o céu amanheceu num azul que Monet não saberia descrever, era lindo, tinha uma luz do sol que deixava luminoso o céu outono de ventinho gelado batendo na nuca empurrando sonhos como folhas caídas...foi assim que acordei hoje, me sentindo uma folha caída...desgarrada de algum grupo e assim levada pelo vento.
quis por um instante não me permitir lembrar que se faz um mês de um dos dias mais bonitos que já vivi e que depois...ah! depois, tantas lágrimas, tanta dor.
o vazio ainda existe, um vazio ocupado, preenchido até os cantinhos e completamente empoeirado, fraco, fino como vidro, porém sólido feito pedra.
cada dia mais tenho que dar uns passos no sentido contrário sem ao menos olhar pra trás...foi assim que você escolheu e eu assim aceitei sua sentença não como castigo mas como condição para me manter perto de você.
é engraçado como tem dias em que me sinto tão perto de você que chego a pensar que estou em um universo paralelo, porém, ao mesmo tempo tenho que deixar você ir como na realidade é que tem que ser, onde você não faz parte da minha vida além da amizade doce e bonita que esse um ano inteiro me trouxe.
dói e não sei até quando ainda irá doer, mas a dor me faz lembrar não com pesar do que eu não tenho de você e sim me faz lembrar de como é bom desfrutar o prazer da sua companhia e assim tudo vai ficando no cantinho da sala, no fundo de uma caixa esquecida, que assim como eu vai se tornando a cada dia menos necessária e menos perceptiva aos olhos alheios.
Gosto de pensar na presença não notável e na falta inexistente e sei que em breve chegarei lá.