quarta-feira, 2 de setembro de 2009

*-*

Achei que fosse possível ficar um tempo longe...enganei-me mais uma vez, preciso do meu refugio, do meu esconderijo...estou prestes a completar 25 e ainda me escondo como criança quando preciso chorar.
Eu andei pelas ruas sem olhar para nada, não observei o movimento das pessoas, nem as cores, não parei pra prestar atenção na luz e muito menos no que eu ouvia, os barulhos eram intensos mas eu me concentrava na minha respiração, nos meus passos incertos e tão claros de onde deveriam chegar e ao mesmo tempo tão conscientes de que jamais alcançariam esse lugar, desta forma caminhava sem esperança.
Meus pés machucados, sangravam e traduziam para o mundo externo o quão machucada eu estava por dentro...juntei cacos, colei pedaços, qualquer coisa que tenha sobrado e mesmo em vão porque com o que perdi não consigo mais montar meus sentimentos, tentei recolher o pouco que restou, o que ainda me faz ficar em pé.
Senti o vento passar por mim, uma paz tomou conta daquele corpo tão fraco.
Fiz isso pra esquecer, pulei do abismo...senti saudade, medo...mas já estava em queda...lembrei-me da infância, do sorriso e de crescer aprendendo a ter sempre um personagem sorridente e falante como quem precisa convencer as pessoas de algo que não é.
Deixei planos, sonhos, anseios, desejos...não olhei pra trás...não lembrei...não esqueci...apenas andei...estava na beiradinha e brinquei com os pés criança.
Senti falta da doçura de Fochito, da força de Anne, dos desejos de Liesel, dos desafios de Daniel e Enna, mas nada era como a falta de Ricardo.
Será que um dia vou deixar de te amar? não sei...
Rezo todos os dias por isso...por me livrar do tormento que isso virou...sem nem imaginar invade a minha vida, controla meus pensamentos, limita meus passos.
Odeio deseja-lo com todas as forças que ainda me restam.