terça-feira, 4 de dezembro de 2012

uma noite...








o céu estava claro, a noite se fazia fria mas a sua proximidade me aquecia...

meus pensamentos giravam e me tiravam daquele lugar com uma velocidade que eu nem percebia.

entre um gole e outro eu ouvia o que você me dizia...


meu coração estava acelerado e eu desejava com veemência que minhas vontades fossem atendidas.

esperei que meus olhos pudessem te contar tudo que eu estava pensando...


senti um gosto gelado, mas pela primeira vez achei o líquido doce...
cansei de esperar pelo destino e resolvi correr atrás dele...

tomados por uma ânsia de vida, eu era incapaz de me reconhecer naqueles corpos no meio da paisagem...


as luzes eram amareladas e virávamos sombras...uma alucinação pelo desejo que eu sentia...


você me despia com os olhos, me devorava cada vez que mordia os lábios e sem restrições eu era sua, somente sua.


do dia para a noite, para aquela noite, o hiato que nos separava desapareceu...

eu era você em uma combustão de sensações...

o céu se mantinha claro e calmo, mas uma chuva fina insistia em deixar os corpos úmidos na paisagem gélida da madrugada que se aprofundava.


você me apertava contra seu corpo e desta vez me despia com volúpia, desejo e prazer para o seu deleite.


eu era sua...


sua boca mapeava meu corpo de maneira fugaz consumindo meu fôlego e me inebriando do perfume da sua pele.


a linha que separava dor e prazer era tão tênue que eu mal pude perceber e me deixei cair em seus braços.


o céu era o plano de fundo...


um frio percorria a espinha cada vez que você me deixava mais perto...seu corpo um convite a minha submissão.


no impulso do seu desejo, o ar tornava-se algo insuficiente...

a saliva se misturava...

seus olhos me confundiam refletindo meu corpo entregue com sofreguidão, ansiedade, impaciência e avidez.