terça-feira, 16 de setembro de 2008

Uma noite de inverno

No relógio já passava bem das dezoito horas, o prédio estava praticamente vazio e as poucas pessoas que ainda restavam faziam pouco barulho.
Abri a porta (que nesta hora já está fechada) grande e pesada, por vezes juro que ela vai me derrubar com toda a sua imponência denunciando assim a idade que o prédio carrega. Lá fora a garoa fina e gelada que voltava deixava as luzes mais amareladas e o centro com um ar muito mais romântico do que o de costume, mas estava simplesmente deslumbrante.
Caminhei pela calçada cruzando com os transeuntes que ainda permaneciam por alí e a minha felicidade me fazia ver bela aquela paisagem bucólica e levemente entristecida.
Tenho andado por Barcelona e Andrea me mostra suas descobertas e o vazio com que as vezes se perde no nada. Estou tomada por All is full of love, ouço meus passos, me perco nos meus sonhos e me pergunto se é real.
Mas não paro pra pensar, me atiro no abismo e sinto um frio percorrer minhas costas.