uma garoa fina recaia sobre a cidade esta manhã...acordei no susto de um suspiro no meio de um pesadelo...abri os olhos e demorei a querer sair daquele aconchego do esquecimento entre as cobertas...minhas companhias que sempre estão dispostas a me acolher. desejei ser criança só para dizer que eu não queria ir...mas a idade me abateu e eu tive que levantar e enfrentar as responsabilidades de um dia cheio de coisas pra fazer. o corpo doía e por mais que a sensação fosse física, era a alma que se fazia repleta de ferimentos sem tempo pra cuidados e cicatrizações. como diz M. minha auto-piedade o incomoda...e o que ele chama de auto-piedade, eu chamo de realidade nua. não há segredos dentro dela e não há nada que a faça ter valor por onde ando...minha compaixão miserircodiosa não afeta e muito menos prejudica quem de fora não faça idéia de que ela exista...os passos são lentos, uma alma velha, um corpo cansado sem ter vivido, junto cacos e monto meus mosaicos dia a dia, me recorto em mil pedaços para que qualquer dor seja menor que o vazio que me consome. estou no meio da multidão e sou mais um rosto na paisagem cinza avermelhada dos fins de tarde de outono. sinto o frio recortar a pele e fazer com que as cicatrizes aparecem em superfície... procuro sentidos...me faço perguntas sem respostas...desejo uma paz que minha inquietude não consegue encontrar... repenso planos e talvez alguns pensamentos antigos tenham maior sentido agora e os planos voltam a ter uma intensidade que já se faziam semi mortas dentro de mim. auto piedade, auto compaixão, auto misericórdia...isso pesa e as vezes me faz ficar assim querendo não sair da minha auto proteção. e assim me protejo de mim mesma...
segunda-feira, 2 de maio de 2011
piedade
uma garoa fina recaia sobre a cidade esta manhã...acordei no susto de um suspiro no meio de um pesadelo...abri os olhos e demorei a querer sair daquele aconchego do esquecimento entre as cobertas...minhas companhias que sempre estão dispostas a me acolher. desejei ser criança só para dizer que eu não queria ir...mas a idade me abateu e eu tive que levantar e enfrentar as responsabilidades de um dia cheio de coisas pra fazer. o corpo doía e por mais que a sensação fosse física, era a alma que se fazia repleta de ferimentos sem tempo pra cuidados e cicatrizações. como diz M. minha auto-piedade o incomoda...e o que ele chama de auto-piedade, eu chamo de realidade nua. não há segredos dentro dela e não há nada que a faça ter valor por onde ando...minha compaixão miserircodiosa não afeta e muito menos prejudica quem de fora não faça idéia de que ela exista...os passos são lentos, uma alma velha, um corpo cansado sem ter vivido, junto cacos e monto meus mosaicos dia a dia, me recorto em mil pedaços para que qualquer dor seja menor que o vazio que me consome. estou no meio da multidão e sou mais um rosto na paisagem cinza avermelhada dos fins de tarde de outono. sinto o frio recortar a pele e fazer com que as cicatrizes aparecem em superfície... procuro sentidos...me faço perguntas sem respostas...desejo uma paz que minha inquietude não consegue encontrar... repenso planos e talvez alguns pensamentos antigos tenham maior sentido agora e os planos voltam a ter uma intensidade que já se faziam semi mortas dentro de mim. auto piedade, auto compaixão, auto misericórdia...isso pesa e as vezes me faz ficar assim querendo não sair da minha auto proteção. e assim me protejo de mim mesma...