Por muitas vezes me pego pensando de onde vem tanto medo. Porque tenho que me sentir assim apavorada, assustada, querendo me esconder do mundo?
Busco coisas que não existem e planos que não fazem o menor sentido. Planejo a vida em alicerces de areia que não suportarão nenhum dos meus sonhos.
A fraqueza me abate e sei que assim vou perdendo pouco a pouco as pequeninas coisas que construí.
De certa forma meu abalo faz sentido quando vou descobrindo que as pessoas são cada vez mais cruéis, mais impiedosas. Assim acredito cada vez mais que a solidão não é uma escolha e por mais que possa doer, ainda assim é uma dor menor do que a decepção, do que a crueldade dos castigos.
Não tenho mais forças pra me defender. Só preciso deixar a onda me acertar e o vento levar tudo embora.
Quero apenas sentar no sol e observar a paisagem gélida como se estivesse em camera lenta. Quero parar o instante, quero aprender a conviver com essa companhia minha, só minha.
Eu e a minha pessoa.
Me isolar seria a solução mais digna, menos dolorosa. Calar-me seria a maneira menos triste de sair de cena.
Sendo assim, vou calar-me para isolar-me no anexo. Sem dor, sem sofrimento, vou preservar meus bons sentimentos como algo que eu não soube transmitir as pessoas que estiveram a minha volta.
Ser facilmente esquecida, essa é minha maior vitória. O que pra muitos seria uma tristeza, pra mim uma certeza confortável.
Como dizia Yumi em sua sabedoria plena...
..."Viva de forma que sua presença não seja notada".
Partirei um dia sem deixar saudades do que fui. E isso não me deixa triste, porque entendo que as pessoas precisam ser muito plenas pra deixarem saudades e seria de extrema petulância que eu me comparasse a elas.
Bombagens? a mim não. Apenas certezas que me fazem ter menos peso na minha existência.