quarta-feira, 13 de março de 2013

Pra hoje

Há tantos meses eu não escrevo...e não escrevo porque deixei de gostar de escrever, mas não escrevo pra não registrar toda essa dor que me devora sem nenhuma piedade. Nunca esperei nada da vida e hoje só queria que ela me punisse menos.
Serei sempre o ser humano errado, cheio de defeitos e rejeitado por todos? Até onde dura o castigo que sem saber exatamente o preço pago todos os dias do abrir os olhos ao fecha-los sonhando com um dia menos doloroso? Até onde irão as forças que me parecem faltar? 
Queria poder me calar no meu mundo...quase ninguém notou que a exceção do trabalho eu me calei para o restante das coisas, mas não há solução, tudo sempre só piora e a vida segue seu curso e eu me deixo levar pelas correntezas...elas machucam, me ferem e como forma de resignação eu aceito e me calo.
Deixei de sorrir, de comemorar, de achar graça, de viver.
Sobrevivência é o nome que dou ao que empurro do nascer ao morrer do dia...Não ter quem ou o que se importe consigo tem lá as suas vantagens, porém, eu ainda não as encontrei.
Eu já me despedi tantas vezes e tantas vezes recuei e pra que? porque? eu também não sei!
O que sei é que tento respirar fora da minha tristeza e da minha ausência de vida e da ausência que tenho de mim e quando de alguma forma pareço conseguir um pouco de ar, algo acontece me fazendo mergulhar fundo na única coisa que alimenta esse vazio.
Perdi no último ano além do meu querido pai, perdi a coragem, a inocência, a vontade de um mundo melhor e acima de tudo o rumo dos meus passos. 
Quando perdemos alguém assim, a vida perde o eixo, perde o norte e o sentido, e é assim que estou.
Mas tão doloroso como a perda, é a rejeição e nem me refiro aos "amigos" que eu julguei um dia ter e outros que julguei reencontrar, esses são dolorosos, mas aprendi ao longo dos anos que assim é meu destino, as pessoas passam e vão embora. Porém a rejeição que vem de dentro é aquela que te corta em mil pedaços, que te destrói com único sopro e os cacos já não se colam. Essa rejeição que faz questão de te mostrar a "merda" que você é e o quão falta de importância você tem na vida daqueles pra quem você poderia pelo destino ser minimamente especial e não é.
E com isso me apego a qualquer razão pra me manter em pé mas, é hora de parar. É hora de deixar-se cair e não mais levantar.