segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Pra hoje

Estou sentada sob a lua, olho pra ela e me vejo pequena diante do mistério que somos.
Me questiono sobre sua beleza e encanto.
Busco um vazio que me faz chorar e eu nem sei ao certo porque.
Olho pra cama vazia, os lençóis estão intocáveis assim como a pele que já não sente suas mãos, sinto um frio que percorre a alma.
Agora olho da minha janela e vejo um futuro que não me pertence mais, uma paisagem que já não devo contemplar.
Meus olhos agora quase nem podem enxergar...sinto as lágrimas rolarem pelo rosto.
O desejo que me consumia era algo que eu já não tinha como controlar.
O remédio fazia efeito...a febre parecia melhorar.
O corpo não respondia.
As roupas estavam pelo chão, misturadas aos vidros quebrados, senti que me cortei...vi meu sangue escorrer e uma dor fina tomar conta das minhas mãos...chorei.
Não pelos machucados vistos, mas por aqueles que não cicatrizariam.
De que adiantou tantos planos? tantos sonhos? todos se perderam no meio do caminho.
Um caminho que eu não pude escolher.
Caminhei...senti a grama molhada...senti o vento e o vazio.
Olhei pro céu e pedi uma esperança.
Busquei nos passos do inimigo o caminho que me levava ao abismo. Me joguei.
Senti quando meu corpo parou sobre as pedras. Era impossível até mesmo pensar.
Chorei...
A respiração era lenta, fraca...eu sentia falta de ar. Percebia o corpo adormecer e sorri à quem me deu a mão. Senti saudade e uma paz de espírito.
Olhei pra mim e sorri.
Lembrei da sensação de prazer do dia que estive ali com você e de hoje quando vi meus desejos se perderem.
Tudo era doce como chocolate e eu acreditei ser de novo uma criança encantada disfarçada no corpo de mulher que eu não reconhecia como meu.
Eu procurei pelo seu abraço e revelei a solidão dos meus passos.
Parti.
Apaguei o caminho pra não saber voltar.
Perdi.
Entreguei a guerra sem lutar nenhuma batalha.