Bom, quase quinze dias sem aparecer por aqui, é justificado pelo menos pela última semana, Antônio chegou a minha casa e estou consumindo suas histórias, como uma criança que consome o melhor dos doces.
Pode parecer loucura ou bobagem, mas me identifico totalmente...Antônio, sofre e encontra consolo para sua dor naquilo que lê.
Adora Werther, Alvares de Azevedo, as vezes enquanto leio seus devaneios, me pergunto porque Antônio não é real?
Ele está apaixonado por Diana, uma atriz, irreverente, moderna, ela está sempre em conflito com a sociedade que os cerca.
Diana é muito a frente de sua época, porém não é (até agora) forte o suficiente pra enfrentar a diferença social que há entre a atriz do teatro de fogo e o Morcego imponente filho de fazendeiro que faz de Antônio, o par que ela quer resistir.
Ele está doente e implora por seu amor, ela resiste, o maltrata para que assim ele desista dela, porém o que o Morcego sente é algo tão grandioso que nem mesmo o desprezo de Diana o faria esquece-la.
Entorpecido pelo absinto que consome com frequencia Antônio deixa seu corpo torpi para que sua dor seja menor.
Ele comprou um caixão no qual faz toda a sua preparação para a morte.
Nesse misto de paixão e desejo, outros aparecem como pano de fundo para o casal.
A dona da funerária, que mesmo em seu lado mais doce (se é que isso é possível), não conseguiu fazer Antônio atender as suas investidas.
Zabé, escrava mucama, que sofre com as torturas.
E Allegro, jovem que descobre a vida nos braços de Lundun e os prazeres dos livros de Antônio, enquanto sua mãe, espera que ele se torne um sacerdote.
Sem falar ainda em João e Pedro, companheiros inseparaveis de Antônio.
E Rosa a mais bela das mulheres da rua das flores que sonha com o amor do Morcego.
Tudo isso em uma São Paulo, ainda se preparando para se tornar a metrópole que é hoje.
Pois é assim, Antônio tem ocupado todo o meu tempo vago com o romantismo que infelizmente só os livros trazem...