
Não quero falar, nem ouvir. Quero apenas estar. Onde? Não sei.
Fazem dias que me sinto sem lugar, olho as pessoas e não as vejo, as ouço mas não escuto. Uma agonia fina e delicadamente lenta toma conta das minhas horas.
Não consigo sorrir verdadeiramente. O mundo parou e eu não percebi onde. Essa semana me fizeram reviver uma parte de um tempo que eu quis esquecer e por quase dez anos tinha conseguido. Até que em outra boca eu ouvi as mesmas palavras. Palavras que há muito eu já julgava como sentença.
Desta vez eu não me protegi, não fui buscar ajuda, não gritei, apenas chorei, enquanto você me apunhalava.
Ferozmente você me atingia e imagino que sorria da minha fragilidade inocente ou burra, como queira.
Entendo assim que parte desta tristeza seja por esta razão, não esperava isso de você. Aliás de quase ninguém. Eu nunca espero nada das pessoas, nem mesmo o prazer que elas tem em serem cruéis.
Imagino que pra muitos eu seja apenas uma menina mimada, pra outros uma "esquisita" de plantão, não me importa.
Assim vou vivendo...com aqueles que me aceitam como sou e que me fazem sorrir quando do nada dizem pra mim que me amam.
Não poderei nunca perdoar o que foi feito. E jamais deixarei que você julgue meus amigos, meus verdadeiros amigos. Os quais eu não preciso ser nada além do que sou para estar com eles.
E sensitivamente ou não, M. e V. me deixaram muito feliz essa semana, pois ao nos falarmos sentiram que eu não estava muito bem, não me questionaram e assim me protegeram de mim mesma.
Jamais desistirei das coisas que busco mesmo que sejam coisas impossíveis. Meu mundo anexo me permite sonhar, imaginar e acreditar nas coisas que nem todos podem ver e sentir.
Sou capaz de sair de cena, sem quebrar o texto, sem desmanchar a história.
No anexo vou me proteger.
E obrigada meus poucos grandes amigos por se fazerem presente sempre. Eu amo vocês.