platônico
já comecei a escrever várias vezes e as palavras fogem como o futuro que tento desenhar e não consigo. a ausência presente me devora os dias e as horas na incerteza do meu desejo. eu quis esquecer, eu quis fazer parecer que eu decidia em que cenário eu poderia te inserir...foi em vão. eu deixo de procurar e te acho perdido nas minhas coisas, eu posso deixar de te olhar porém quando fecho os olhos é você que eu vejo rabiscado nos meus rascunhos indiscretos, indecentes, e condescendente ri ao meu ato repressor. eu respiro e é o seu perfume que eu nem mesmo conheço o que me inebria de volúpia, desejo e magia. uma melancolia doce e um sentimento de nostalgia me invade, me acolhe, me faz esquecer e sem perceber eu aceito a condenação que me oferece, como o doce veneno que sem piedade despeja em minha boca. os olhos piscam, a maquiagem escorre, as lágrimas explodem no rímel, a ferida está aberta... a respiração é ofegante, parece sufocar...sem que haja volta eu me entrego, você me conduz pelos seus passos.
abro os olhos e vejo que tudo não passou de um sonho.