. Samuel dormia como uma criança e eu deixava meus pensamentos partirem em uma busca constante por uma razão, apenas uma razão, uma resposta que nunca virá.
Fecho os olhos e volto a dormir. No meu mundo particular no qual posso fugir a qualquer hora, estarei protegida...embora fechados, os olhos não me permitem segurar as lágrimas...elas escorrem pela face e embalam meus sonhos.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Partida

Deixei a China esta manhã me sentindo muito orgulhosa de Adeline Yen, a bebezinha chinesa que eu encontrei torno-se uma mulher firme e forte apesar de tanta dor e sofrimento.
No meu caminho que ainda não sei onde irá me levar vejo que tudo passa tão depressa que me assusta.
As vezes me confundo onde estou...procuro motivos que não existem pra continuar em pé...eu estava naquela mesa, tomava uma bebida que me deixava menos gelada, sorria para meus amigos de longa data, ouvia suas histórias, eu deveria me sentir feliz mas ao contrário disso me senti triste...olhei minhas queridas amigas que contavam seus planos para o futuro e por um instante me senti sem esse futuro. Olhei para mim e percebi que nos dez anos que se passaram eu praticamente em nada mudei...continuo a mesma menina que procura uma razão pra continuar viva.
Em meus altos e baixos, deixo a minha emoção falar sempre mais forte e me entrego as lágrimas sem ter vergonha

domingo, 9 de novembro de 2008

プ リ シ ラ

Por instantes penso porque as coisas são como são, não chego há nenhuma resposta e todos os dias me levanto colocando para mim que preciso encontrar um novo rumo, uma nova direção...não me permitindo continuar assim...Ainda esta semana deixarei a China e também me despeço de Adeline Yen, minha mais recente amiga e companheira.
Lá fora uma chuva típica de verão molha a paisagem como se fosse lavar a alma das pessoas...
Fecho os olhos, ouço a chuva
Desperto...Adeline me olha assustada, passa a mão pelos meus cabelos e me diz que tudo passou, foi apenas um delírio provocado pela febre muito alta.
Ela não irá entender porque eu estou chorando...mas sabe que em breve eu a deixarei e me responde já estou com saudades Yuki...
Adeline ficará no anexo com Ricardo, Liesel e meus outros grandes amigos. Xin ru si hui, estou deixando a China.

sábado, 1 de novembro de 2008

China

Cheguei a Xangai pelos olhos de Adeline, sua história me envolve, me fascina, me encanta, me atormenta...queria poder salva-la mas tenho que percorrer as páginas na busca por sua salvação.
Existem dias em que me levanto e preciso pensar que é necessário sair da cama, as pessoas vão te machucar sempre, a menos que você não deixe que elas cheguem perto de você.
Caminho com Adeline buscando um novo sentido...
A distância me tortura e a incerteza que cerca meus passos me consome...
Be my last...
Queria contar sobre esses dias em Xangai, Taijim, falar de Adeline...contar meus mais novos planos, minhas novas propriedades, meus novos desejos...
O que eu ouço, o que eu escrevo, o que eu leio, o que eu desenho, o que eu quero, o que eu desejo...
Eu continuo adorando e Adeline já sabe disso.