Pode parecer bizarro e hoje a imagem bucólica que eu via das árvores me agradava imensamente. O sol não apareceu mas pouco importava o seu brilho porque eu ainda estava inebriada pelo mar esverdeado dos olhos que me observavam sem defesa.
Eu estava naquela mesa, contava parte da minha vida e ouvia atentamente o que me contavam...eu queria estar alí e assim ficaria por quantas horas mais o dia me permitisse.
Eu estava naquela mesa, contava parte da minha vida e ouvia atentamente o que me contavam...eu queria estar alí e assim ficaria por quantas horas mais o dia me permitisse.
Tudo estava perfeito, mais que perfeito...
As vezes pareço maluca na tentativa de expressar a vida, mas parte de tudo sempre depende do que sinto.
Fazem exatos seis dias que voltei a sorrir por mim.
Cansei da depressão ou ela que cansou de mim. Abri a porta e não tive medo de sair.
Na sexta foi o primeiro dia que me dei conta disso, embora já fizessem mais dias.
Sem imaginar nada sobre o dia eu saí de casa me sentindo feliz por colocar fim a minha tristeza naquela semana. Por ver em mim tanta vida sendo jogada fora por bobagens.
É difícil quase sempre aceitar que as pessoas podem passar por nossas vidas e não ficar o tempo que gostaríamos.
Naquela mesma manhã eu não só abri a porta de casa, mas tirei dos olhos a venda que eu insistia em usar. Desamarrei meus pulsos.
Senti uma liberdade jamais sentida até então.
Eu estava em pé depois de quase quatro meses procurando razões que estavam em mim. Eu me amei neste dia como em nenhum outro.
Sim, amei a mim, amei meus sonhos, meus desejos, meus planos.
Sorri pra vida que se abria aos meus pés, como o sol se abria no céu.
O dia foi marcado por coisas boas. Um novo projeto, um novo desafio.
Academicamente e praticamente...ambos colocados a mim como os meus novos desejos.
Eu jamais poderia imaginar o que ainda estava por vir. Tomada por uma alegria sem tamanho pelas minhas conquistas eu segui adiante e combinaria uma certa "comemoração" para minhas vitórias.
Eu sorria, eu ria, eu me divertia com meus amigos de pouca data mas de muita harmonia. Eu queria estar alí, eu me sentia bem alí.
Já estava de saída quando uns olhos verdes me chamou a atenção, mas eu precisava ir e senti muito ter que deixá-los pra trás.
Para minha doce surpresa a vida reservava mais coisas boas...eu estava feliz de poder olhar para todas as coisas boas que tenho na vida.
Os olhos que me encantavam estaria lá começando a entrar no meu mundo particular. Um mundo de muitos espaços mas poucos acessos.
Não me importam os motivos...ganhar amigos é sempre um presente muito bom.
Me escondi no anexo nos últimos meses pois era necessário cuidar dos meus machucados.
Não quero cometer os mesmos erros, estou assustada comigo mas um susto de felicidade me invade desde aquela manhã com chuva.
Se perceber eu contava os passos, sentia minha própria respiração e gostava cada vez mais de me descobrir viva, de perceber que a força que eu busquei todo esse tempo estava em mim.
A felicidade e a euforia que eu sentia era sólida, inabalável e minha.
Eu estava alí...a sensação era muito boa...eu o ouvia...meus olhos pesavam porque tinha chorado bastante...o filme era lindo, mas triste.
Voltei pra casa sentindo o vento que tanto gosto passar pelo meu corpo...eu poderia sorrir para o mundo...era um dia feliz, feliz por mim...e claro que por E.ou D. como quiser.
A vida se abria naquela semana...
Adormeci com a sensação ainda das últimas frases...
Muito prazer Yuki.