Hoje as horas passavam sem que eu me desse conta que envelhecia...ouvi tantos barulhos mas não absorvi nenhum deles. As pessoas falam sem parar...e eu me recolho e me encolho na minha saudade...em uma ausência que eu não desejei...
As ruas começam a ficar com mais folhas que antes...o vento é forte...e as pequenas e frágeis começam a cair...as folhas precisam se renovar e eu preciso me esconder de mim...
novamente contei as nuvens...vi que elas estavam mais brancas mas o azul do céu não era tão lindo...andei...me perdi no caminho que faço todos os dias.
Os olhos pesavam toneladas essa manhã...fiz força para abri-los, o sol insistia em aparecer mesmo não sendo pra mim...era preciso ficar em pé.
Contornando o vazio que se instala vou aprendendo a passar pelo buraco...é fundo...dói...machuca...
Procuro razões onde não há razão. Deixei meus passos frios...caminhei descalça pelas ruas, senti as pedras sob meus pés..já não me importa os machucados que serão provocados pela minha aventura...nada irá doer tanto como a minha ousadia...sem olhar pra você eu me perguntei onde tudo mudou? sem resposta eu concluí_tinha que ser assim...
Poderia doer menos, poderia ser menos intenso, poderia ter sido mais claro...mas só dói da forma que dói porque foi bom, foi pleno, foi intenso, calmo, doce, raro...eu quis que você estivesse no meu destino...eu quis que fizesse parte de mim, do meu dia a dia, das minhas coisas e manias...que eu continuasse aprender a ser uma pessoa melhor...que eu pudesse olhar pro céu todo dia e agradecer por ter um anjo na minha vida...não foi assim.
Correndo em direção ao nada, me atiro no abismo...não consigo me mexer...olho, observo e me calo simplesmente porque não coube a mim nem mesmo a dúvida de querer ou não...como sentença eu recebi sua saída. E o que eu queria parecia tão simples...