sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Presente de J.

As vezes me assusto como minha amada irmã parece adivinhar que preciso de presentinhos que me permitam pensar mais em algumas coisas...

Fúria

chega um dia que o concreto cansa,
o aço depõe suas armas, dissipa os vidros,
desatam-se os nós impotentes da madeira,
cordas, cabos, correntes desistem da tarefa,
o plástico não se lembra de suas obrigações,
o mármore dobra sob nossos pés e levamos
a ponte pouco a pouco em nossos pulmões.
um dia, é a cidade inteira que se aconchega,
maligna, no vão livre de suas costelas.

Tarso M.