Era uma noite de sexta qualquer, eu tinha lido todas aquelas mensagens e decidido apaga-las de uma vez por todas, apaguei a primeira, a segunda e não sei que botão errado apertei que reenviei uma delas.
O telefone tocava indicando o nome que tanto me fez sorrir...gelei e não atendi...novamente...não atendi...um numero desconhecido...e eu embalei e não atendi...quando tocou novamente eu desejei por uns instantes ouvir aquela voz novamente...surpresa...atendi...a voz não era a que eu pensava e a pessoa me perguntava quem era?? como assim quem era?? era eu...sempre eu...mas pra minha surpresa maior a pergunta vinha simplesmente porque do outro lado da linha não era quem deveria ser.
Surpresas a parte, virou uma sequência de mensagens, pedidos de desculpas e justificativas que foram dando lugar a questões curiosas.
Como em flores...uma mulher escreve uma carta, sem saber que o endereço já não pertence a quem ela escreve, as cartas são lidas por um outro homem...sim e ele me disse eu fiquei com o beijo que era pro outro cara.
Mas isso é uma outra história...um acidente telefônico...
Só sei que hoje deixei as mensagens enfim partirem do meu telefone...atirei ao vento o papel de um sonho que há meses ocupa espaço entre as minhas coisas, como se fosse um amuleto da sorte ou do azar eu já não sei mais.
Quando o peguei hoje, senti ainda um perfume e um acelerar do coração, senti um frio na espinha e uma dor que contornei sorrindo pra mim e para quem mais quisesse ver...eu quis contornar esse buraco e por vezes essa foi a primeira que não tropecei...atravessei, fechei a lata de lixo e não chorei.
Mensagens apagadas, papel de sonho jogado fora e telefone que não tenho mais....literalmente acabou.