domingo, 20 de dezembro de 2009

O garoto da Emurb

Eu pensei que ele tivesse acabado de chegar de Londres. Sua imagem combinava com aquela paisagem melancólica e fria, não porque ele era frio, mas porque sua pele clara combinava com a paisagem gélida.
Seus olhos esverdeados viam um mundo além do que estava a sua frente, seu sorriso iluminava tudo a sua volta. Um sorriso de menino, doce, mas que escondia um homem.
Sim, um homem decidido no que quer e como quer.
Mas esse garoto com ar de Londrino me encantava e eu nem sabia exatamente porque me sentia assim.
Porque tudo tem que ser tão difícil? Ontem eu me sentia a pessoa mais feliz do mundo e hoje não sei onde foi parar tal alegria.
Por mais que eu não queira o que ainda me incomoda são as coisas que não posso prever.
Não posso arriscar nada, simplesmente porque pulo do abismo sozinha, sem olhar pra trás e nem mesmo ter tempo pra me arrepender, sinto o vento me bater.
O vento carrega meu corpo desafiando a gravidade que deveria deixá-lo no chão.
Flutuo por caminhos que eu mesma escolho, sabendo de toda a dor que eles irão me trazer.
Como em física eu estou para o abismo como o corpo para a gravidade e claro, a minha ação tem uma reação contrária de força igual ao meu desejo.

Hoje não receber o seu abraço, mesmo que na brincadeira, mesmo que na amizade, doeu de alguma forma.
Você beijou meu rosto como se eu fosse uma desconhecida, mas senti suas mãos frias ao me tocar numa ação involuntária do seu corpo.

Eu quis te ensinar tantas coisas...Eu quis abrir um mundo novo pra mim e pra você.
Desejei por um instante ter chego antes na sua vida.